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Medida Provisória

Sessões de impacto ampliam acesso ao filme

12.05.22

Primeiro longa de ficção dirigido por Lázaro Ramos, “Medida Provisória” tem provocado debate entre fãs de cinema. Lançado no dia 14 de abril e estrelado por Taís Araújo, Alfred Enoch e Seu Jorge, o filme se tornou sucesso de bilheteria. Os números mais atualizados apontam que ele foi visto por 396 mil pessoas. Mas há mais uma parte da história que torna “Medida Provisória” um caso especial. É a estratégia de distribuição desenvolvida para permitir que o longa chegasse a outras camadas da sociedade que têm mais dificuldades de ir ao cinema.

A trama se passa num futuro distópico em que o governo brasileiro decreta uma medida que obriga os cidadãos negros a voltarem à África. O “argumento” dos governantes é que isso seria uma maneira de reparar os tempos de escravidão. O filme mistura questões sociais, humor, drama e thriller.

Como fazer com que essa temática de grande relevância chegasse para mais gente? Por meio do que se chamou de sessões de impacto. Isso quer dizer sessões promovidas com a ajuda de empresas ou entidades para gerar reflexões. A proposta foi organizada em duas formas: sessões fechadas para colaboradores de uma determinada companhia ou organização, seguidas de debate e ações de letramento racial; e sessões com participação de membros de comunidades, alunos e organizações sociais, patrocinadas por empresas comprometidas com o tema.

O filme, que contou com 850 profissionais negros à frente e atrás das câmeras, pedia uma estratégia diferenciada de distribuição. Fizemos um brainstorming e uma das perguntas era: “como podemos levar ao cinema a população de baixa renda?” Foi daí que surgiu o projeto das sessões de impacto, com diversas empresas patrocinando a ida de seus funcionários ou de ONGS parceiras aos cinemas, em busca de letramento racial”, conta Sabrina Wagon, CEO da Elo Company, responsável pela distribuição de “Medida Provisória”.

Facilitar o acesso das pessoas à cultura é uma meta dos projetos de Lázaro Ramos, que entende que barreiras sociais e econômicas podem distanciar o público de diversas obras teatrais, audiovisuais e musicais. Além disso, como observa Sabrina, o grupo de produtores do longa, composto por Daniel Filho, Rodrigo Saturnino, Claudia Bejarano e Tania Rocha, é extremamente experiente e aberto à inovação.

Diversas empresas aderiram ao projeto, como Visa, BV, SumUp, Genera, L’Oréal e AmorSaúde. Segundo Sabrina, há mais duas que devem ser divulgadas em breve. Já foram realizadas mais de 120 sessões, atingindo 18 mil pessoas. Lázaro Ramos esteve presente em algumas para debates focados em letramento racial.

"Venho do mercado financeiro e criei a Elo porque adoro inovação e, principalmente, porque tenho amor por fazer o que faço. Uma das coisas em que mais acredito é no poder do audiovisual. Estudei muito sobre conteúdo de impacto social e entendo o filme do Lázaro nesse sentido. É entretenimento, tem a jornada do herói e um pouco de cada gênero, como drama e comédia. Ou seja, é feito para o grande público. Ao mesmo tempo, tem uma causa forte. E um objetivo de quebrar muros, isto é, passar a mensagem não só para os 'catequizados', mas principalmente para o negacionista, aquele que não sabe ou não acredita na história”, analisa Sabrina.

Medida Provisória”, que ainda está em cartaz nos cinemas, tem produção de Lereby e Lata Filmes e coprodução da Globo Filmes e Melanina Acentuada. A distribuição é da Elo Company e codistribuição da H2O Films.

 

Medida Provisória

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