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8 de Março (parte II)

O que pensam mulheres de destaque do nosso mercado

09.03.17

Para discutir o papel da mulher na indústria da comunicação, o Clubeonline procurou mais de 30 profissionais de distintas áreas do mercado para apontar o que está faltando para que mudanças mais profundas aconteçam. A proposta também foi saber como cada uma das participantes vivenciou – ou não – transformações no setor e conferir quem são as mulheres ou até movimentos que as inspiram.

A todas essas profissionais pedimos que respondessem a três perguntas que compreendem esses tópicos. A primeira rodada de participações foi publicada na quarta-feira 8, o Dia Internacional da Mulher. A segunda sai agora. E a terceira leva de respostas sai nesta sexta-feira.

Confira as perguntas:

1 - Já falamos muito sobre a necessidade de ter equilíbrio de gênero na indústria da comunicação e de ter mais lideranças femininas no mercado. O que falta para mudanças mais perceptíveis acontecerem?

2 - Você viveu ou sentiu mudanças importantes do início de sua carreira até hoje?

3 - Que mulheres hoje te inspiram? Por que?

Participam desta rodada Ana Cortat (Hybrid Colab), Andrea Siqueira (Isobar Brasil), Carolina Campos (AKQA), Denise Millan (Leo Burnett Tailor Made), Gabriela Onofre (J&J), Jimmy Palma (Dogs Can Fly), Julianna Rojas (Microsoft) e Laura Florence (LOV).

Tire um tempo para ler as respostas. É importante ouvir o que estas mulheres têm a dizer.

E leia também as respostas de Andrea Barata Ribeiro (O2 Filmes), Daniela Cachich (PepsiCo), Gal Barradas (BETC), Joanna Monteiro (FCB), Keka Morelle (AlmapBBDO), Laura Esteves (Y&R) e Sophie Schonburg (McGarryBowen), publicadas na quarta-feira 8 (clique aqui para acessar).

ANA CORTAT – Co-fundadora da Hybrid Colab. New Behavior Driven  

O que falta – “As discussões de gênero são hoje discussões globais. São reflexo de questões históricas e resultado de mudanças em crenças individuais e sociais. Influenciam decisões políticas e interferem no comportamento de consumo. Nada mais natural do que elas deixarem de ser tratadas como pontos de vista individuais e se transformarem em discussões coletivas. Não sobre agências, mas sobre o mercado. Temos que ganhar mais dimensões. Essa é uma pauta de CEO e não uma onda ou uma discussão que vai se resolver sozinha. Não adianta pensar que um dia vamos acordar e a discussão não vai existir mais. Com ou sem a discussão sobre conservadorismo. Digo isso tanto a respeito das questões quantitativas envolvendo feminino quanto a respeito de questões envolvendo licenças iguais para mães de gêneros diferentes (todos), e do mesmo gênero. Precisamos discutir questões envolvendo mulheres negras, asiáticas, indígenas, judias, turcas, mulçumanas, todas as outras. Precisamos perceber, ouvir, proteger e resolver os problemas das mulheres assediadas. Precisamos olhar para as mulheres invisíveis. Do ponto de vista da nossa capacidade de compreender o mundo e agir sobre ele, o que fizermos agora será, ou não, RTB (reason to believe) suficiente para justificar nossa capacidade de ajudar o cliente a resolver as diferentes questões envolvendo gênero que impactam a mulher o mercado.”

Evolução – “Vou repetir o que disse recentemente: eu estava aqui nos últimos 30 anos e não me lembro de nenhum momento em que discutimos e produzimos tal variedade de conteúdo sobre e a partir da realidade feminina. Não me lembro de ter participado tantas vezes de discussões sobre igualdade, padrões, estereótipos, representação. Nem de tantas vezes ver mulheres de tantas raças, idades, pesos, tipos de cabelo e tons de pele em campanhas publicitárias. Também não me recordo de já ter visto tantas fotos de mulheres nas notas sobre contratação e nas listas de jurados de tantos prêmios. Essas são questões importantes, mas não podemos esquecer que estamos buscando corrigir erros históricos. Isso quer dizer que estamos lidando com mudanças esperadas há muito tempo; com intolerâncias e desvios que geraram resíduos. Portanto, temos que lidar com a percepção de que a mudança tem sido lenta – vale lembrar que o primeiro registro de uma onda feminista é do século XIX.”

Inspiração – “Cresci sendo inspirada por mulheres. Primeiro na casa onde cresci, cercada por muitas mães. Também cresci lendo os livros 'errados'. Mas isso não aconteceu apenas em um tempo cronológico. Cresci, de várias formas, lendo livros errados. Foi o caso de Se Me Permitem Hablar, o livro que me apresentou Domitila Barrios de Chungara quando eu tinha 20 anos. Boliviana, Domitila morreu em 2012. Pobre, de família de mineiros, lutou pacificamente contra a ditadura, foi presa e torturada pelos militares. Sua história é toda sobre não conformismo, sobre assumir posições e sobre não ser vítima das circunstâncias. Por mais que pareça estranho, dialoguei várias vezes com Simone de Beauvoir e Anais Nin. Algumas dessas vezes, inspirada por uma mulher que tem uma forte influência em quem eu sou hoje. Acho que sem ela teria perdido vários pedaços de quem eu sou pelo caminho: Marta Porto.  Muitas mulheres me inspiram hoje: Malala, Geena Davis, Madonna – só pra confundir um pouco. Trazendo mais para perto, sigo e admiro as discussões colocadas por Cindy Gallop. Vejo muitas vezes pessoas falarem sobre o projeto #makelovenotporn sem alcançar o quanto discutir tabus é necessário e o quanto temos sido reprimidas por não tratar abertamente de questões envolvendo a sexualidade feminina. Isso é sobre como nos expressamos. Recentemente, fui apresentada, não pessoalmente, a Mercedes Erra, fundadora da rede de agências BETC, membro ativo do Comitê Francês de Direitos Humanos e membro permanente da comissão francesa sobre a imagem das mulheres através dos meios de comunicação. Para mim, Mercedes representa a busca pela institucionalização da discussão na qual todos estamos envolvidos. No Brasil, olho para fora e nos vejo reunidas em encontros e debates entre mulheres. Temos de ir mais longe. Trazendo ainda mais para perto, me inspiro muito em Carla Alzamora. Conheci a Carla pessoalmente no ano passado. Sozinha, sentada em uma agência em Curitiba, ela transformou intenção em prática e levou sua voz e a nossa história até a ONU. Na Heads, onde a Carla trabalhou por anos, a discussão de gênero se transformou em agenda prioritária do CEO e, mais recentemente, em uma nova empresa.”

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ANDREA SIQUEIRA - Diretora executiva de criação da Isobar Brasil

O que falta – “Falta bom senso de alguns líderes que ainda não abriram os olhos para a diversidade. Gênero, escolha sexual, bairro onde mora. Infelizmente, as agências ainda são lugares nichados com todos iguais, que vão aos mesmos lugares nos fins de semana. E, na verdade, quanto mais gente diferente, melhor.”

Evolução – “Acho que o mercado ainda precisa melhorar muito, mas já está muito mais atento hoje. Eu aprendi com minha mãe que era melhor pedir desculpa do que licença. Então, sempre levantei a mão, desde a época da escola. Sempre fui atrás. Sinto o mercado bem mais receptivo hoje.”

Inspiração – “Minha mãe, minhas amigas e minha filhinha me inspiram e me ensinam todos os dias. Queria escrever como a Clarice Lispector ou Hilda Hilst.”

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CAROLINA CAMPOS - Diretora de planejamento da AKQA

O que falta – “Se olharmos o mercado de comunicação, vamos encontrar um grande número de líderes do sexo feminino, mas ainda estamos longe de um equilíbrio. É claro que evoluímos nesse sentido nas últimas décadas. O que minha geração vive é muito diferente do que as gerações anteriores à minha viveram. Minha mãe trabalhava na Rede Globo na década de 70 e era a única mulher contato na época. Ela tinha de provar que era capaz, que uma mulher poderia se sair bem trabalhando. Eu não vivi isso. Nunca senti que alguém questionou minha capacidade pelo fato de eu ser mulher. Mas as oportunidades não são as mesmas. O mundo ainda precisa mudar muito para chegarmos próximo desse equilíbrio. E homens e mulheres precisam mudar. Sinto que as mulheres são muito cruéis umas com as outras. Tenho uma amiga engenheira que diz que não contrata nenhuma mulher para trabalhar com ela com mais de 30 anos porque aí elas ‘se preocupam mais em levar os filhos ao médico do que em trabalhar’. Ouvir isso de uma mulher, da minha geração, além de revoltante, só mostra o quão longe estamos desse mundo profissional igualitário. Tem outro exemplo que aconteceu comigo que acho interessante. Quando fiz minha segunda entrevista para entrar na AKQA, descobri que estava grávida. Na hora, tive certeza que não seria contratada. Certeza absoluta. E não achei errado nem injusto. Era só uma verdade: ninguém contrata uma pessoa grávida. Eu fui contratada. Fiquei felicíssima e senti que a AKQA era um lugar único. Achei que devia agradecê-los para o resto da minha vida. Será que um dia alguém não vai se surpreender por ser contratada grávida? Será que um dia isso não seria capa de revista? Espero estar aqui pra ver.”

Evolução – “Estou no mercado há quase 20 anos. Pode parecer pessimista o que vou dizer, mas nesses 20 anos não vi nada mudar. Tudo continua como na década de 1990.”

Inspiração – “Tem muita gente que me inspira. E só quando vi essa pergunta parei para pensar que a maioria delas são homens. Luiza Erundina é uma mulher que me inspira hoje. Perguntei se ela não desanimava frente a tudo que tem testemunhado na Câmara dos Deputados. Ela disse que não, porque o desânimo é reacionário. O desânimo paralisa. Quero ter isso com mais de 80 anos.”

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DENISE MILLAN – Vice-presidente de atendimento da Leo Burnett Tailor Made

O que falta – “Acredito que é super importante a mudança de mindset das lideranças das empresas.  Temos de querer mudar, efetivamente, tornando o discurso uma prática.  Para isso, devemos manter o assunto na pauta da empresa, da mídia, devemos escutar outros pontos de vista, criar novas parcerias e desenvolver planos de ação que ajudem não somente às mulheres, mas a todos a entenderem que temos a mesma chance de crescimento.”

Evolução – “Muita coisa melhorou. O normal seria cada um ocupar seu espaço, pela entrega do seu trabalho, independentemente do gênero. Mas não foi sempre assim. Sempre procurei ser eu mesma e, na maioria das vezes, isso me deu mais segurança. Quando comecei, as mulheres tinham um comportamento mais masculino para poder ‘brigar’ e conquistar uma posição de destaque. O medo do erro e de assumir um papel vulnerável era muito maior e havia muita ‘ameaça velada’.  Hoje as mulheres, na sua maioria, procuram assumir ser quem são e começam a se colocar de uma forma mais aberta e a lutar pelo que é delas por direito e que vem da própria competência.”

Inspiração – “Michelle Obama é um exemplo atual que se resume a:  work hard, be authentic, keep moving forward, enjoy the balance and have fun! Simples assim.”

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GABRIELA ONOFRE - Diretora de marketing global de marcas femininas da J&J

O que falta –  “Mais flexibilidade para que as mulheres possam ter mais equilíbrio. Mas acima de tudo precisamos valorizar o olhar feminino, principalmente na criação. Há pouca mulher nos times de criação de maneira geral.”

Evolução – “As empresas estão mais abertas e já entenderam que, se não forem flexíveis, vão perder os talentos femininos, principalmente em momentos de transição pessoal como a maternidade. Eu me sinto privilegiada, pois P&G e J&J são companhias que têm as pessoas no centro, mesmo. Na P&G, trabalhei meio período até meu primeiro filho completar um ano de idade, e fui promovida a diretora na sequência. Na J&J, há uma iniciativa global de suporte a mulheres, estímulo para se equilibrar a rotina e trabalhar de casa quando possível e necessário. Não à toa, são companhias que têm um board bem equilibrado em gênero, o que também estimula as novas gerações e ajuda a atrair talentos.”

Inspiração – “Acho que todas as mulheres que trabalham em prol de um equilíbrio de gêneros merecem minha admiração. Lembro quando estive no Women in the World, um evento anual cujo objetivo é debater e construir soluções para mulheres e meninas pelo mundo, me impressionou que, independentemente da origem, cultura, idade e classe social, há muitas mulheres fazendo seu papel transformador. E, como disse Madeleine Albright, nesse evento, ‘há um lugar especial no inferno para as mulheres que não ajudam outras mulheres’.”

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JIMMY PALMA - Diretora executiva das áreas de brand solutions e entretenimento da Dogs Can Fly Content Co

O que falta – “Que o nosso gênero feminino deixe de ser a régua pela qual somos medidas ou avaliadas. A mulher ainda tem que provar, demonstrar, comprovar, que pode assumir um cargo de liderança. Assim como existem  homens  capazes para assumir esse cargo, existem mulheres também. Essa capacidade não depende de gênero e sim de habilidades.”

Evolução – “Acho que as mudanças que senti têm a ver mais comigo do que com fatores externos e também com a forma como aprendi a lidar com eles. Comecei a trabalhar quando tinha 20 anos e ainda era estudante de comunicação na faculdade. Eu era a pessoa mais nova da equipe de TV num meio cheio de homens mais velhos que eu. A experiência foi muito particular porque, além de querer demonstrar que era capaz, tinha de ‘convencer’ meus colegas de trabalho que era boa e não era nenhuma criança. Acredito que a minha personalidade, embora tímida e reservada, me ajudou para que eu fosse percebida como uma profissional séria e capaz. Foi pela maneira com a qual me posicionei no meu dia a dia de trabalho. Com o tempo, fui ganhando segurança e entendendo que o fato de ser uma mulher jovem não podia ser obstáculo para meu crescimento profissional e, graças a isso, recebi uma oportunidade bem importante. Um ano depois de ter começado a trabalhar na TV, fui encabeçar uma equipe formada 90% por homens. Foi um grande desafio. Hoje, com meus 30 anos de carreira, sinto que as barreiras que enfrentamos como mulheres, infelizmente, seguem sendo basicamente as mesmas: demonstrar e convencer que somos capazes.”

Inspiração – “Eu me sinto muito inspirada, todos os dias, por mulheres que se destacam não só profissionalmente, mas como seres humanos. Aquelas mulheres fortes que ajudam a construir umas às outras, simplesmente pelo fato de estarem por perto, ou por serem referência de vida, garra e coragem. Eu me inspiro no legado delas, no exemplo, no talento, na persistência na humildade, na compaixão, na amorosidade e na inteligência. São muitas mulheres que me ensinam sempre. Não só pelo tamanho de suas conquistas, mas também pelas suas verdades e grandezas.”

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JULIANNA ROJAS - Líder de marketing para parceiros SMB da Microsoft

O que falta – “O mercado já entendeu que a diversidade traz benefícios reais para as empresas. Companhias com maior diversidade na liderança comprovadamente apresentam melhores resultados ao longo do tempo. Creio que hoje exista uma consciência maior nesse sentido e empresas efetivamente criando movimentos para promover o desenvolvimento e a contratação de mulheres. Mas ainda existe um gap muito grande entre a representatividade da mulher na sociedade e nas posições de liderança das corporações. Vejo esse movimento (pela diversidade) muito mais forte entre os anunciantes do que entre as agências. Acredito que haja falta de conscientização a respeito do impacto negativo da menor participação de mulheres na liderança das agências e da ausência de projetos efetivos para mudar esse cenário. Nas empresas já existem programas efetivos que englobam: identificação de potenciais líderes, coaching, ser obrigatório ter pelo menos uma finalista mulher em processos seletivos, entre outras medidas. Desconheço agências que tenham algo nesse sentido.”

Evolução – “Quando comecei a trabalhar, sentia grandes dificuldades em ser mulher e jovem em uma grande empresa. Percebo que, quando jovem, desenvolvi um comportamento agressivo para me impor e ser respeitada. A tendência das mulheres da minha geração e das anteriores era se masculinizar no ambiente de trabalho para serem tratadas de igual para igual, reprimindo comportamentos considerados essencialmente femininos como sensibilidade, por exemplo. O problema é que com isso as empresas como um todo perdiam exatamente pela falta de diversidade e excesso de padronização.”

Inspiração – “Paula Belizia, presidente da Microsoft, pela sua energia, disposição para mudar padrões e pela liderança na bandeira da diversidade dentro e fora da empresa.”

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LAURA FLORENCE – Vice-presidente de criação da LOV

O que falta – “Mais ‘walk than talk’. Sinto que muito se discute, mas pouca coisa acontece de fato. Vejo um monte de iniciativas que apontam o problema, chamam para discussão, mas não têm nenhuma sugestão para resolver. Vejo também muitas ações de empoderamento feminino, que são importantes, claro, mas resolvem a questão no curto prazo. Precisamos de políticas de contratação que, nesse primeiro momento, possam equilibrar o número de mulheres e homens na liderança. No nosso grupo, por exemplo, temos de ter obrigatoriamente o mesmo número de candidatos e candidatas para um cargo de liderança. Vence o talento e as oportunidades são iguais. Na minha criação, se tiver dois candidatos igualmente talentosos, vou optar pela mulher. Porque o número ainda é desigual. Para mudar uma mentalidade e uma criar nova cultura é preciso equilíbrio de pensamentos. E equilíbrio de pensamentos só se dá na diversidade. Quando chegarmos lá, mudamos o critério.”

Evolução – “Acho que estamos vivendo uma época do ‘megafone’. Parece que tudo que todas as discussões sobre os direitos e o papel das mulheres na criação ficaram represadas e agora abriu a porteira. No começo me sentia muito ‘a menina no clube do bolinha’. E por ser a diferente, aguentei muita coisa sem reclamar. Aguentei não é a palavra certa. A gente interiorizava, às vezes nem via problema. Porque a mentalidade da época fazia a gente pensar que já era um ‘privilégio’ estar ali. Aprendi a ser ‘redatOr’, ‘diretOr de criação’e pensar como um homem. Instintivamente, para sobreviver nesse ecossistema. Hoje uns dos meus maiores desafios é deixar que meu lado feminino também apareça no meu critério criativo. Estou reaprendendo a ser criativA.”

Inspiração - “Michelle Obama, com certeza. Por mostrar suas opiniões, força e liderança mesmo no papel de esposa. Ela não deixa de ser mulher para fazer seu ponto. Uma inspiração pra vida. Do mercado: Paola Colombo (SVP da R/GA São Francisco) e Flávia Spinelli (vice-presidente de estratégia da McGarryBowen São Paulo), mulheres com quem trabalhei. Eita mulheres fortes e inteligentes! Admiro muito. Laura Reis (vice-presidente de operações da LOV), atual companheira de batalha. E Cindy Gallop por sempre colocar tudo no megafone. Devemos muito a ela. Ela abriu o palco pra gente.”

8 de Março (parte II)

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