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Igualdade no futebol

Seleções feminina e masculina dos EUA com pagamentos iguais

18.05.22

A seis meses da Copa do Mundo do Catar, a United States Soccer Federation (USSF), a United States Women's National Team Players Association (USWNTPA) e a United States National Soccer Team Players Association (USNSTPA) estabeleceram dois acordos coletivos históricos, que foram divulgados nesta quarta-feira, 18. As entidades determinaram a igualdade salarial e de pagamentos de prêmios, inclusive relativos à Copa, entre times masculino e feminino, estabelecendo uma marca dentro do esporte globalmente.

O anúncio foi feito três meses depois de um grupo de jogadoras do elenco feminino ter aberto um processo de discriminação de gênero contra a federação de futebol dos EUA. Um dos acordos tem uma cláusula que define que as seleções vão juntar os pagamentos que recebem da Fifa por participar de seus torneios (que têm grandes diferenças de valores pagos aos times masculino e feminino) a partir da Copa do Catar e da Copa do Mundo feminina de 2023. O montante será dividido igualmente entre as equipes.

Sob esses dois acordos, que têm duração até 2028, a federação de futebol dos EUA se torna a primeira no mundo a igualar os prêmios em dinheiro da Copa organizada pela Fifa. Os contratos incluem melhorias também nas áreas de saúde, privacidade, aposentadoria e segurança de jogadores das seleções masculina e feminina, bem como igualdade na oferta de acomodações e de centros de treinamento.

Outra novidade é que a receita vinda de transmissão de partidas, parcerias e patrocínios será dividida igualmente entre as associações de futebol feminino e masculino. Como estabelece um dos acordos, “essa nova estrutura de compartilhamento de receita fornecerá incentivo adicional para todas as partes trabalharem juntas”.

Este é um momento verdadeiramente histórico. Esses acordos mudaram o jogo para sempre aqui nos Estados Unidos e têm o potencial de mudar o jogo em todo o mundo”, declarou, em comunicado, Cindy Parlow Cone, presidente da US Soccer. "A federação, as jogadoras do USWNT e os jogadores do USMNT redefinimos o relacionamento com esses novos acordos, que estão nos levando a uma nova fase de crescimento mútuo e de colaboração”, completou.

O New York Times pontuou que a nova política de remuneração estabelecida no futebol dos EUA encerra uma batalha jurídica que já durava seis anos. A diferença de pagamentos entre homens e mulheres no país era uma questão complexa: a seleção feminina tem 4 títulos da Copa do Mundo, sendo a atual campeã (com a conquista da Copa da França, em 2019), enquanto a seleção masculina não se classificou para a competição em 2018. Além disso, as jogadoras norte-americanas estão entre as mais prestigiadas do futebol feminino mundial.

A federação americana terá ainda o desafio de calcular - e distribuir - os prêmios dados aos melhores atletas – no caso, com prevalência das mulheres. Isso será feito com bônus associados a partidas, entre outras contas.

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