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Mulheres e trabalho

Contratação cai e diferença de gênero se acentua, diz LinkedIn

21.07.21

Um levantamento global do LinkedIn mostra que a igualdade de gênero ainda não é uma realidade para a maioria dos empregos que estão tendo rápido crescimento. As lacunas mais evidentes estão em funções que exigem habilidades tecnológicas especializadas. Além disso, a contratação de mulheres para cargos de liderança teve queda acentuada durante a pandemia.

Estes são os resultados da pesquisa do LinkedIn, que identificou os 99 empregos que estão com alta demanda em 20 economias no mundo (incluindo o Brasil). O levantamento se baseou nos dados sobre mulheres e mercado de trabalho do Relatório Global de Gênero do Fórum Econômico Mundial, divulgado em março.

De acordo com a análise do LinkedIn, a redução do número de mulheres contratadas na pandemia em postos de liderança leva ao regresso de 1 a 2 anos em vários setores. Os declínios foram vistos de modo mais agudo nos seguintes segmentos: recreação e viagens, varejo, educação e serviços profissionais. Por outro lado, quatro áreas expandiram a proporção de mulheres contratadas: software e serviços de TI, serviços financeiros, saúde e manufatura.

O LinkedIn observou que, em média, as mulheres se candidataram 11% menos a empregos no ano passado em comparação com os homens. De acordo com a rede, as respostas delas revelam que o maior obstáculo para buscarem uma nova oportunidade foi a falta de conexões certas (networking) para serem notadas pelos times de recrutamento. Aparecem ainda fatores como falta de experiência e habilidades, além de competitividade do mercado.

Diferenças de gênero

No mundo, a representação feminina quase não mudou desde 2018, destacou o LinkedIn. Uma área que está com alta demanda, a computação em nuvem, por exemplo, teve uma variação sutil. A participação de mulheres no setor é atualmente de 14,2%, uma melhoria de 0,2 pontos percentuais em relação a 2018.

Já a participação de mulheres em funções de dados e Inteligência Artificial ficou em 32,4%, queda de 0,1 ponto percentual desde fevereiro de 2018. Também apresentaram redução os cargos de desenvolvedoras de full stack, engenheira de dados e engenheira de nuvem.

Disparidade de gênero no Brasil

O LinkedIn destaca que, no ritmo relativo atual, a previsão do Relatório Global de Gênero do Fórum Econômico Mundial  é de que o problema da disparidade de gênero só será resolvido em uma média de 52 anos na Europa Ocidental, 61 anos na América do Norte e quase 69 anos na região da América Latina e do Caribe. Em todas as outras regiões, a pesquisa aponta que levará mais de 100 anos para fechar essa lacuna.

O Brasil está na 93ª posição deste ranking, que considera 156 países. Hoje, 61,9% das mulheres e 80,1% dos homens compõem a força de trabalho, sendo que elas representam 39,4% dos cargos de gestão no país.

Oportunidades para mudar essa realidade

De acordo com Ana Claudia Plihal, executiva de Soluções de Talentos do LinkedIn, neste momento em que governos e empresas planejam os próximos passos para o pós-pandemia, a igualdade de gênero precisa ser considerada nas abordagens de recuperação econômica. “Estamos falando de garantir que as culturas e estruturas de negócios adotem práticas com foco na diversidade e que as organizações examinem como incorporar a equidade na busca e seleção de talentos, criando processos mais igualitários para a experiência, recompensa e desenvolvimento dos funcionários”, afirmou.

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