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Android para todos

Google celebra 10 anos do sistema operacional no Brasil

26.11.19

Dois aparelhos iniciaram a saga do Android no Brasil, em 2009: um celular da Samsung (o Galaxy i7500) e outro da Motorola (Dext). Dez anos depois, o sistema operacional do Google, que completou uma década de seu lançamento global em 2018, conta com mais de 1.300 marcas parceiras, que vão além de smartphones. No mundo, são mais de 2,5 bilhões de equipamentos com Android ativo. No país, ele está presente em 95% dos smartphones, dispositivos que estão na mão de 60% da população.

Para avaliar como o brasileiro vê o sistema, o Google encomendou uma pesquisa que foi realizada online com 2.480 pessoas. O que se descobriu é que o Android foi, na grande maioria das vezes, o primeiro sistema operacional do primeiro smartphone do brasileiro (resposta de 85% dos entrevistados).

Outros dados do estudo apontaram as principais atividades viabilizadas pelo sistema operacional - que em agosto ganhou nova identidade visual (relembre o que contamos a respeito aqui). O consumo de música nas plataformas digitais, o envio de mensagens e o uso das redes sociais já são parte do costume de todo dono de celular. Fora disso, a busca é uma necessidade constante. Dos entrevistados, 83% fizeram menção a esse hábito. Para 77%, o sistema operacional é importante para a realização de serviços bancários. E para 70%, a interação se volta para a leitura de notícias.

A utilização de aplicativos de mobilidade, como Google Maps e Waze, foi mencionada por 65% dos entrevistados. Educação veio em seguida, com 51%, e acesso a serviços públicos, como FGTS e carteira de motorista, são atividades citadas por 44% das pessoas ouvidas.

Detox digital

Apesar de tal intensidade de atividades, os brasileiros querem se desligar mais de seus smartphones. O estudo revelou que seis em cada dez usuários de Android estão preocupados com seu bem estar digital. E metade dos entrevistados já tomou alguma medida para controlar o tempo que dedicam a seus aparelhos.

Esse comportamento já está no radar do Google. Em outubro, foram lançados seis experimentos do que se chama digital wellbeing: Unlock Clock, Desert Island, Paper Phone, Morph, Post Box e We Flip. “Queremos construir o Android com responsabilidade. A tecnologia deveria ser para tornar o dia mais fácil para o usuário, mas vimos pela pesquisa quanto o consumidor está preocupado com o bem-estar digital”, diz Maia Mau, head de marketing de Android para América Latina.

Os experimentos oferecem ferramentas como medidor de quantas vezes o usuário desbloqueou o celular no dia, horário agendado para recebimento de notificações e uma espécie de jogo para reduzir o acesso a aplicativos (confira mais aqui). No Android 9 há também um painel de bem-estar digital.

Android para Todos

De 2009 para 2019, o Google contabiliza mais de 400 fabricantes e 500 operadoras que têm parcerias com o Android. Tamanho ecossistema, viabilizado pela plataforma aberta a desenvolvedores, permitiu a redução de custos dos smartphones. Entre 2012 e 2017, segundo uma pesquisa, o preço médio de um celular inteligente caiu 36%.

Com a plataforma aberta, tivemos mais devices no mercado, mais consumidores, mais aplicativos. Essa roda girou e fez com que a gente chegasse onde se encontra hoje”, afirma Flávio Ferreira, diretor de parcerias de Android para América Latina. Isso significa uma ampla oferta de dispositivos, dos smartphones às casas conectadas. Para ilustrar essa expansão, Ferreira conta que, no mundo, mais de 50 montadoras aderiram ao Android Auto. No Brasil, onde a plataforma chegou em 2016, são mais de 15.

A próxima etapa da inovação é a inteligência artificial”, salienta o executivo. A expectativa é gerar experiências mais fluidas para o consumidor. E isso visa englobar todo e qualquer consumidor. De acordo com Ferreira, o sistema operacional é flexível (já que a plataforma é aberta e gratuita), empodera negócios (pois oferece escala e alcance) e democratiza o acesso à informação, à educação e ao entretenimento. Essas características estão reforçadas em um site especial que o Google lançou nesta terça-feira, 26: o Android para Todos.

IA para interagir com quem tem alguma deficiente auditiva

Lançado neste ano pelo Google, o aplicativo Live Transcribe é um dos recursos alimentados por inteligência artificial que o Android oferece ao mercado. Ele surgiu para atender indivíduos surdos ou com alguma deficiência auditiva, uma população de 466 milhões de pessoas. Se todas elas fossem reunidas em um país, formariam a terceira nação do mundo, abaixo apenas de China e Índia, observa o indiano Sagar Savla, head de produtos de Inteligência Artificial do Google, que veio a São Paulo e fez a apresentação do aplicativo no evento de comemoração dos dez anos do Android no Brasil.

Disponível em mais de 70 idiomas e dialetos - entre eles, o português -, o Live Transcribe realiza transcrições em tempo real da fala e de sons para texto na tela do celular. A velocidade é essencial para a ferramenta já que deficientes auditivos podem abandonar tentativas de interação se sentirem que estão interrompendo um fluxo de conversa.

O aplicativo permite também conversas bidirecionais por meio de um teclado para quem tem dificuldade de vocalizar palavras. Seu sistema inteligente identifica interações ou ruídos importantes para a comunicação, como o choro de uma criança, o latido de um cachorro ou mesmo aplausos. Tudo para que a pessoa que não consegue escutar direito tenha noção do som ao redor.

O Live Transcribe tem o potencial de democratizar o acesso à comunicação de um grupo da população que historicamente enfrenta taxas de desemprego muito altas”, comenta Sagar. Para ele, a oferta da solução beneficia não apenas quem tem deficiência auditiva. “Trata-se de um desafio se você quer interagir com pessoas que sofrem desses problemas, como nossos avós. Por isso, criar um produto desses é uma melhora na vida de mais gente”, explica.

Pesquisas indicam que uma a cada três pessoas acima de 65 anos reporta perdas auditivas. E especialistas projetam que, em 2055, serão 900 milhões os indivíduos com alguma deficiência para escutar. A inteligência artificial poderá representar um valioso recurso para não deixar essa população isolada do mundo.

Lena Castellón

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