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Nos EUA

Ex-vp de marketing acusa L'Oréal de discriminação

12.11.18

Uma ex-vice-presidente de marketing digital está processando a L'Oréal nos EUA por discriminação racial e sexual em uma denúncia que descreveu grupos "movidos a sexo" em viagens de negócios na Europa e um chefe assistindo pornografia em seu celular.

A L'Oréal nega as alegações, que segundo a empresa foram investigadas, mas não corroboradas por outros funcionários, acrescentando que a profissional "foi demitida por conduta não profissional."

Amanda Johnson, executiva afro-americana, trabalhou por dois anos nas marcas Matrix e Biolage, foi promovida rapidamente e foi apresentada como um exemplo de diversidade pela L'Oreal globalmente, de acordo com sua denúncia no Tribunal Distrital dos EUA em Nova York. Além de festas e pornografia, Amanda alega que se sentiu fisicamente ameaçada por um colega e sofreu ansiedade e depressão devido ao estresse, segundo a queixa.

Amanda é ex-produtora de notícias da NBC Universal e ex-executiva da Omnicom e chegou à L'Oreal em abril de 2016 inicialmente como vp assistente de marketing digital.

Mas os problemas teriam começado a surgir pouco depois de ela se juntar à empresa. Depois de menos de dois meses no cargo, a profissional teria sido destaque em uma reunião de negócios global e, mais tarde, em vídeos internos e em mídias sociais externas, "para dar uma falsa impressão de diversidade", afirma a denúncia.

Johnson também alega que seu chefe, Dan Bethelmy Rada, presidente global de Matrix e Biolage, pediu a ela para atrair funcionários juniores para participar de uma festa em sua suíte em um hotel em Roma  durante uma viagem de negócios em julho de 2016. A executiva diz que se recusou, mas "temia que tivesse 'se queimado'".

Além disso, durante uma reunião no início deste ano, de acordo com a denúncia, Rada estava vendo o site pornô Pornhub, segurando seu celular e dizendo que ele não estaria vendo aquilo se a apresentação de um subordinado tivesse sido mais interessante.

Em maio, Rada teria "desaparecido" antes de uma importante reunião em Paris, segundo Amanda. Enquanto esperavam por ele, Johnson teria entrado em um confronto com o colega Nicholas Krafft, vice-presidente de desenvolvimento de negócios, e teria se sentido fisicamente ameaçada, de acordo com a queixa.

Ela alega que reclamou para Rada sobre Krafft em um texto, atribuindo seu comportamento a racismo e sexismo, embora a denúncia não detalhe comentários ou abusos físicos por parte de Nicholas.

Rada e Krafft não responderam a pedidos de comentários.

A queixa diz que Rada disse a Johnson que eles discutiriam o incidente quando ela retornasse aos EUA em junho. Mas quando ela chegou, foi demitida e acusada de usar palavrões durante o confronto e disse que a L'Oreal não iria "tolerar executivos xingando um ao outro", de acordo com a queixa.

Em comunicado, a L'Oreal diz que Amanda foi demitida por "um padrão de conduta não profissional que surgiu durante seus últimos meses na empresa, incluindo o que, em nossa opinião, era um comportamento abusivo e ameaçador para com os colegas, sérias falhas de julgamento e declínio de desempenho."

Depois que ela foi demitida, Johnson "levantou algumas alegações alarmantes sobre seu gerente e alguns colegas de trabalho por meio de um advogado", segundo a L'Oreal. "Levamos suas alegações a sério e as investigamos com grande cuidado, pois elas não haviam sido reportadas ao Departamento de Recursos Humanos quando ela estava na empresa. Entrevistamos as pessoas da empresa que teriam estado em posição de corroborar os alegados comportamentos - gerente e colegas de trabalho, incluindo aqueles que a sra. Johnson identificou como testemunhas. Nenhum desses indivíduos fundamentou suas alegações."

O comunicado defende ainda que a L'Oreal "é um empregador que oferece oportunidades iguais e que está empenhado em construir uma força de trabalho diversificada e um ambiente de trabalho inclusivo".

Com AdAge.

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