Diários do Canal

A produtora Mar Aberto Audiovisual acompanhou por 20 dias um desafio histórico: o brasileiro Marcelo Collet tornou-se o primeiro atleta paralímpico do mundo a fazer a travessia a nado dos 40 quilômetros do Canal da Mancha. O feito, ocorrido em 2010, se transformou no documentário Diários do Canal, que terá sua estreia neste domingo, 18, no Festival International du Film sur le Handicap (ou International Film Festival on Disability), que acontece em Cannes, entre esta sexta-feira,16, e o dia 23 de setembro.

Dirigido por Felipe Kowalczuk, Diários do Canal descreve a trajetória de Collet, que foi atropelado aos 17 anos quando fazia um treino de ciclismo em Salvador. Ele tinha sido convocado pela primeira vez a integrar a seleção brasileira de triathlon. Collet perdeu grande parte dos movimentos da perna esquerda. Mesmo assim, aventurou-se na natação e acabou por se tornar em um grande nome da modalidade. Conquistou dois Parapanamericanos (Mar Del Plata e Rio de Janeiro), duas medalhas de ouro, 3 de prata e 3 de bronze em duas Paralimpíadas (Atenas e Pequim), além de mundiais de natação.

“Com a natação, eu já tinha participado das competições mais importantes que um atleta tem na sua vida esportiva, as Paralimpíadas de Atenas e Pequim, mas eu precisava de algo mais”, declarou o atleta paralímpico.

Collet, hoje com 35 anos, conta que sempre gostou de fazer travessias de longa distância. Pensando nisso, estabeleceu o Canal da Mancha como seu primeiro desafio. “Não sabia se conseguiria cumprir. Sempre ouvi que era uma travessia muito difícil; e 90% dos atletas que tentam, não conseguem chegar ao final. Eu nunca tinha passado mais de três horas nadando e ali eu ia precisar nadar no mínimo dez horas”, afirmou.

Segundo ele, o documentário mostra como é viver a emoção de fazer essa travessia e a importância do esporte na vida das pessoas (confira o trailer mais abaixo). Collet agora se dedica ao paratriathlon. E se prepara para os Jogos de Tóquio, em 2020.

A Mar Aberto é coprodutora de Raul - O Início, O fim e O meio, segunda maior bilheteria de documentários na história do cinema brasileiro. É ainda produtora associada do documentário Marighella.