arrow_backVoltar

TikTok

Trump dá 'benção' a acordo da Oracle, que inclui Walmart

21.09.20

O presidente norte-americano Donald Trump demonstrou satisfação neste sábado (19) com o acordo entre o TikTok e a Oracle, anunciado na semana passada (veja aqui). O que não estava claro, até então, era a participação do Walmart no negócio. A rede antes estava aliada à Microsoft, que tentou comprar, sem sucesso, a operação nos EUA e mais três países.

"Eu dei minha bênção ao negócio. Se conseguirem, ótimo. Se não o fizerem, tudo bem também", declarou Trump a repórteres na Casa Branca. O governo ameaçava proibir downloads do aplicativo a partir do domingo 20 (mais detalhes aqui).

No sábado, foram divulgados comunicados confirmando a participação do Walmart - Trump antecipou que o próprio presidente da rede, Doug McMillon, faria parte do conselho da nova empresa. A Oracle informou que a empresa e o Walmart irão controlar 20% da nova companhia (leia aqui o comunicado).

Se confirmado o negócio - que ainda depende de aprovações regulatórias e que pode sofrer pressões do governo chinês -, a nova empresa, chamada TikTok Global, terá cinco assentos no conselho, sendo quatro destinados a norte-americanos - um deles, McMillon.

Pelos termos do acordo, a Sequoia Capital e a General Atlantic, investidoras da ByteDance (dona do TikTok), também devem adquirir participações na nova empresa. A companhia a ser lançada já se comprometeu a doar US$ 5 bilhões para um fundo de educação nos EUA, caso a operação seja concluída.

Depois da "benção" de Trump, o Departamento de Comércio dos EUA declarou que o banimento do TikTok do país está temporariamente suspenso, até o próximo domingo (27).

Em comunicado, o TikTok informou que estava "satisfeito" que o negócio envolvendo a Oracle e o Walmart resolveria  as "preocupações de segurança da administração nos EUA" e questões sobre o futuro da empresa no país. A companhia também confirmou que a Oracle será o provedor de tecnologia que garante a segurança dos dados do TikTok em território norte-americano (confira aqui o comunicado).

O Walmart, por sua vez, detalhou que irá comprar 7,5% da TikTok Global (o restante dos 20% cabe à Oracle). E informou que pretende celebrar acordos comerciais para fornecer seu e-commerce e fazer atendimento, pagamentos e outros serviços omnichannel por meio da nova companhia. O acordo é também importante para a rede como oportunidade de ampliar o ingresso de terceiros em seu marketplace e aumentar negócios de publicidade (leia aqui o comunicado).

Pelo acordo, será feita uma IPO da nova empresa nos EUA em 2021, "para trazer ainda mais propriedade aos cidadãos americanos".

Justiça e WeChat

Em meio ao burburinho, uma juíza da Califórnia emitiu uma suspensão da proibição de downloads do WeChat, que também está sob a mira do governo, sob a acusação de espionagem, a mesma utilizada pelo presidente contra a plataforma de vídeos. Assim como o TikTok, o WeChat, que pertence à chinesa Tencent, está ameaçado de banimento nos EUA.

Usuários do WeChat entraram com uma ação alegando sérias dúvidas quanto ao cumprimento da Primeira Emenda, que garante liberdade de expressão. A decisão da juíza Laura Beeler se baseou no argumento de que muitos chineses têm basicamente o aplicativo como meio de comunicação com outros membros da comunidade.

Leia anteriores sobre o assunto aquiaquiaqui, aqui e aqui.

TikTok

/