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No Nordeste

Pesquisa revela machismo em agências de publicidade

29.08.17

Setenta e um porcento das publicitárias do Nordeste já sofreram assédio no trabalho, 77,4% tiveram que ignorar piada machista por medo de represália, 81,3% se sentiram julgadas por sua aparência e 39,4% já precisaram usar determinadas roupas para agradar chefes ou clientes.

Esses são alguns dos dados colhidos pela agência paraibana TagZag, que realizou uma pesquisa nos nove estados do Nordeste, com 200 publicitárias, e que oferece um recorte regional do panorama sobre os desafios e preconceitos enfrentados pelas profissionais mulheres na indústria da propaganda.

"Atuo em agência de publicidade há muito tempo e, apesar de sempre ser dito que se trata de um lugar com pessoas de vanguarda e cabeça aberta, sempre esbarrei em diversas situações machistas e de assédio no ambiente de trabalho", conta Caroline Crozarahead of digital da TagZag. "Essa percepção era realidade também para outras publicitárias e, em conversas e almoços, sempre surgia o assunto sobre algo constrangedor que o dono de alguma agência disse, uma cantada de cliente ou um colega de trabalho que se sentiu no direito de assediar uma das meninas", lembra.

Nesse contexto, a equipe da agência se uniu com a ideia de estudar e mapear a realidade do mercado publicitário nordestino, em relação à mulher. A partir da pesquisa, surgiu o projeto "Esse Case é Foda", um hotsite lançado recentemente que reúne os dados apurados pelo estudo e "cases" reais com depoimentos anônimos de profissionais do sexo feminino que atuam em agência de publicidade.

"Queremos trazer o tema à discussão, fazer com que o mercado se atente a esses dados e que outros mercados também comecem a questionar o papel que dão às mulheres", afirma Caroline.

Entre outros dados que evidenciam uma cultura machista no meio publicitário e que podem ser conferidos no site Esse case é foda, estão: 80,6% das mulheres entrevistadas já deixaram de usar algum tipo de roupa para não chamar a atenção dos homens, 66,5% tiveram de ouvir que seu estresse estava relacionado à "falta de sexo" ou à "TPM", 54,2% foram humilhadas ou ridicularizadas no trabalho por serem mulheres, 37,4% disseram que recebem tarefas muito inferiores à sua capacidade profissional, 50,3% declararam ser constantemente interrompidas em reuniões e 57,4% tiveram seus atributos físicos elogiados de forma constrangedora (veja outras estatísticas detectadas pela pesquisa aqui).

Além do lançamento do hotsite, a TagZag criou uma campanha composta por filmes (assista a três deles, abaixo), peças para redes sociais e cartazes que estão sendo enviados para agências da região.

"É necessário criar gatilhos para evitar o assédio e, por tabela, reduzir o machismo nas agências. Não é fácil, mas ficar em silêncio só ajuda a manter o ambiente confortável para os assediadores”, completa Caroline.

Ficha Técnica:

Cliente: TagZag
Agência: TagZag
Diretor de Criação: João Saraiva
Head of Digital: Carol Crozara
Criação: João Saraiva, Gabi Borges, Renata Rodrigues, Júlio César, Carol Crozara
Produção Gráfica: Renata Matos
Web Design: Augusto César
Desenvolvimento: Mateus Danton
Mídia online: Carol Crozara e Guilherme Pontes
Locução Masculina: Audiola
Locução Feminina: TagZag
Trilha: Tango Produção Sonora
Motion Cases: Maionoise Content Studio AudioVisual
Motion Teaser: Z Creative Content

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