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O Espaço é Seu

Fabiano Coura opina sobre Cidade Limpa

29.09.06

"Para onde vai a verba agora? Qual será a nova 'pizza' dos investimentos de nossos clientes? Esse deve ser nosso principal questionamento neste momento. Vou fingir, por um breve momento, que não sou publicitário, que não estou absolutamente preocupado com o cenário que temos pela frente. Vou fingir que não estou chateado com o inerente aumento do desemprego na cidade e com o pânico de nossos clientes. Vou ignorar a opinião unânime de que precisamos de controle, não de proibição, e o fato de medida semelhante ter sido legal para Paris, Nova York e Londres. É claro que teremos uma perda enorme para nosso setor e sentiremos saudades das brilhantes campanhas que abraçaram regionalmente consumidores de todo o país, através da mídia exterior.


Vamos olhar as coisas um pouco mais de cima. Vamos admitir que a cidade vive em meio a um caos, devido à enorme quantidade de entulho e instalações ilegais – 61% delas, segundo a Central do Outdoor. Um mercado que não respeita limites e impõe às pessoas a condição de obrigatoriamente consumir lixo visual – em quantidade e em qualidade (estou falando dos anúncios criados pelos cunhados que sabem “mexer no Photoshop”).

Ainda segundo a Central de Outdoor, 9% das pessoas assumem que a poluição visual hoje já é pior do que a poluição da água e do ar!


Um minuto! Vamos escutar o pedido do freguês antes de continuarmos? 'Garçom, quero interatividade, conteúdo e inteligência nessa pizza. Tenho mais poder do que nunca para ignorar sua comunicação. Se você não souber me envolver com experiências gratificantes, levanto dessa mesa agora e vou para a pizzaria do lado.'

Em outras palavras, os consumidores esperam hoje muito mais do que a exposição passiva. Desejam participar do seu mix de comunicação. Querem se entreter, consumir mídia na forma de serviço, 'clicar' e experimentar – na hora – as promessas que estão por trás da sua marca.


Acredito que o principal ingrediente para fazer essa pizza seja o bom senso. Os sabores da pizza dependem do gosto dos fregueses dos nossos clientes, o que deve ser levado muito a sério para que possamos continuar entregando uma comunicação de qualidade: relevante, criativa e eficiente, independentemente do tamanho que cada um dos seus pedaços venha a ter (um de jornal, um de revista, um de TV, um de marketing direto, um de internet, um de promoção e um de guerrilha).


Como sempre, vale ter cautela e aguardar um pouquinho mais antes de fechar essa conta, já que não podemos nunca esquecer que vivemos mesmo em um País onde muita coisa sempre acaba em pizza! Aliás, quero a minha: meia 'ativação' e meia 'propaganda'."


Fabiano Coura, diretor de planejamento de ativação da Neogama/BBH


Clique aqui para saber mais sobre o projeto Cidade Limpa.

Comentários

Jacques Meir - E daí que o projeto foi aprovado? Somos publicitários, os gurus da comunicação integrada. O que devemos fazer? 1- ajudar na medida do possível as empresas que são verdadeiras parceiras em mídia exterior para que se recuperem; 2- Nos solidarizar de alguma forma com muita gente que vai perder emprego num período ruim (final de ano e início do próximo, pós-eleição, com recessão à vista); 3- Criar alternativas de exposição mais rentáveis para as marcas que defendemos; 4- Ter uma visão mais crítica e mais atuante junto à comunidade. Ser menos ensimesmado e menos arrogante; 5- em resumo: fazer do limão uma limonada e não ficar blasfemando, bancando injustiçado. Esse é o panorama hoje em dia. Cada vez mais e mais restrições à propaganda. E, só para lembrar, quanto mais restrições à propaganda, menos autêntica democracia. A propaganda é avalista da democracia. Quanto mais propaganda o país tem em seus veículos de comunicação de massa, mais livre é. E mais capacidade de se auto-regular possui, para evitar situações como a que vivemos agora. jacques.meir@mrbrands.com.br


 henrique - Dois discursos bem articulados acabei de ler aqui. Mas escondem a verdadeira verdade: Não há maturidade empresarial no Brasil, seja nas agências, seja nas empresas de mídia exterior. O que há é o predadorismo, aplicado de forma infantil e irresponsável! Sim, 61% da mídia exterior é ilegal e poluidora, em nome de quê? do faturamento da empresa, sem responsabilidade alguma. E o pior: a maior parte das placas irregulares é de propriedade das empresas regulares. É simples, colegas: gente imatura, infantil, irresponsável, merece ser tratada como tal, merece ser tratada como criança mesmo. É bem assim: "Garoto, você pode brincar até a cerca, mas não vá pra rua. Se você insistir em ir pra rua, não pode mais brincar e vai ficar de castigo". Bem feito! henrique@mail.com


 


 

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