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Historiadora que pesquisa mulheres no mercado de trabalho é premiada
A Real Academia de Ciências da Suécia, que atribui o Prêmio Nobel, anunciou nesta segunda-feira, 09, que o Prêmio Sveriges Riksbank em Ciências Econômicas foi atribuído à historiadora norte-americana Claudia Goldin, da Universidade de Harvard. A honraria se deve a seus estudos que permitiram avanços na “compreensão dos resultados do mercado de trabalho das mulheres”.
É a terceira mulher na história do Nobel a conquistar o reconhecimento na categoria. Ela receberá uma medalha e o prêmio de 11 milhões de coroas suecas, que equivale a US$ 999 mil, aproximadamente.
A entidade destacou que Claudia apresentou o primeiro relato abrangente sobre os ganhos das mulheres e a participação delas no mercado de trabalho em séculos.
As pesquisas da historiadora se basearam em mais de 200 anos de dados dos EUA, muitos deles “escondidos”, o que obrigou a historiadora a fazer um importante trabalho investigativo. Esse mergulho lhe permitiu demonstrar as diferenças determinadas pelo gênero nos rendimentos salariais e como as taxas de emprego mudaram ao longo do tempo.
Claudia mostrou que a participação feminina no mercado de trabalho não teve uma tendência ascendente, e sim uma curva em forma de U (veja ilustração acima, no carrossel de imagens). A participação das mulheres casadas diminuiu com a transição de uma sociedade agrária para uma industrial no início do século XIX, mas depois começou a aumentar com o crescimento do setor de serviços no começo do século XX. Segundo a historiadora, esse padrão é fruto de mudanças estruturais e da evolução das normas sociais relativas às responsabilidades das mulheres no lar e na família.
Historicamente, grande parte da disparidade salarial entre homens e mulheres pode ser explicada por diferenças na educação e nas escolhas profissionais. Durante o século XX, porém, os níveis de educação das mulheres tiveram um progresso contínuo. Na maioria dos países mais desenvolvidos, elas estão mais preparadas do que os homens, no ponto de vista acadêmico.
Claudia demonstrou ainda que o acesso à pílula contraceptiva desempenhou um papel decisivo na transformação do mercado de trabalho para a mulher, oferecendo novas oportunidades para o planejamento de carreira.
Atualmente, a maior parte da diferença nos rendimentos ocorre entre homens e mulheres que exercem a mesma função. Ela surge em grande parte a partir do nascimento do primeiro filho. Os estudos de Claudia apontam que seria de grande importância que o mundo corporativo planeje e financie o retorno das funcionárias e colaboradoras que tiveram filhos ou que ofereça condições mais flexíveis de trabalho para essas mulheres.
Veja os demais ganhadores das categorias do Nobel neste ano:
Paz – Narges Mohammadi, uma ativista pelos direitos humanos no Irã
Literatura – Jon Fosse (Noruega)
Medicina – Drew Weissman (EUA) e Katalin Karikó (Hungria), por pesquisas que permitiram o desenvolvimentos de vacinas de RNA mensageiro, eficazes contra a covid-19
Química – Alexey Ekimov (Rússia), Louis E. Brus (EUA) e Moungi Bawendi (França), pelo desenvolvimento de pontos quânticos, nanopartículas que podem levar luz ou catalisar reações químicas em diversas aplicações
Física – Anne L’Huillier (França), Ferenc Krausz (Hungria) e Pierre Agostini (França), por estudos no campo dos elétrons que permitem gerar pulsos de luz extremamente curtos