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Festival do Clube 2021

Os jovens protagonistas de um novo mercado

23.09.21

Eles são jovens e têm utilizado a criatividade em suas mais diversas formas para criar conexões e pensar em soluções para problemas reais das pessoas, especialmente aquelas que nunca foram atendidas pelas marcas. Driblando a falta de diversidade latente no mercado de comunicação, eles têm conseguido liderar e evoluir na carreira, ao mesmo tempo em que tentam inspirar novos talentos e lembrar a todos que o caminho a percorrer para a representatividade na comunicação ainda é longo.

O Festival do Clube de Criação promoveu o debate “Jovens que estão mudando o mercado da comunicação”, com mediação de Thamara Pinheiro e Israel Bastos, do hub criativo Auê, para ouvir histórias de pessoas que estão transformando o mercado.

O Auê por si só já é um exemplo disso. O hub criativo de impacto e inteligência cultural foi lançado no começo do ano visando provocar impacto positivo na sociedade.Segundo o IBGE, 54% da população do Brasil é preta, mas as lideranças das 30 maiores empresas são apenas 4,7%. É uma realidade muito desigual, mas as empresas mais diversas no segmento de comunicação estão no topo, construindo caminhos para a diversidade, explica Israel. “Temos uma busca pela diversidade que falta no mercado, por soluções reais para problemas de verdade, e não a criatividade pela criatividade. O novo mercado se constrói a partir disso”, acrescenta Thamara.

Israel lembra que são os pequenos projetos que aceleram mudanças e são exemplos do poder para mudar organizações, estruturas e pensamentos. Na apresentação, as histórias dos convidados falam por si só e mostram que eles vieram para ficar. E, mais do que isso, para mudar - são eles André Chaves, idealizador da Papel & Caneta, Jéssica Gomes, creative & communications director da Sallve, e Júlio Beltrão, diretor artístico da Mynd e líder do projeto “Wakanda is Here”.

Jessica é de Nova Lima (MG) e chegou a São Paulo em 2018 para construir carreira de redatora. Hoje trabalha na Sallve, marca de cosméticos nativa digital que oferece produtos inspirados nas necessidades reais das pessoas. Uma de suas funções é movimentar processos não apenas na comunicação, mas em todas as esferas da companhia. “Temos um olhar de mover as estruturas e botar criatividade para problemas sociais dentro de uma empresa como um todo. Logística, tecnologia, toda a cultura da Sallve é inspirada em necessidades reais. Aprendemos constantemente que a construção de marca está em todas as pontas, sem estrangeirismo internos e externos. E todo o Brasil tem que ter uma experiência similar, como a do frete grátis. Não podemos dizer que a Sallve é diversa e inclusiva para fora, se não for assim por dentro”, afirma a profissional, que também é cofundadora do Navaranda - mulheres em rede, empresa criada para produzir experiências, encontros e conteúdos sobre diversos contextos do universo feminino.

Júlio Beltrão saiu da periferia para trabalhar na Mynd, onde cuida de projetos como o núcleo de conteúdos pretos, além de ser creator. “Hoje, temos muitas coisas para bater de frente e aprender como fazer publicidade mais diversa, igualitária e entregar e realizar sonhos”, diz Júlio. Desde há alguns anos, segundo ele, as marcas já querem criadores de conteúdo, mas os criadores pretos têm números menores que os brancos. “Temos hoje uma briga para eles serem contratados, e não para falar de racismo ou superação, como as marcas sempre puxam nos briefings já estereotipados. Queremos que as marcas escolham criadores de conteúdo pretos não porque oferecem o menor valor para eles ou por cota, mas porque eles são criativos e precisam ser duas vezes mais criativos para ter as coisas que os outros que estão na nossa frente têm”, diz Júlio.

André Chaves é de Aracaju (SE) e foi morar fora do país para tornar real seu sonho de lançar a Papel & Caneta há sete anos. A empresa não trabalha para marcas, mas sim conectando líderes para trabalhar com ativistas em causas sociais e ambientais, tendo projetos como a lista de jovens que promovem transformações no mercado. Uma das reflexões dele no debate foi sobre a dificuldade de precisar estar sempre inspirando mudanças. “Há uma ansiedade e angústia de não saber se o que fazemos é suficiente. Esperar mudança do mercado é bem cansativo”, afirmou, relembrando que pensou em parar com o projeto da Papel e Caneta com cinco anos de mercado.

Felipe Turlão

Leia anterior aqui.

Os painéis do Festival do Clube 2021 têm transmissão pelo Globoplay. Para acompanhar o evento ao vivo e de graça escolha sua sala por aqui.

A programação completa está aqui.

Serviço
Festival do Clube de Criação
Quando22 e 23 de Setembro de 2021
OndeGloboplay
InscriçõesSympla
Hosted byClube de Criação
www.clubedecriacao.com.br
Fone: 55 11 3034 3021
Whatsapp: 11-93704-2881

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