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Pouco melhor do que o esperado

WPP se recupera no trimestre. Um dos desafios está nos EUA

09.08.19

O Grupo WPP apresentou seu balanço do segundo trimestre e do primeiro semestre de 2019 nesta sexta-feira (09). A receita orgânica caiu 1,4% no trimestre, mas é uma melhora em relação aos três primeiros meses do ano quando a queda foi de 2,8%. Estimativas de especialistas apontavam que o resultado teria uma redução de 3%. Isso explica porque o grupo considera que o desempenho ficou um pouco à frente do esperado.


De acordo com o CEO do WPP, Mark Read, o resultado do segundo trimestre está em linha com a orientação para o ano todo. Com números mais satisfatórios do que se imaginava, a holding projeta alcançar as metas estratégicas estabelecidas dentro de um plano de reposicionamento de três anos.


Os clientes estão respondendo bem à nossa nova oferta, conforme evidenciado pelas recentes conquistas e pelos contratos expandidos”, disse Read em comunicado aos investidores. Ele inclui na conta eBay, Instagram e L'Oréal. “Um número encorajador de nossos negócios e mercados está alcançando um bom crescimento”, reforçou.


Read projeta queda de 15% a 2% em 2019, o que seria o terceiro ano consecutivo de resultados negativos para a holding. O mercado que vem desafiando a companhia é o americano. As agências criativas dos EUA “continuaram a declinar”, segundo o relatório. Nos segundo trimestre, as vendas líquidas (receita menos custos de repasse) caíram 5,4% na América do Norte, o maior mercado do grupo. No primeiro trimestre, a queda foi de 8,5%.


O Reino Unido, por sua vez, voltou a crescer, com alta de 1,3% no segundo trimestre, compensando a redução de 0,9% nos primeiros três meses do ano. O balanço indica que o Brasil obteve crescimento de 11,6%, melhora sobre o primeiro trimestre, que registrou 8,6%.


Os lucros por divisão tiveram a seguinte performance no primeiro semestre: agências globais integradas, 471 milhões de libras (em 2018, foram 480 milhões de libras); Data Investment Management, 101 milhões de libras (em 2018, 110 milhões de libras); PR, 70 milhões de livras (em 2018, 69 milhões de libras); e agências especializadas, 88 milhões de libras (em 2018, 119 milhões de libras).


O relatório destaca alguns posicionamentos do grupo para melhorar o desempenho, como a adoção de estratégias que buscam resultados sólidos de novos negócios e que visem retenção de clientes; o investimento em novas lideranças e na força criativa, em especial nos EUA; o enxugamento da estrutura, com vendas e fusões nos últimos 15 meses, simplificando a operação global; e o acordo fechado em julho que vendeu 60% da Kantar para a Bain Capital - veja aqui (a Kantar foi avaliada em US$ 4 bilhões). Outros pontos que apontam para crescimento, conforme o relatório, são os negócios de mídia, os clientes da área tech e economias que estão em rápida expansão.


No comunicado, Read declarou que o WPP está nos estágios iniciais do plano de recuperação de três anos. “Continuamos focados em devolver a empresa para o crescimento sustentável nesse período. Nossa diretriz para o ano inteiro está inalterada.” Sobre a Kantar, ele afirmou que, quando a transação for concluída, o programa de cortes e reduções do WPP terá gerado recursos de cerca de 3,6 bilhões de libras esterlinas.


O progresso que fizemos e o novo momento positivo nos negócios são motivos de otimismo. Como uma companhia de transformação criativa com agências mais fortes e mais habilitadas para a tecnologia, estamos bem posicionados para o futuro, à medida que os clientes procuram parceiros modernos para ajudá-los a navegar em um cenário de marketing cada vez mais complexo e desafiador”, completou Read.

Pouco melhor do que o esperado

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