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S.O.S Cinemateca

Entidades cinematográficas em manifesto

12.06.20

As principais entidades cinematográficas do país apresentam um filme-manifesto (assista abaixo) que alerta para a crise que "pode levar à falência" a Cinemateca Brasileira, localizada na Vila Mariana, em São Paulo.

O vídeo conta com a participação de diversos atores, atrizes, diretores e cineastas - como Bárbara Paes, Antonio Pitanga, Fernando Meirelles, Lilian Santiago, Fabrício Boliveira e Alessandra Negrini -, que aparecem ressaltando a situação atual da instituição: demissão de técnicos especializados, redução drástica das atividades e subutilização de equipamentos de ponta.

Como a Cinemateca não está recebendo recursos governamentais, desde de abril os salários dos funcionários estão atrasados.

A instituição também está com dificuldades para pagar a conta de luz, que pode ser cortada. Além disso, a empresa que faz a manutenção da refrigeração da Cinemateca deixou de atendê-la esta semana, por falta de pagamento. Tudo isso compromete o acervo da casa, composto por cerca de 250 mil rolos de filmes, que precisam de controle constante de temperatura e umidade.

A Cinemateca mantém ainda rolos em nitrato de celulose, que são altamente inflamáveis. Sem a refrigeração adequada, esse material pode entrar em autocombustão (como ocorreu em 2016).

A instituição abriga filmes de todos os gêneros e bitolas, programas de TVs e jornais televisivos produzidos no país, ao longo do século. A lista de obras ameaçadas inclui o que restou do cinema silencioso brasileiro e arquivos históricos de Glauber Rocha.

"Por acreditarmos que a interlocução da Cinemateca Brasileira com a comunidade cinematográfica é essencial para o seu urgente e devido resgate, reivindicamos a formação de uma comissão com membros indicados pelas principais entidades cinematográficas do país, a fim de que se estabeleça um contato formalizado e periódico, condição sine qua non para que se trabalhe com transparência e a Cinemateca volte a assumir a sua vocação pública primeira de preservar e difundir o cinema brasileiro", reivindica o manifesto. "Exigimos que o governo federal providencie imediatamente a dotação urgente e necessária para que a Cinemateca Brasileira volte a funcionar plenamente e em bases seguras para os filmes nela depositados - patrimônio cultural e histórico de nosso país", completa.

Em dezembro do ano passado, foi suspenso o contrato entre o Ministério da Educação e a Acerp (Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto), entidade que gerencia a Cinemateca desde 2018. Até o momento, o governo federal não depositou nenhuma parcela do repasse anual de R$ 12 milhões à associação. A União tem planos de reincorporar a Cinemateca.

Além do manifesto, uma campanha online pretende arrecadar R$ 200 mil e dar apoio financeiro aos trabalhadores da Cinemateca. Para contribuir, clique aqui. Confira também a petição "Cinemateca Brasileira pede socorro", aqui.

Leia sobre o O2Cast, podcast da O2 sobre o tema, aqui.

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