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Festival do Clube 2018

Domingo, 23: Susan Hoffman, 8ª pessoa a entrar na W+K

18.09.18

Há mais de três décadas na W+K, Susan Hoffman coleciona diversas histórias da agência fundada por Dan Wieden e David Kennedy em 1982. Afinal, a atual CCO da empresa – função que desempenha desde o ano passado, junto com outra mulher, Colleen DeCourcy (que esteve no Festival do Clube em 2016) –, é a funcionária número 8 da casa. Perguntada sobre alguns dos grandes momentos da agência, Susan, palestrante no domingo 23, cita o fato de ter sido processada pelos Beatles.

A história é realmente emblemática. Ela se refere ao filme Revolution”, de 1987 para a Nike (veja mais abaixo). A campanha, que mostra cenas em branco e preto de atletas como Michael Jordan e John McEnroe e desportistas amadores de várias modalidades, utilizou como trilha a canção original dos Beatles. A Apple Records, selo fonográfico criado pela empresa dos Beatles (Apple Corps), moveu uma ação contra este uso.

Alguns fãs se aborreceram por ouvir a voz de John Lennon num comercial e a Apple entrou com um processo, procurando impedir, com essa medida, que outros anunciantes pensassem em utilizar alguma música do grupo na publicidade.

A Nike se defendeu publicamente com uma peça de uma página no jornal Los Angeles Times: “nós negociamos e pagamos pelos direitos legais de usar ‘Revolution’ na nossa campanha. E nós o fizemos com o apoio ativo de Yoko Ono Lennon”. A empresa havia feito um acordo com a EMI Capitol Records e com Michael Jackson, que comprou os direitos de um catálogo de música dos Beatles em 1985. “Sentimos que somos um peão em uma longa batalha judicial travada entre duas gravadoras”, dizia ainda o anúncio. A disputa entre Apple Records, EMI, Nike e W+K foi encerrada com um acordo cujos detalhes não foram revelados. Mas a música “Revolution” foi usada por um ano.

Susan, que começou a carreira como diretora de arte, entrou na W+K em 1985 e passou imediatamente a trabalhar com a Nike, marca que lhe trouxe grande projeção. Mas ela é responsável por outras campanhas notáveis, como as criadas para Old Spice.

Ao promovê-la a co-CCO, Dan Wieden disse que ela deixava a W+K um tanto doida, algo “que está no DNA deste lugar”. Susan é também uma desbravadora. Abriu os escritórios da agência em Amsterdã e Londres. E agora ela acaba de ser promovida a chairwoman, num movimento de reconfiguração da liderança da empresa.

Batizado de Bravery is Stupidity”, o painel de Susan acontece no domingo 24, entre 18h30 e 19h45. A CCO da W+K não antecipa o que abordará em sua apresentação, que, como subtítulo, chama atenção para a rapidez das transformações e para o encolhimento dos budgets. Em tempos assim é que precisamos de coragem, precisamos fazer trabalhos inspiradores e precisamos falhar mais, disse ela.

Nesta conversa com o Clubeonline, ela fala sobre sua missão na W+K e das dificuldades enfrentadas hoje pelas lideranças criativas. Não perca a oportunidade de saber por que, afinal, bravery is stupidity.

 

CLUBEONLINEQual é sua missão na W+K? Qual seu principal desafio, se for possível mencionar apenas um?

SUSAN HOFFMAN – Nosso nome do meio sempre foi Wieden Creative Kennedy J. Então, nossa missão principal sempre será a criatividade. Uma freelancer uma vez me disse preferir trabalhar na W+K e eu perguntei a razão. Ela disse que era porque a W+K era o lugar em que sentia que todos estavam lá a serviço do trabalho. Esse é o molho secreto.

CLUBEONLINEQuais são os momentos mais importantes na história da W+K? Já que você é a funcionária de número 8, deve ter algumas histórias para compartilhar.

SUSAN – Há tantas, mas meus destaques pessoais incluem ter sido processada pelos Beatles (Susan se refere ao filme “Revolution”, de 1987 para a Nike), ter trabalhado nas melhores contas do mundo e ter os melhores chefes do mundo, Dan Wieden e David Kennedy.

CLUBEONLINEEstes são os melhores ou os piores tempos para ser um líder criativo na indústria da comunicação? Quer dizer, há tantas transformações acontecendo, existe muita pressão por resultados, chegaram novos players como Accenture e IBM e também companhias como Google e Facebook, que contrataram profissionais que eram de agências. Enfim, qual sua opinião sobre este cenário?

SUSANSer diretor de criação hoje é ter um trabalho mais difícil. Uma das grandes mudanças é realmente entender o negócio do cliente e os desafios que eles enfrentam. E isso coloca um ponto mais afiado no nosso trabalho. Mas, apesar de ser mais difícil, é algo mais compensador e nos mantém em alerta. É claro que sou parcial, porém meu trabalho não teria sido tão forte se eu estivesse entre as paredes do cliente. Colaborar com o cliente é importante, mas sentar-se na mesma cozinha deixa a comida perto demais. Assim, você não pode gerar o atrito, o debate que se necessita para impulsionar e inventar um trabalho surpreendente.

CLUBEONLINEPor que a coragem é estupidez?

SUSAN – Você terá de esperar e ouvir minha apresentação (risos).

CLUBEONLINEVi um vídeo com seu discurso de agradecimento no Creative Hall of Fame, do One Show, em 2017. Um de seus comentários foi “não deixem que o excesso de dados e opiniões e meetings sufoquem a criatividade” (confira o vídeo mais abaixo). Isso é algo difícil de fazer? Você acredita que a criatividade tem se tornado menos importantes do que dados e influência?

SUSANA criatividade é frágil. Ela precisa de alguns empurrões e puxões para chegar a um lugar forte, mas opiniões em excesso enfraquecem o trabalho. Costumo dizer que se você tem uma pessoa na sala, você tem uma opinião. Se você tem dez pessoas, tem dez opiniões. É muita coisa. Dados hoje são necessários.  Só que é preciso ter um estrategista incrível para encontrarmos as pepitas certas.

CLUBEONLINEVocê é uma referência na publicidade mundial. O que a indústria deve fazer para aumentar a diversidade nas agências?

SUSAN – Ainda há muita coisa a fazer para apoiarmos a diversidade e a inclusão na indústria. Entre as medidas para adotarmos estão a contratação de mais mulheres e de pessoas com mais diversidade cultural nos cargos de alta gerência, o estímulo e o desenvolvimento de talentos e a garantia de que haja outras pessoas da mesma cultura para fazer parte da comunidade e do apoio. Isso é mais fácil falar do que fazer, mas todos na organização precisam entender a importância disso. E isso significa não apenas concordar com isso, e sim realmente promover as mudanças e fazê-las agora.

 

Lena Castellón

 

Confira a programação do Festival do Clube 2018aqui.

SERVIÇO

Festival do Clube de Criação

Quando: Setembro, 22, 23 e 24 - 2018 - sábado, domingo e segunda-feira

Local: Cinemateca Brasileira - São Paulo – Brasil

Largo Senador Raul Cardoso, 207, Vila Clementino

Hosted by: Clube de Criação

www.clubedecriacao.com.br

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55 11 3030-9322

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Transporte oficial: Cabify

Temos serviço de Shuttle para quem quiser estacionar no Hotel Pullman Ibirapuera
Horário: das 08h30 às 22h30
Trajeto: Pullman / Cinemateca / Pullman
Tarifa especial para o Festival: R$ 35 o período

Abertura dos portões e do Credenciamento: sábado às 8h30. Domingo e segunda: às 9h

Festival do Clube 2018

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