Donas da Rua

A escritora e poeta indígena Eliane Potiguara é homenageada pelo projeto "Donas da Rua", da Turma da Mônica. Ela recebe traços da personagem Jurema, por sua luta pela preservação da defesa dos povos indígenas.

Nascida na cidade do Rio de Janeiro na década de 1950, a origem étnica potiguara veio dos avós nordestinos. O bisavô de Eliane, o indígena potiguara Chico Solón de Souza, desapareceu por volta de 1920, na Paraíba, época em que a região era destinada à plantação de algodão e indígenas que se opunham às condições impostas corriam o risco de serem assassinados.

Após o desaparecimento, a família mudou-se para o estado do Rio. Dona Lourdes, avó de Eliane, dedicou-se a narrar a história do seu povo para os seus descendentes. Por meio desses relatos, ela desenvolveu a paixão pela escrita. Eliane é formada em Letras e Educação pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), especializou-se em Educação Ambiental pela UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto) e fundou a primeira organização de mulheres indígenas no Brasil, o Grumin.

Eliane publicou diversos livros, participou de coletâneas, além de criar o primeiro jornal indígena. Participou da elaboração da “Declaração Universal dos Direitos Indígenas” na ONU e foi nomeada Embaixadora Universal da Paz, em Genebra, e indicada pelo Círculo Universal dos Embaixadores da Paz, da ONU, por defender a paz no mundo. Em dezembro de 2021, recebeu o título de doutora Honoris Causa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, o primeiro concedido a uma indígena.

O objetivo da iniciativa é trazer visibilidade a mulheres notáveis para inspirar meninas e outras mulheres em áreas como artes, ciências, esportes e literatura.

Além de Eliane, outras mulheres fazem parte do hall das "Donas da Rua da História", entre elas, Deh Bastos, atualmente sócia e ECD da MAP Brasil (leia aqui) e Maya Angelou, poeta e defensora dos direitos civis (aqui).

Espie todas as homenageadas aqui.