arrow_backVoltar

Queda não tão ruim assim

Apple perde receita com iPhone, mas serviços vão bem

30.01.19

Sinais negativos já tinham sido dados. No início do ano, um profit warning tinha sido emitido pela Apple. Havia a expectativa de queda na receita, principalmente em função das vendas do iPhone. Nesta terça-feira, 29, a empresa divulgou os resultados financeiros do trimestre que terminou em dezembro – é o primeiro trimestre do ano fiscal de 2019. Embora os números sejam mesmo negativos, o cenário está melhor do que se desenhava antes. Ao menos, é o que o CEO Tim Cook apontou com o anúncio do balanço feito aos investidores.

A companhia reportou receita de US$ 84,3 bilhões no primeiro trimestre, uma redução de 5% em comparação ao mesmo período no ano anterior. As vendas internacionais respondem por 62% do movimento do trimestre. O faturamento com a comercialização do iPhone diminuiu 15% em relação ao ano passado. Por outro lado, as receitas obtidas com outros produtos e com serviços cresceram 19%. No caso de serviços – o que inclui Apple Pay, iCloud e Apple Music –,  o aumento foi de 19%, chegando a US$ 10,9 bilhões.

Como destaca o Guardian, é o primeiro declínio de receitas e lucros da Apple em mais de uma década. O jornal lembra ainda que o profit warning foi o primeiro lançado desde que o iPhone entrou para o mercado (leia mais aqui). E a principal razão disso é a China, cujas vendas caíram cerca de US$ 5 bilhões de um exercício para o outro. Outro fator foi o aumento do dólar, que influenciou negativamente as vendas em outros mercados, além do chinês.

Sem abrir números de vendas, a Apple ressaltou que conta com uma base recorde de dispositivos no mercado. Em comunicado, Cook afirmou que foi decepcionante perder a orientação de receita, porém os resultados do trimestre demonstraram para a companhia que a força de seus negócios é profunda e ampla. “Nossa base de dispositivos ativos instalados atingiu um recorde histórico de 1,4 bilhão no primeiro trimestre, crescendo em cada um dos nossos segmentos geográficos. Isso é um ótimo testemunho da satisfação e lealdade de nossos clientes, e está impulsionando nossos negócios de serviços para novos recordes graças ao nosso ecossistema grande e de rápido crescimento", declarou.

Em entrevista para a Reuters, Cook disse que a companhia pensa em reduzir preços do iPhone em países onde a variação cambial do dólar tenha impactado as vendas. Mas não detalhou que regiões seriam beneficiadas e quando essa estratégia passaria a ser adotada.

O balanço da Apple foi divulgado em meio a um problema de privacidade relacionado ao aplicativo FaceTime. Por uma falha no software, alguns usuários conseguiam ouvir sons e mesmo ver imagens de outro dono de iPhone sem que este tivesse atendido a chamada. A empresa desativou um recurso da aplicação (chamada em grupo) que estaria envolvido com o bug. Isso até corrigir o problema e gerar uma atualização do sistema.

Streaming de games?

Já que serviços estão compensando a queda de vendas do iPhone, a Apple está investindo nessa área e, de acordo com rumores do mercado americano, o próximo alvo é uma plataforma de streaming para games. A companhia teria iniciado conversas com publishers no ano passado para criar uma “Netflix dos jogos”. São passos muito iniciais, conforme o site Cheddar, que trouxe a notícia ao mundo. Tão iniciais que a Apple pode até abandonar o plano.

Especula-se que, se a Apple adentrar esse setor, pode ser com foco em uma plataforma dirigido a assinaturas de games para celular. Afinal, a chegada do iPhone ao mercado impulsionou os apps de jogos. A Sony tem seu serviço de streaming, o PlayStation Now, e a Microsoft também (Xbox Game Pass e Project X-Cloud,  uma plataforma mobile), ambos focados em seus produtos. O Google conta com o Project Stream.

Verdade ou não, a Apple anuncia mais uma parceria firmada para o serviço Apple Music. A partir desta sexta-feira, 1º de fevereiro, assinantes podem ter acesso a 50 milhões de músicas em qualquer voo da American Airlines nos EUA que disponibilize wi-fi, sem ter de pagar por isso.

Queda não tão ruim assim

/