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Festival do Clube 2016

Sucesso do Pokémon Go aponta: questão do momento é real x virtual

16.09.16

Desde 6 de julho, quando foi lançado em alguns países estratégicos, o jogo Pokémon Go, um aplicativo de realidade aumentada baseado no famoso desenho da Nintendo, virou tema de diversas discussões mundo afora. Não é incomum andar pelas ruas e esbarrar com alguém concentrado olhando para a tela do celular, caçando um Pokémon – para quem não sabe, os personagem surgem na tela, projetados sobre a paisagem da cidade ou em ambiente digital (caso o usuário prefira não visualizar o que está em seu redor, na vida real). Os números do aplicativo são impressionantes: 500 milhões de downloads nos mais de 100 países em que o jogo está presente (no Brasil chegou no início de agosto). E somam-se 4,6 bilhões de quilômetros já andados pelos jogadores, distância entre a Terra e Plutão.

Além de tudo isso, o game traz outro importante aspecto: é o primeiro caso de realidade aumentada que conseguiu se massificar. Esse tema esteve presente no painel “Os limites entre real e virtual. Pokémon Go é apenas um aperitivo”, que teve o jornalista Marcelo Forlani, editor do site Omelete, como moderador do debate que reuniu Benson Acohamo (head no Brasil e na América Latina da ad2games), Adilson Batista (fundador e presidente da Today), Rucelmar Reis (CCO da Casa e Mirum Brasil), Eduardo Bicudo (presidente da Wunderman) e Evandro Guimarães (managing diretor da Cheil Brasil).

Por que o jogo virou febre mundial em tão pouco tempo? Na opinião de Batista, esse sucesso deve ser atribuído à natureza inovadora do aplicativo. “Tem a ver com uma tecnologia disruptiva, que une dois universos que, até o momento estavam desconectados: realidade aumentada e geolocalização. Ele traz uma tecnologia que pode ter diversas outras aplicações. Até então a gente não tinha tido esse tipo de experiência e isso chamou muito a atenção das pessoas”, analisou. Acohamo apontou outro ponto importante: o componente social. “O fato de você poder compartilhar o tempo todo e jogar socialmente faz com que se ganhe em escala”, disse.

Guimarães apontou que o produto impacta diretamente os millennials, jovens com idades entre 18 e 35 anos. “Tudo foi resultado do entendimento e observação desse público. A partir disso, a tecnologia caiu como uma luva”.

Reis fez outra ponderação: o fenômeno Pokémon Go é apenas a ponta do iceberg. “Ainda existem muitas tecnologias que devem melhorar a experiência da realidade aumentada, que deve se fundir com outras possibilidades. Cada vez mais a tecnologia vai nos tirar do questionamento entre online e off-line e vai nos levar a perguntarmos o que é real e o que é irreal”, disse.

Forlani questionou se o storytelling aliado à tecnologia também ajuda a construir cases de sucesso, como o Pokémon Go. “O casamento entre realidade virtual e esse tipo de experiência para o usuário deverá ter um papel muito importante para a indústria de comunicação em pouco tempo”, salientou Bicudo. Ele analisou a necessidade de todo projeto de inovação apresentar um benefício real, tanto do ponto de vista do negócio quanto do consumidor. “Se você não unir essas duas pontas, você tende a criar algo que não vai ter nenhum impacto”, disse.

Além da febre da realidade aumentada, a realidade virtual tem chamado atenção. Segundo Guimarães, nos próximos dois anos essa indústria deve movimentar a cifra de US$ 7 bilhões. Para ele, a realidade virtual é uma evolução do branded content por garantir ao consumidor uma experiência muito mais intensa e imersiva. Um exemplo é o projeto BeFearless, da Samsung. Com a ajuda do Gear VR, os óculos de realidade virtual da gigante coreana, pessoas estão aprendendo a lidar com seus medos, como o de falar em público ou o de altura. “Esse projeto mostra como uma marca pode reforçar seu posicionamento de forma inovadora e muito positiva, usando a tecnologia aplicada a um propósito”, salientou Guimarães.

Valerya Borges

O bate-papo foi muito mais abrangente e você poderá conferir na íntegra assim que forem liberados os vídeos das palestras deste ano. Aguarde.

 

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