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TV 3.0: como transformar audiência em pertencimento (Igor Ferreira)
De tempos em tempos, a tecnologia nos convida a mudar de pele. Vimos isso quando a música deixou de ser um objeto físico, rodando em discos e fitas, para se tornar fluxo invisível em nossas mãos com o streaming. Vimos quando a fotografia saiu dos álbuns guardados em caixas para ocupar, em tempo real, o feed das nossas vidas. Vimos quando o cinema e as séries, antes restritos à sala escura ou ao horário fixo da TV, ganharam liberdade total nas plataformas digitais.
Cada revolução alterou não só a forma como consumimos cultura, mas também como a produzimos, compartilhamos e vivemos. Agora, estamos diante de uma nova virada, tão profunda quanto as anteriores: o nascimento da TV 3.0 no Brasil.
Assim como a TV digital, no seu início, que parecia passar apenas uma evolução técnica — mais qualidade de imagem, mais definição —, a TV 3.0 pode, à primeira vista, soar como apenas mais um salto tecnológico. Mas ela é muito mais. Não se trata apenas de pixels mais nítidos ou sons mais envolventes. Trata-se da possibilidade de reescrever o papel da televisão em nossas vidas.
Pela primeira vez, a tela grande que moldou gerações inteiras não será apenas território das grandes emissoras. Ela se abre para marcas, criadores e novas vozes. A televisão deixa de ser o espaço onde anunciamos e passa a ser o espaço onde podemos construir universos inteiros.
O mundo já nos deu pistas desse futuro. A Red Bull não se contentou em patrocinar esportes: criou sua própria emissora, transmitindo campeonatos, contando histórias e construindo uma comunidade global. A Lego transformou a brincadeira em storytelling audiovisual, com um canal que conversa diretamente com crianças e famílias. E, com a Cazé TV, ficou claro que conteúdo autêntico, divertido e conectado com o público tem força para se tornar canal, conquistar audiência e até incomodar gigantes como a Globo.
Esses sinais não são acidentes. São ensaios do que está prestes a se tornar comum: a era em que toda marca pode ser também uma emissora.
A TV 3.0 é mais do que tecnologia: é um convite. Um convite para que o mercado publicitário deixe de disputar segundos no intervalo e comece a disputar horas de atenção, lealdade e emoção. Um convite para que as marcas deixem de falar sobre si e passem a criar experiências que as pessoas realmente queiram assistir. Um convite para que nós, produtores, pensemos não apenas em filmes, mas em grades inteiras, em universos narrativos, em comunidades audiovisuais.
A televisão não morreu. Ela renasce mais forte, mais plural e mais aberta.
A pergunta que fica é: vamos assistir a essa revolução da arquibancada ou vamos entrar em campo para jogar? Na TV 3.0, as marcas que saírem na frente não apenas contarão histórias, mas criarão vínculos emocionais capazes de transformar consumidores em comunidade.
Igor Ferreira, diretor executivo da Corazon Filmes
Leia o texto anterior da seção "O Espaço é Seu" aqui.
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