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Festival do Clube 2023

Estrelas 'imperfeitas' na 47ª edição do Anuário

26.09.23

O “imperfeito” é o tema do 47º Anuário do Clube de Criação, primeira edição do livro que teve direção de arte de duas mulheres negras: Camila Rodrigues, diretora de criação da Wieden+Kennedy, e Giulia Fagundes, DA e designer independente, com colaboração do ilustrador Lucas D’Ascenção.

Os três subiram ao palco do auditório Simón Bolívar neste domingo (24), durante a edição de 2023 Festival do Clube, para apresentar o Anuário e compartilhar com o público como foi o processo de cocriação da obra.

Camila e Giulia se conheceram pessoalmente no Festival do Clube do ano passado e, quando foram convidadas a assinar a direção de arte do livro, conversaram durante uma hora e meia por telefone, identificando muitos pontos em comum em suas trajetórias profissionais - incluindo o fato de terem, em alguns momentos, duvidado do que elas sabiam e da percepção de que os lugares de destaque pareciam não terem sido feitos para “pessoas como nós”, como relatou Camila.

Desse encontro de almas e desse lugar de vivência com perspectivas únicas e singulares nasceu a ideia de trazer um “olhar novo” sobre o símbolo usado pelo Clube desde a sua fundação – a estrela. “Já vimos a estrela ser representada de diferentes formas ao longo dos anos pelos Anuários: como valiosas, em referência aos metais dos troféus; ou um pouco distantes, como nas constelações. Mas sempre perfeitas e simétricas, simbolizando o ‘inalcançável’”, observou a DC da W+K. “Decidimos, então desconstruir esse ideal de perfeição”.

Como guia, elas partiram de uma frase da cantora-compositora e bailarina Janelle Monáe, que recomenda abraçar aquilo que torna a pessoa única, "mesmo que deixe os outros desconfortáveis”. Definido o tema, como representá-lo visualmente? Giulia revelou que elas optaram por um tipo de “impressão imperfeita”, a risografia – que tem como base a impressão por estêncil. A fonte escolhida, a Dystopia, traz letras com “geometrias exageradas, funcionando como um contraste ao caminho estético da riso, segundo Giulia. As duas cores principais, rosa e laranja, mais o preto e branco, são uma maneira de fugir um pouco das cores minimalistas - e que são associadas ao Clube de Criação (amarelo, preto e branco) - mas já bastante utilizadas em outras edições do Anuário.

Também pensamos muito na redução dos custos, para mostrar que é possível criar algo bem interessante visualmente e conceitualmente mesmo com uma impressão que não seja super sofisticada – isso também pesou para que escolhêssemos menos cores, para baratear a impressão”, contou Giulia.

Para chegar às estrelas imperfeitas que ilustram as páginas do Anuário, as criativas partiram da estrela que está no imaginário comum e começaram a desenhar outras formas com cinco pontas, a fim de mostrar que outras visões e perspectivas podem funcionar bem. Algumas dessas formas foram selecionadas para representar cada categoria do 47º Anuário.

Para o conteúdo do livro, pensamos em exaltar o que precisa ser destacado, ou seja, os trabalhos selecionados, e em especial as imagens, criando uma estrutura de texto, com as pessoas que estão nas fichas técnicas das peças, que fosse fácil de ser lida”, declarou D’Ascenção.

Cada projeto selecionado para entrar no 47º Anuário independentemente do prêmio conquistado – ganhou uma página do livro, que conta com quase 500 páginas no total.

Em tom neon, a capa não é única, são quatro modelos diferentes com desenhos das estrelas imperfeitas, colaborativas, que juntas formam um todo, uma estampa maior. “A ideia das quatro capas diferentes que se complementam define bem todo nosso processo criativo, que se resume na palavra ‘colaborativo’”, completou Giulia.

Quatro diretores de criação - Bruno Oppido (Plant), Douglas Reis (DPZ), Roma Joana (AlmapBBDO) e Vanessa Ferreira (Estúdio Preta Ilustra) - assinaram a direção de arte do 46º Anuário, leia aqui.

Valéria Campos

11º Festival do Clube de Criação

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