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Festival do Clube 2016

Concorrência, relação cliente-agência, crise: 2016 tá 'tranquilo ou desfavorável'?

12.09.16

2016. Tranquilo ou desfavorável?” Essa pergunta pautou uma discussão no Festival do Clube 2016, sobre alguns dos pontos mais sensíveis do mercado publicitário, em encontro que reuniu cinco nomes fortes da criação brasileira: André Kassu (Sócio e CCO - CP+B); Theo Rocha (diretor de criação - F/Nazca S&S); Luciana Haguiara (diretora de criação - AlmapBBDO); João Livi (CEO - Talent Marcel); Cláudio Lima (VP de Criação - Ogilvy & Mather); além do mediador Ricardo John (CCO – JWT).

Concorrência, relação cliente-agência, retenção de talentos e, claro, a crise do país foram alguns dos temas abordados. Veja abaixo os melhores momentos desse bate-papo:

CRISE

A propaganda vive um dano colateral de um ano ruim para todo mundo.
Ricardo John

Os últimos nove anos foram muito bons, não houve crise. Estamos vivendo de frente para uma geração que talvez nunca tenha trabalhado numa crise e que agora tem de se acostumar a esse perrengue.
Ricardo John

Em um ano com um stretch financeiro, você tem de ser mais fiel ao termo agência, de agenciar e montar hubs de especialistas. Precisa ter a inteligência de saber qual o parceiro com o qual vai se conectar ou desconectar.
Ricardo John

Quando decidimos abrir a agência, tudo era muito desfavorável. Nove entre dez pessoas falavam que era uma loucura muito grande e nós pensamos: deve ter alguma coisa aí. Mas o Brasil é muito pródigo em crises. Sabíamos que os brasileiros já tinham passado por crises e que iam passar por essa também.
André Kassu

Na crise, procuro aprender coisas que ninguém faz. Dentro das agências ainda existe uma cultura de que, se você não está fazendo o filme de 30 segundos, você não é importante. A crise ajuda a mudar essa cultura e os valores da agência. Cria um espírito mais coletivo.
Theo Rocha

2016, já foi. E foi francamente desfavorável. Temos de pensar em 2017.
João Livi

 

NOVAS GERAÇÕES

Vivemos mudanças de contexto e culturais muito maiores do que as de mercado. Hoje, as pessoas não querem mais viver como a gente, virando noite na agência. Essa nova geração pensa em outras coisas, que serão benéficas. Eles sabem trabalhar, mas precisam da gente para entender algumas coisas no mundo da marca, do processo de construção de valor.
João Livi

 

ESPECIALISTAS

O jeito de trabalhar mudou. Este é um momento favorável aos especialistas. A ideia tem de ser simples, brilhante e bem construída. Tem de ter craft em todos os pontos de contato. É preciso ter uma orquestra para colocar ideia de pé. Aí entram os especialistas. Não basta mais ter uma ideia brilhante. Ela tem de ser muito bem feita.
Luciana Haguiara

 

MOMENTO CRIATIVO

Nunca foi tão bom ser criativo. Os horizontes hoje são maiores do que quando a gente começou. As agências ainda tentam se adaptar. Mas o criativo tem muita opção de coisas pra fazer, inclusive em outros lugares do mundo.
Claudio Lima

 

RETENÇÃO DE TALENTOS

Vamos ter um problema de retenção de talento. Tem alunos que já estão se formando e pensando no estágio em Nova York. É preciso ver como se tornar atrativo para esse profissional que está chegando. Mas tem de haver ajuste na geração que está chegando também, no cara que já reclama antes do ponto.
André Kassu
MUDANÇAS

Quando você entende como as start-ups funcionam, vê que a relação interpessoal dentro da agência ficou na pré-história. Comparando modelos de remuneração, relacionamento e hierarquia em outros tipos de empresa, a indústria da propaganda ficou muito para trás. Não existe plano de carreira. Isso tem que mudar.
Theo Rocha

 

VALOR CRIATIVO

Hoje todo mundo tem dados. É horizontal. O que a gente tem? Talento criativo. Temos de pensar em como usar os dados para reverter isso de um jeito brilhante para a marca.
Luciana Haguiara

O Brasil tem todas as ferramentas para oferecer mix de comunicação para as marcas. Deveríamos aproveitar isso e não criticar.
João Livi

Estamos tentando gritar e falar os nossos assuntos. E as pessoas estão falando sobre outras coisas. Vira e mexe, quando você consegue tangenciar essa conversa, volta a ter relevância para as pessoas.
Theo Rocha

Se você está trabalhando de graça, o seu trabalho não vale nada. Quanto mais valor agregarmos, mais peso vão ter as nossas opiniões, o nosso trabalho.
Claudio Lima

A gente perdeu a chance de ser interlocutor. Estamos reclamando dos periféricos, do druida do storytelling... Mas eles apareceram porque alguém não quis fazer esse trabalho. É importante (para a criação) participar da discussão de negócios.
André Kassu

A gente não cria pra entrar na Bienal. É indissociável. (...) Não tem outra alternativa além da criação ser comprometida com o negócio do cliente.
Theo Rocha

Não pode abrir as pernas na hora de se colocar criativamente senão vira commodity. Isso é tão importante quanto brigar por negociação.
Theo Rocha

Deveríamos ser remunerados pela capacidade de mudar o negócio cliente pela solução criativa. (...) Tem gente brigando por um bom trabalho, por remuneração mais justa. E esse é um movimento legal.
André Kassu

 

CONCORRÊNCIAS

As agências hoje participam de concorrências com oito agências. Em algum momento, vamos ser forçados a ter relações mais transparentes e isso vai nos fazer um bem enorme. Temos de brigar pela honestidade intelectual. Não dá para ter agências com taxa zero. Não dá pra bater panela na Paulista e guardar na hora que chega na agência para bater só quando convém. Quando algumas agências começarem a se unir, isso será para o bem.
André Kassu

Estamos vivenciando a questão das negociações em um grau não experimentado antes. Existe um movimento que não vai parar. Os clientes vivem a mesma crise que a gente. E quando pensam em como ganhar dinheiro, quando vendas dificilmente vão aumentar, pensam em cortar custos e chamam a agência para conversar. É preciso colocar a linha de negociação. Só há um stakeholder que pode nos proteger, que somos nós.
João Livi

 

RELAÇÃO COM CLIENTES

Temos de pensar também na visão que o cliente tem na agência. Alguns confiam, outros, não. Essa relação só funciona se for dos dois lados.
Claudio Lima

 

PASTA

Seu investimento é a sua pasta. Ela pode ser feita aqui ou na China.
Claudio Lima

Paula Guimarães

Confira a programação completa do Festival, aqui.

Serviço:

Festival do Clube de Criação 2016

Quando: Setembro, 10, 11 e 12 - 2016
Local: Cinemateca Brasileira - São Paulo – Brasil
Largo Senador Raul Cardoso, 207, Vila Clementino

Hosted by: Clube de Criação
www.clubedecriacao.com.br
55 11 3030-9322

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