Festival do Clube 2016

Eles estão com o poder. Eles estão moldando os comportamentos. É com esta sensação que o público que acompanhou o painel “Influenciador: commodity ou criador de conteúdo?” saiu da Sala Globosat no Festival do Clube.

O debate, mediado por Carlos Fonseca, diretor executivo de criação da R/GA, contou com a participação de Vitor Knijnik, CEO da Rede Snack; Marcia Esteves, COO da Grey; Bia Granja, cofundadora da plataforma youPIX; e Rafael Mantesso, publicitário dono do bull terrier Jimmy Choo, estrela do Instagram.

Logo no início, os participantes combinaram que o termo ‘influenciador’ seria deixado de lado – os criadores de conteúdo passariam a ser chamados de ‘creators’. “Influenciador é um termo ‘desgraçado’”, confessou Knijnik. “Acho que o termo causa até certo desentendimento do mercado. As marcas e as agências acabam entendendo errado o contexto”, reforçou Fonseca.

E, para fortalecer ainda mais o "novo mundo" que vivemos, um vídeo do youPIX (clique aqui e veja) explicou o novo cenário. “Temos 190 canais com mais de um milhão de inscritos no YouTube. É muita coisa. Eles primeiro criam conteúdo e influenciam o próximo depois de terem feito muita coisa. As agências precisam entender que não estão comprando mídia. Estão comprando a relação que os creators têm com a audiência”, ressalta Bia.

Mantesso contou um pouco da relação com o seu cachorro – seu perfil no Instagram tem 600 mil seguidores (aqui). Ele e Jimmy já estiveram em diversos veículos de imprensa internacionais, como o The Huffington Post, USA Today, Daily Mail e na capa do The Times. O bull terrier já até “assinou” uma linha de produtos criados pela marca de acessórios Jimmy Choo. “Essa parceria deu muito certo porque a própria CEO da marca me ligou para fazermos a parceria. Tive autonomia para fazer tudo”, contou o dono do simpático cão.

“É uma mudança cultural muito grande. As marcas eram donas do break. E essa novidade não é tão fácil assim de ser entendida”, lembrou Knijnik. “Vivemos numa era de conteúdo – e de conteúdo de verdade. O anunciante pode aparecer, mas ele tem que aparecer numa relação de transparência. Acredito também que as marcas precisam abraçar canais, como acontecem com os pacotes de mídia na TV”, reforçou o CEO da Rede Snack, network que conta com mais de 20 canais.

Bia, por sua vez, ainda lembrou de outra importante questão nesse novo mundo: o mapeamento do creator e sua aderência ao objetivo da marca. “Quando se mapeia errado, perde-se toda a essência. Sempre temos que levar em consideração a quantidade de seguidores, o engajamento destes seguidores e a sinergia com o tema. Daí saem 5 ou 6 tipos de influenciadores. Com isto, afinando o objetivo, você chega lá”, explicou.

Marcia Esteves, COO da Grey, ainda lembrou de uma relevante questão – que deveria ser usada em toda a publicidade, mas que vale ainda mais para a relação com os creators. “A marca tem que escutar, entender e depois falar”, pediu.

Renato Pezzotti

Confira a programação completa do Festival, aqui.

Serviço:
Festival do Clube de Criação 2016
Quando: Setembro, 10, 11 e 12 – 2016
Local: Cinemateca Brasileira - São Paulo – Brasil
Largo Senador Raul Cardoso, 207, Vila Clementino

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