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1º balanço da Meta

Projeções abaixo das expectativas e TikTok na mira

03.02.22

A Meta Platforms, conhecida antes como Facebook, apresentou nesta quarta, 02, o balanço do quarto trimestre de 2021, apontando receita no período de US$ 33,7 bilhões, e receita anual de US$ 118 bilhões. Mas, na análise geral, seu desempenho ficou abaixo do que o mercado esperava. Para complicar, as projeções para o primeiro trimestre de 2022 também não corresponderam às expectativas de Wall Street e suas ações caíram cerca de 22% no after market.

Foi o primeiro relatório depois que a companhia mudou de nome e definiu suas estratégias rumo ao metaverso. E também foi a conclusão de um ano bastante turbulento, com a imagem da companhia abalada pela revelação dos Facebook Papers, documentos vazados mostrando os problemas da empresa para monitorar fake news ou a falta de atenção para conteúdo tóxico dirigido a crianças e adolescentes em suas plataformas.

Ainda que os usuários ativos diários tenham aumentado 5% para 1,93 bilhão ano a ano, esse crescimento foi o mais lento da memória recente. A Meta observou que o resto do ano está mais instável, pois lida com desafios macroeconômicos e com as próprias questões envolvendo a construção do metaverso, como explicou o CEO Mark Zuckerberg na teleconferência com investidores. Entretanto, ele mantém seu entusiasmo em relação ao metaverso. "2022 é a primeira página para o próximo capítulo de nossa empresa", disse.

A Meta apresentou a previsão de faturamento para os três primeiros meses de 2022 entre US$ 27 bilhões e US$ 29 bilhões. Wall Street estimava US$ 30,15 bilhões.

A companhia reportou lucro líquido de US$ 10,285 bilhões no quarto trimestre de 2021, queda de 8% em relação ao mesmo período do ano anterior. Na análise do ano, houve alta de 35% no lucro líquido, que totalizou US$ 39,370 bilhões. Segundo a Meta, os resultados foram afetados por uma combinação de fatores, entre eles inflação, os tais desafios macroeconômicos e as mudanças de privacidade no sistema operacional da Apple que dão ao usuário meios de controlar permissões de monitoramento do comportamento online. Isso impacta as estratégias de anunciantes e, por tabela, a publicidade digital, na avaliação da empresa.

Metaverso não é a prioridade deste ano, vídeos curtos sim

Outro dado do relatório mostra que a área chamada Reality Labs, responsável pelos investimentos em realidade aumentada e virtual – ou seja, fundamental para a expansão do metaverso –, teve prejuízo de US$ 10,2 bilhões em 2021. No ano anterior, o resultado também foi negativo (US$ 6,6 bilhões).
Zuckerberg disse aos investidores que a companhia está focada em desenvolver hardware e software e que ainda é cedo para haver grandes avanços quanto ao metaverso.

Para este ano, a prioridade está nos vídeos curtos. O criador do Facebook comentou o sucesso do TikTok, alegando que está claro que o formato será uma parte cada vez maior de como as pessoas consomem vídeo. Ele colocou o aplicativo concorrente como um dos principais entraves para a ampliação da base de usuários – já que está atraindo muitos jovens -, mas, por outro lado, apontou que o Reels já é o principal responsável pelo crescimento do engajamento no Instagram.

As pessoas têm muitas opções de como querem gastar seu tempo, e aplicativos como o TikTok estão crescendo muito rapidamente”, declarou, acrescentando que a expansão do consumo para vídeos curtos irá afetar os negócios de publicidade da empresa. “O TikTok já é um concorrente tão grande e continuará a crescer em um ritmo muito rápido”.

Embora esteja impulsionando o engajamento, o Reels não monetiza tanto quanto o Feed e o Stories. Por isso, a Meta está trabalhando em ajustes.

1º balanço da Meta

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