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Futuro incerto

BBC faz 100 anos e passa por momento difícil

18.01.22

O futuro da BBC está nebuloso. O governo britânico decidiu que irá congelar por dois anos o montante que repassa para a empresa. A resolução foi anunciada em um momento de forte pressão sobre o primeiro-ministro Boris Johnson, que teve de pedir desculpas aos ingleses recentemente por ter participado de festas durante o lockdown.

Nesse clima, a secretária de cultura do governo, Nadine Dorries, avisou, no Twitter, que o financiamento da BBC – que é garantido por meio de taxa cobrada da população – ficaria congelado pelos próximos dois anos. Ela chegou a dizer que esse repasse seria abolido até 2027.

Nadine amenizou suas palavras no Parlamento, na segunda-feira 17, confirmando o congelamento da taxa (de atuais 159 libras ou cerca de US$ 218) pelos dois anos sinalizados. Porém não voltou a falar no fim do financiamento da BBC, que completa 100 anos em 2022. Ela preferiu afirmar que estão abrindo o tema para debate. Em sua campanha eleitoral, em 2019, Johnson manifestou que considerava abolir a taxa repassada para a empresa.

O diretor geral da BBC, Tim Davie, declarou que, com o congelamento da taxa, serviços e programas terão de ser cortados. O impacto da decisão do governo afetará a produção na linha de frente, em suas palavras. Com o fee, a BBC vem recebendo por ano 3,7 bilhões de libras para bancar serviços como TV, rádio, site, podcasts, iPlayer e aplicativos.

Davie disse que a empresa fez "um progresso muito bom em termos de redução de custos" nos últimos anos. Mas isso não impedirá cortes futuros. Segundo a BBC, a receita da corporação obtida com os serviços é 30% menor do que era há 10 anos. E, no ano passado, o presidente da companhia, Richard Sharp, alertou sobre a "superinflação" na produção por causa da concorrência de gigantes globais. Na época, ele revelou que o custo de algumas das maiores séries da BBC “mais que dobrou".

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