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Festival do Clube 2021

Maxwell Alexandre: estar em arte empodera as quebradas

22.09.21

Em painel da 9ª edição do Festival do Clube de Criação, nesta quarta-feira, 22, o artista plástico Maxwell Alexandre tratou da quebra de paradigmas na construção de um novo modelo de arte figurativa popular e inclusiva.

Maxwell, um dos mais celebrados artistas plásticos brasileiros da atualidade, nascido em 1990 na Favela da Rocinha, no Rio, foi entrevistado por Ary Nogueira, sócio e diretor de criação da Gana; Marcos Medeiros, sócio e diretor de criação da Crispin Porter + Bogusky; e Angela Bassichetti, head de creative shop APAC na Facebook.

Nogueira tratou da importância de levar a “molecada negra” para esse desafio contemporâneo da aventura criativa. “Como fazer com que a rapaziada esteja neste mundo da arte?”, perguntou. Segundo Maxwell, estar em arte” é fundamental no processo de empoderamento das quebradas.Eu disse para um amigo que não se trata apenas de fazer objetos, mas de adotar uma nova postura e colocar-se no mundo”, afirmou.

O sócio da Gana também questionou o artista sobre o uso de seus materiais de trabalho, como o henê, produto utilizado para tingir e alisar os cabelos. “É porque minha obra se legitima pela existência preta, pela coerência entre materiais e conteúdos artísticos”, disse Maxwell.

De acordo com o artista, é importante conquistar um lugar para a expressão permanente das periferias. “Porque a arte e a filosofia exigem que as necessidades carnais, básicas do ser humano, estejam satisfeitas”, explicou. “E isso, normalmente, não é permitido no ambiente de velocidade das urgências da periferia”.

Angela quis saber sobre o lugar do artista no espaço glamuroso das artes. “Como você se sente nesses ambientes que não se cruzam com a realidade da periferia?”, perguntou. “O esporte, o berço evangélico e a experiência militar me deram certa resiliência e me prepararam para ter um papel de protagonismo, avançando sobre esse mundo”, respondeu Maxwell. “O importante é ocupar esses campos de privilégio, porque você vira uma fortaleza quando supera essas barreiras”.

Marcos Medeiros tratou da síndrome de vira-latas, e da escalada de Maxwell na busca do reconhecimento. “Como você se sente ao ter de fazer exposições no exterior antes de ser valorizado aqui no Brasil?”, questionou. “Descobri que a Rocinha era a síntese do Brasil, e que, nos dias de hoje, o Rio de Janeiro poderia ser o melhor lugar do mundo para se fazer arte”, comentou Maxwell.

Chamei o foco para a cena carioca, da quebrada, mas agindo no mundo”, completou. Para o artista, a escolha dessa cena não convencional contribui para criar um novo olhar sobre a realidade e para alterar a percepção do papel das pessoas pretas na construção de uma nova sociedade.

Walter Falceta

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Os painéis do Festival do Clube 2021 têm transmissão pelo Globoplay. Para acompanhar o evento ao vivo e de graça escolha sua sala por aqui.

A programação completa está aqui.

Serviço
Festival do Clube de Criação
Quando22 e 23 de Setembro de 2021
OndeGloboplay
InscriçõesSympla
Hosted byClube de Criação
www.clubedecriacao.com.br
Fone: 55 11 3034 3021
Whatsapp: 11-93704-2881

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