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Bruno Regalo: design como agente de mudança do negócio
Bruno Regalo, global chief designer officer da TBWA\Worldwide, trouxe ao 13º Festival do Clube a provocativa visão de que o design pode e deve ser a mola propulsora para aumentar a receita da indústria criativa.
Na apresentação “Unlocking the visual soul of the brands”, o curitibano, que há sete anos vive em Los Angeles, com visitas frequentes a Nova York, falou sobre cases, incluindo a nova marca e um estúdio virtual para ninguém menos do que David Carson. O trabalho para o designer gráfico norte-americano - que revolucionou a comunicação visual dos anos 1990, usando influências do rock grunge e do punk para lançar a tipografia grunge - será oficialmente lançado em aproximadamente um mês.
Pelo vídeo, mostrado no palco do Festival, o trabalho vai muito além de uma marca e abre portas para novos modelos de negócios, como a criação de collabs. “Um criativo não deve ser 'formatado' se quiser solucionar problemas de maneira simples e icônica”, aconselha Regalo.
Entre suas muitas funções dentro da TBWA, Bruno é fundador e líder do DXD (Design by Disruption), estúdio global de design da TBWA Collective, lançado em janeiro de 2023. E mostrou para a plateia do Festival do Clube uma mensagem em vídeo de Lee Clow, chairman and global director da TBWA\Worldwide. Vestindo uma camiseta da Adidas e com um pôster de Gatorade ao fundo - marcas para as quais assinou trabalhos importantes - Clow revelou o slogan que está sendo adotado pela DXD: “Make it smart, make it beautiful, have fun”.
Regalo contou que, no primeiro ano, a DXD gerou U$ 5 milhões e cresceu 412% em receita nova dos clientes da casa. “Precisamos entender mais de finanças, margem de lucro, P&L (profit and loss), para não morrer. Parar de disputar a verba que está na agência concorrente e oferecer novas experiências de marca, embalagens, ações de guerrilha, soluções que o cliente não pediu, mas que você é capaz de enxergar, que farão a diferença para as marcas e trarão para a agência um dinheiro que, se ninguém propuser algo novo, vai continuar na mesa do cliente, porque ninguém olhou para ele”.
Ele destacou o valor e o poder de marcas como a Apple – com a qual a TBWA tem uma relação de 40 anos; Gatorade – para a qual a rede trabalha há mais de 20 anos; e ainda os arcos do McDonald’s; o símbolo I love NY — com seu icônico coração ao centro –; e Johnnie Walker. Ícones da comunicação que provavelmente não foram pagos pelo valor que representam ainda hoje para suas empresas. Segundo ele, os times criativos, em especial os de design, precisam se ver e se mostrar mais como “agentes de mudança do business dos clientes”.
O criativo trouxe para o palco o case Beyoncé x Levi’s, criado pelo estúdio DXD, mostrando como é possível criar valor e novos produtos, para além da campanha. No caso, além de terem criado um novo ícone da marca com a celebridade, que é mostrado nos shows da cantora, e uma releitura de campanhas famosas onde atores masculinos foram substituídos por Beyoncé (saiba mais aqui), foi feita uma nova coleção de roupas (veja aqui). E as vendas dessas peças têm percentuais repassados para todos os envolvidos, inclusive a agência.
Ele também citou a criação do The Black Grammy, pela TBWA, que mudou a cor do gramofone, ícone do maior prêmio da música, criando uma categoria especial e rara, na luta pelo fim do preconceito racial na indústria. “É o design mudando a história”, destacou Bruno.
“Somos ‘Soul Seekers’, em busca da alma do cliente. Quando chegamos ao grande conceito, entregamos algo que passa a fazer parte da história, ideias atemporais com visuais que podem durar décadas e ter muitos desdobramentos”, completou o palestrante.
No Brasil, ele cita cases como o de Havaianas, que por décadas colocou o produto no centro para comunicar, em um trabalho de anos de parceria com a AlmapBBDO. Para Bruno: “há códigos invisíveis em tudo que vemos. A roupa que vestimos, os óculos que usamos, o design de um carro, tudo fala de maneira subjetiva e indireta”.
Sobre a Inteligência Artificial, Bruno acredita que vá tirar o emprego de algumas pessoas, infelizmente, mas prefere olhar para ela como uma ferramenta importante, que permite explorar novos caminhos e produzir coisas em menos tempo do que antes. E ressalta o poder das experiências humanas para diferenciar os profissionais das máquinas. “As viagens que fazemos, as palestras que assistimos, as experiências que vivemos, tudo nos torna únicos e é isso que faz a diferença”.
Regalo revelou que não é designer de formação. “Como criativo, fui aprender essas técnicas para poder vender”.
Ao encerrar, deixou ainda um incentivo para a platéia: “Trabalhar com ideias visuais é um dos melhores empregos do mundo”.
Gancho perfeito para quem anunciou que, em 2026, a DXD abrirá escritórios em Dubai, Amsterdã e São Paulo.
“O Brasil é o maior celeiro de artistas visuais e designers e em breve estaremos buscando talentos por aqui”.
Quem apresentou o palestrante ao público no Auditório Criatividade foi a mestre de cerimônias Mari Wapichana, eleita a primeira Miss Indígena de Roraima e influenciadora digital, que se diz orgulhosa por ser indígena e divulgar suas origens. Ela ressaltou também a importância de celebrarmos meio século de história do Clube de Criação.
Rita Durigan
Festival do Clube de Criação
Patrocínio Master (ordem alfabética): Globo; Grupo Papaki; Warner Bros. Discovery
Patrocínio (ordem alfabética): AlmapBBDO; Antfood; Artplan; Barry Company; Boiler Hub; Cine; Galeria; Halley Sound; Heineken; Ilha Crossmídia; Jamute; Lew'Lara\TBWA; Love Pictures Company; Not So Impossible; Monks; Mr Pink Music; Netflix; O2; OMZ; Paranoid; Piloto; Publicis Production; Sadia; Sweet Filmes; The Clios; UBC - União Brasileira de Compositores; Unblock Coffee; VML Brasil
Apoio (ordem alfabética): Anonymous Content Brazil; Artmont Creative Action; BETC Havas; Broders; Carbono Sound Lab; Casablanca Audiovisual; Corazon; Estúdio Origem; Fantástica Filmes; Felicidade Collective; Grupo Box Brasil; Grupo Tigre; Human; Jungle Kid; Magma; MiamiAdSchool; Prosh; Punch Audio; Stickman Studio, Sympla; Unlimitail; UOL; Zanca Films.
Sem estas empresas, NÃO haveria Festival.
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