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Disney+, enfim

A estreia, o hype, as reações

13.11.19

Depois de meses de expectativas, o streaming da The Walt Disney Company, enfim, entrou no ar. Nesta terça-feira, 12, o Disney+ passou a disponibilizar seu poderoso conteúdo em três países: EUA, Canadá e Holanda. Mas a estreia se deu com falhas técnicas, com alguns usuários sem conseguir se logar ao serviço. Isso, no entanto, não impediu de a plataforma se tornar trending topics nas redes sociais, em especial devido à série “The Mandalorian”, ligada à saga Star Wars.

A demanda superou as expectativas da Disney que celebrou o acesso por um lado, mas por outro correu para tentar resolver os problemas iniciais, conforme aviso dado via Twitter pela companhia e em comunicado de um porta-voz. As interrupções chegaram a sete mil registradas no período de uma hora, pela manhã. De todo modo, as ações da empresa na bolsa em Nova York subiram 1,8% na terça-feira.

Com o custo de US$ 6,99 por mês, no pacote mais básico, e um acervo que inclui Pixar, Marvel, séries populares como Simpsons, conteúdo da National Geographic, produções próprias e lançamentos como o live-action de “A Dama e o Vagabundo”, o Disney+ se estabelece como o mais forte concorrente da Netflix. A meta da gigante do entretenimento é ter 90 milhões de assinantes dentro de cinco anos. Atualmente a Netflix conta com 158 milhões de assinaturas, enquanto a Amazon Prime Video tem uma base de 105 milhões.

Nova era

A Disney diz que a chegada de seu serviço de streaming é o início de uma nova era de entretenimento para a companhia. Pudera. A plataforma contém quase 500 filmes e 7.500 episódios de programas de TV. “O lançamento de Disney+ é um marco histórico para a The Walt Disney Company. Abrimos as portas à nossa próxima era de entretenimento, apresentando novas histórias dos melhores criadores do mundo que, com certeza, vão entreter e inspirar audiências de todas as idades nas décadas vindouras”, declarou Kevin Mayer, presidente do segmento Direct-to-Consumer & International da corporação.

Para a Adweek, a nova plataforma subiu o sarrafo do setor. O review é generoso em elogios ao conteúdo e à interface (confira aqui), o que vai tornar a disputa mais difícil para os concorrentes que se preparam para o mercado no ano que vem, caso do Peacock, da NBCUniversal, e do HBO Max, da Warner Media. Ou mesmo para a Apple TV+, que estreou recentemente (leia mais aqui) ou para a Netflix e para a Amazon Prime Video - o Hulu, vale lembrar, pertence à Disney.

Pelo lado do conteúdo, “The Mandalorian” é a menina dos olhos. Com o ator chileno Pedro Pascal (“Game of Thrones”, da HBO, e “Narcos”, da Netflix), o primeiro episódio da série, na avaliação da Adweek, foi engajador e fascinante. Criado e roteirizado por Jon Favreau, o capítulo tem sequências de ações de tirar o fôlego, remete a filmes de Star Wars e termina com um plot twist que irá assegurar a audiência do público para o episódio seguinte. Importante dizer que, ao contrário da Netflix, o Disney+ não disponibiliza todos os capítulos de uma vez. Será preciso esperar a próxima sexta-feira para continuar acompanhando a série.

A Wired ressalta que, por qualquer ângulo que se olhe, a estreia do Disney+ foi superior à da Apple TV+, que apostou especialmente na série “The Morning Show”, com Jennifer Aniston, Reese Witherspoon e Steve Carell. A produção não obteve a quantidade de críticas positivas que a empresa esperava. Pelo viés do conteúdo, aliás, o streaming da Apple não teria chance contra o arsenal da Disney, já que deu largada com pouco oferta original, precisando galgar muitos degraus nesse quesito.

Como observa a Wired (veja mais aqui), a Disney tem uma grande vantagem sobre seus concorrentes: a experiência em oferecer entretenimento. Ela não precisa de anos de tentativa e erro para poder agradar ao público. A companhia já conta com campeões de popularidade em sua plataforma. A Disney conhece sua audiência, avalia Dan Rayburn, analista de mídia e streaming ouvido pela Wired. A Apple nunca foi uma produtora de conteúdo. Nunca ocupou esse espaço antes. Como então a empresa fundada por Steve Jobs poderia se virar para o público e perguntar: “afinal, o que vocês querem ver?”.

Conhecer a audiência é um processo que pode levar anos. A Amazon e a Netflix estão passando por isso, embora eles sejam empresas de tecnologia altamente capacitadas a interpretar dados. Até alcançar o sucesso com "House of Cards", a Netflix levou dois anos tentando se acertar nesse sentido. E ela continua se esmerando para manter seu público. Segundo a Wired, a companhia está investindo US$ 15 bilhões em conteúdo original apenas neste ano, tudo na busca de encontrar o próximo grande hit.

Na próxima semana, o Disney+ chega a mais mercados: Austrália e Nova Zelândia. Em 31 de março de 2020, será a vez de Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Espanha e outros países da Europa ocidental. A previsão de o serviço começar a funcionar no Brasil é novembro de 2020. Um ano inteiro ainda.

Lena Castellón

Disney+, enfim

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