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Aplicativos

O ódio será teu match. Ou talvez a inteligência

13.02.17

O Hater, mais um aplicativo de relacionamentos que roda pelos celulares, foi lançado oficialmente no dia 8 de fevereiro e já se destaca dentre os apps mais baixados nos EUA. De acordo com o site Appannie, que avalia o desempenho de aplicativos em várias regiões, o Hater ocupava a sétima posição na categoria lifestyle um dia após seu lançamento.

Em testes desde dezembro, o serviço conecta usuários levando em conta o que eles detestam e vem sendo comentado pela imprensa americana e internacional pelo inusitado de sua estratégia de conquista. O fato é que ódio a alguma coisa – seja um alimento, uma mania ou um assunto político – tem dominado as redes sociais. Assim, o que começou como uma piada virou um negócio atraente, como vem dizendo seu criador, Brendan Alper, 29 anos, que veio do mercado financeiro.

Na fase de testes, o app estava em uso por dez mil pessoas nos EUA. Segundo Alper declarou ao Washington Post, em torno do mundo, o aplicativo já atinge 120 mil pessoas – ele está presente em 140 países. O app, por enquanto, está disponível apenas para iOS, mas em breve chegará ao Android, o que deverá aumentar sua base.

Em alguns países, o Appannie aponta que o Hater tem se dado muito bem. Na Holanda, é o primeiro na categoria lifestyle e o 12º no ranking geral. É líder no segmento também na Eslováquia, Polônia, Hungria, Chile, Peru e Noruega. No Brasil, era o terceiro entre os apps de estilo de vida com downloads feitos no dia 9 de fevereiro. Pelo visto, tem muita gente “odiando” ultimamente. E o apelo para que as pessoas baixem o Hater deverá se intensificar já que o Valentine’s Day, o dia dos namorados celebrado em diversos países, está próximo: é dia 14.

Mas é claro que estar ligado ao que os usuários odeiam despertou preocupação em algumas pessoas. Isso não poderia alimentar preconceitos? Antes, vale explicar como o serviço funciona. No Hater, os inscritos são orientados a deslizar o dedo para os lados dizendo o que gostam (lado direito) e o que não gostam (esquerdo) em relação a um determinado tópico. Ou então é preciso deslizar para cima (ama) ou para baixo (odeia). São cerca de duas mil perguntas, entre elas tortillas e quem anda devagar. Entre os assuntos mais odiados dos americanos estão: a eleição presidencial, Donald Trump e bullies (quem faz bullying com os outros, caso alguém não saiba), seguidos de ressaca, os “malditos aluguéis” muito altos e falta de educação nas calçadas (interessante notar como eles se queixam de quem está andando nas ruas).

Aos que temem a propagação do discurso de ódio, Alper defende seu produto alegando que o app dispõe de um mecanismo que impede que os usuários ultrapassem limites. “Queremos esse estilo nervoso, mas reconhecemos que tudo tem de ser com bom humor”, afirmou ao Washington Post.

Inteligência que seduz

Nestes tempos de Valentine's Day - e mais Tinder, Happn, Badoo (ele vai bem no Brasil) e agora Hater -, surge mais um concorrente entre os aplicativos de relacionamento. É o Sapio. A proposta do serviço é fazer match entre as pessoas que se consideram sapiossexuais, aquelas que se sentem atraídas pela inteligência de seus pares. O cocriador do app, Dan Tinsky, alega que o produto não é somente para quem busca experts em alguma coisa. A atração, no caso, estaria ligada também a afinidades, habilidade de conversação, temas de interesse e humor.

Entre as perguntas disponibilizadas para os usuários estão: você fala grosserias em público? Quando você percebeu que se tornou um adulto? Se fosse líder supremo do mundo que leis aprovaria? São 300 questões para “abrir o coração” e, assim, dar match. Ao que parece, o novo app atraiu bastante a atenção. O Sapio esclarece em seu site e em seu perfil nas redes sociais que, devido à demanda, o download está enfrentando problemas técnicos. Como diriam por aí, não está fácil para ninguém.

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