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Comunicado

Apro repudia anunciante que não quer pagar no prazo acordado

24.05.20

Associação Brasileira da Produção de Obras Audiovisuais (Apro) envia comunicado ao mercado, por meio do qual repudia anunciantes que não estão honrando com seus pagamentos às produtoras, por obras já realizadas e entregues. No caso, o foco é mais explicitamente o Grupo Petrópolis. Leia abaixo o comunicado, na íntegra.

"Um mês depois da APRO divulgar uma carta aberta aos anunciantes (aqui), recebemos a denúncia de uma atividade precatória ao mercado de produção audiovisual, que já está sendo tão castigado e impactado pela crise provocada pela Covid-19.

Em 20 de abril comunicamos que 95% das produtoras associadas estavam com pagamentos atrasados e / ou tiveram pedidos de prorrogação de prazo. Na época, o montante estimado de prorrogações e atrasos de pagamentos somava mais de R$ 25 milhões. Além disso, cerca de 25% das produtoras associadas tinham recebíveis de 2019 que ainda não haviam sido pagos, na ordem de R$ 3.5 milhões.

Hoje, pouco mais de 30 dias após a publicação, fomos informados que o Grupo Petropolis decidiu prorrogar todos os pagamentos de notas a vencer previstos para agosto. Ou seja, quase 70 dias, se considerarmos o pagamento para o primeiro dia útil do mês de agosto.

O intermediador, de um conglomerado publicitário, disse estar ciente do cenário extremamente desafiador para todos devido a pandemia, e que entende a necessidade do ponto de vista do Grupo Petropolis.

Nós, da APRO repudiamos a atitude do Grupo Petropolis e lamentamos a total falta de sensibilidade. É inaceitável que empresas capitalizadas, com franco acesso ao crédito em nível global, transfiram suas responsabilidades para o elo mais vulnerável da cadeia.

Se o problema de fluxo de caixa já é especialmente caro e desafiador às grandes corporações, o que dizer sobre as pequenas e médias empresas, nesta hora em que as receitas simplesmente minguam?

Aumentar os prazos de pagamento agora, num momento de fragilidade coletiva, é determinar a aniquilação das nossas empresas, é impor uma concorrência totalmente injusta, um completo desserviço ao próprio mercado. 

Reiteramos que o não cumprimento de prazos de pagamento atinge toda uma cadeia. Desde a produtora em si, que já está com a saúde financeira comprometida, até a equipe técnica, que não tem remuneração fixa. Sabemos que o momento é de dificuldades, mas também de união. Mais do que apoio, precisamos do cumprimento dos acordos financeiros pré-firmados".

MARIANNA SOUZA

Presidente Executiva APRO

Comunicado

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