Festival do Clube 2017

Quais os ingredientes para realizar um filme de sucesso e bem resolvido? Daniel Rezende, diretor de "Bingo", o filme brasileiro indicado para concorrer a uma vaga no Oscar 2018 (leia aqui), deu algumas dicas no painel “Cortes e recortes de um diretor/montador”.

Escolher uma história com a qual você se identifique de verdade, no caso do Daniel, ter um personagem central forte da cultura pop brasileira, manter suas lentes fiéis ao período da história, escolher um trilha, original ou não, arrebatadora, escolher atores que se entreguem, escolher um montador de primeira e, mais do que tudo isso, escolher a melhor equipe possível (não uma equipe com amigos, mas com os melhores profissionais disponíveis no mercado): “Cinema é feito em equipe: diretor de arte, fotógrafo, roteirista, montador, todos seguindo a direção de um capitão, mas que sem eles, não chega a lugar nenhum” destaca Rezende.

A conversa moderada por Alexandre Lucas (Sócio e Diretor de Cena da Bossa Nova Films); Duda Izique (Story Producer da The End) e Mariana Ricciardi (Produtora de Cinema e TV - Barry Company) girou em torno do processo criativo do diretor, os aprendizados como montador de filmes premiados, entre eles "Tropa de Elite" e "Cidade de Deus", e principalmente, a importância de ter boas histórias para contar.

Segundo ele, um dos maiores aprendizados de sua carreira como montador foi entender o que funciona e o que não funciona, o que vira filme e o que fica na ilha de edição, quando usar a intuição e quando ser racional. “Quando eu decidi sair da cadeira confortável da ilha de edição para dirigir, eu sabia que iria conseguir usar muito do que eu tinha aprendido lá, incluindo aí uma certa precisão do que você vai poder usar”, explica.

Entretanto, como gosta de ressaltar, ‘o cinema é uma arte viva’ no sentido de que há mudanças o tempo todo. Daniel conta que, no ste de Bingo, teve de se policiar para não ficar na direção certeira do corte que a sua bagagem anterior lhe concedeu. E teve de exercitar o olhar 360 graus.

Elogiado sobre a atuação de Vladimir Brichta no papel de Bingo e de Leandra Leal, como a diretora Lucia, Daniel conta que tão importante quanto o roteiro é a escolha dos atores e a descoberta de quais personagens eles são capazes de interpretar. Por um lado a irreverência de um palhaço, por outro, o drama da vida real bem colocado.

Daniel, que é DJ nas poucas horas vagas, dá sempre um destaque à parte para a trilha sonora de seus filmes, e com Bingo não foi diferente: ele foi muito bem pensada. O diretor tem um grande acervo de vinis e disse que sabia muito bem qual música iria finalizar cada cena do longa. (Dica do diretor, oução a playlist oficial de Bingo no Spotify. Também é dele a curadoria de outra lista com hits dos anos 80, no mesmo mote de Bingo).

A campanha de lançamento de Bingo se diferenciou pela mesma irreverência que o filme entrega. Em um dos teasers para chamar a atenção do público, os atores Wagner Moura (primeiro escalado para fazer Bingo) e Vladimir Brichta brincam com a escolha para viver o personagem (veja aqui)

Para encerrar, Daniel, que é por formação publicitário, e começou carreira na O2, tendo sido por anos da equipe de Fernando Meirelles e tendo editado muitos comerciais, sublinhou: “a humanidade precisa e sempre precisará de histórias, verdadeiras ou não. As pessoas se alimentam e vivem de histórias, então vamos escolher boas histórias e fazer filmes cada vez mais bacanas no Brasil ”, concluiu.

Beatriz Lorente

Serviço:

Festival do Clube de Criação 2017

Quando: Setembro, 16, 17 e 18 - 2017
Local: Cinemateca Brasileira - São Paulo – Brasil
Largo Senador Raul Cardoso, 207, Vila Clementino

www.festivaldoclubedecriacao.com.br

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#FestivaldoClube2017

Hosted by: Clube de Criação

Temos Shuttle para quem quiser estacionar no Hotel Pullman Ibirapuera
Horário: das 08h30 às 22h30
Trajeto: Pullman / Cinemateca / Pullman
Tarifa especial para o Festival: R$ 35 o período