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O Espaço é Seu 2

2020 - Criação à prova de futuro - Parte 2 / Realidade Virtual

18.12.19

Este é o segundo texto sobre oportunidades criativas para 2020. O primeiro foi sobre Mobile (se você não leu, clique aqui). O lance é que dei um pulo fora das agências em startups para entender como encontrar oportunidades criativas em lugares para os quais ainda não estamos olhando.

A segunda startup com a qual me envolvi foi a MedRoom. A Med usa Realidade Virtual para o ensino de medicina.
Olhando para trás, dá para ligar os pontos (como diria Steve Jobs) e entender como vim parar na Med.

A primeira ligação com a MedRoom aconteceu há alguns anos, quando eu inventei de fazer um clipe que tinha uma traquitana complexa. O clipe não rolou mas eu fiquei amigo do Sandro Nahia (que na época fazia efeitos especiais, 3D e maker pra cacete), que hoje é um dos fundadores da Med. A segunda ligação é bem mais emocional, meu pai era médico. Estar perto da medicina, de alguma maneira, me traz uma sensação boa.

Então vamos lá: educação e medicina, tudo dentro da Realidade Virtual. Desafio bom né?

Eu sempre olhei o VR como uma experiência bacana que aconteceria no futuro, mas que não ia me atingir. Pensava que era tipo cinema 3D, legal e tal, mas não muda o jogo. Pra mim era só um jeito mais imersivo de jogar vídeogame.

Eu estava errado.

A Realidade Virtual é uma daquelas tecnologias que surgem, de tempos em tempos, e mudam tudo.
Não tem volta para humanidade a partir do VR.
O mais f*** de tudo é que a qualidade da experiência no mundo imersivo pode alterar sua vida no mundo real.

No caso da MedRoom, o salto de qualidade no ensino da medicina, passa pela Realidade Virtual e volta para a mesa de cirurgia.

Foi então que me toquei: as possibilidades da Realidade Virtual mudar vidas reais são infinitas.
E estão acontecendo agora, não num futuro imaginário.
Existem casos de aplicação de VR para reabilitação de drogas, simulação e treinamento de emergência, bombeiros, e até em tratamento de ansiedade.

Só pra você ter uma ideia, existiam 170 milhões de usuários ativos em 2018. Esse número deve estar perto dos 200M agora.

Dá um recorte bom de audiência aí, não dá não?

O problema do VR, que faz a gente acreditar que ele é o futuro e não o presente, é que ele ainda não é o que é pra ser.
O hardware tem muito pra melhorar.
Outro problema é que a maioria das pessoas tem contato com experiências em VR que tentam reproduzir a realidade. Apesar do case incrível do NY Times, isso pra mim é um erro. A realidade é cheia de signos que aprendemos a ler desde que nascemos e que nos deixa confortáveis nela. Mas ela é barulhenta, poluída e com muita informação. Quando você oferece isso no VR, seus sentidos se atrapalham, você não sabe pra onde olhar, o que ouvir, o que esperar, e isso gera aquele desconforto e pode rolar até uma náusea.

Bom, minhas preferências à parte, o VR é um mercado maduro e que dá pra explorar criativamente.
Quer ver?
Quantos clientes você imagina que gostariam de ter Realidade Virtual em um evento? Quantas marcas não gostariam de ter uma experiência em VR imersiva em seu produto? Concessionárias? Test Drives? Simulações?

A realidade é que a Realidade Virtual é um mundo onde você pode criar uma experiência nova para as marcas. Uma experiência melhor que a realidade. Uma experiência que ensine melhor, engaje mais, fidelize, divirta, emocione e traga mais receita.

Bora fazer mais um experimento para 2020?
Abre uma linha na sua planilha de Excel: Receita com Realidade Virtual. Aposto que em 2021, ela vai estar dominando uma boa parte da sua realidade.

* Dá uma olhada na Within e na Penrose (já escrevi um texto sobre a Penrose aqui), e claro na própria MedRoom, pra se inspirar além do videogame.

Por Pedro GravenaCriativo e inventor frustrado no Grão Lab

Leia Parte 1 aqui.

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