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Nota de Falecimento

Ennio Morricone, aos 91 anos

06.07.20

O maestro e compositor italiano Ennio Morricone faleceu nesta segunda-feira, 06, aos 91 anos, em Roma, cidade onde nasceu. Dono de dois Oscars e outros prêmios internacionais de cinema, seu nome se tornou referência pelas trilhas sonoras que compôs para cineastas como Sergio Leone e Giuseppe Tornatore.

Autor de peças para mais de 500 filmes, Morricone está para Leone como Nino Rota está para Fellini e John Williams para Spielberg, como definiu o escritor Christopher Frayling, ex-chairman do Arts Council, da Inglaterra.  Morricone e o diretor se conheceram ainda na escola. "A música é indispensável, porque meus filmes podem ser praticamente mudos; o diálogo conta relativamente pouco. Portanto, a música enfatiza ações e sentimentos mais do que o diálogo", disse Leone, certa vez. "Eu o fiz escrever a música antes de filmar, realmente como parte do próprio roteiro".

Entre os trabalhos feitos em conjunto estão a trilha para “Por Um Punhado de Dólares” ("A Fistful of Dollars", de 1964), “Três Homens em Conflito” ("The Good, the Bad and the Ugly", de 1966) e “Era Uma Vez no Oeste” ("Once Upon a Time in the West", de 1968). A canção “The ectasy of gold”, de “Três Homens em Conflito”, serviu de tema para uma campanha publicitária da grife Dolce & Gabanna.

A dobradinha com Tornatore também lhe rendeu obras famosas, como a trilha para “Cinema Paradiso” e “Malena”.

Em 2007, o compositor, cujo primeiro instrumento foi a trombeta, recebeu um Oscar honorário que foi apresentado por Clint Eastwood, ator presente em três longas de Leone na filmografia conhecida como “spaghetti western”. O prêmio foi dado por suas "contribuições magníficas e multifacetadas para a arte da música cinematográfica".

Em 2016, outro Oscar. Morricone foi laureado pela trilha de “Os Oito Odiados” ("The Hateful Eight"), de Quentin Tarantino. Foi indicado ainda pelos filmes "Cinzas no Paraíso" ("Days of Heaven"), de Terrence Malick, em 1978; “A Missão”, de Roland Joffe, de 1986; “Os Intocáveis”, de Brian De Palma, em 1987; “Bugsy”, de Barry Levinson, em 1991; e “Malena”, em 2000.

Morricone estava internado fazia dias em uma clínica em Roma desde que sofreu uma queda, fraturando o fêmur. Ao sentir que não conseguiria se recuperar, escreveu uma carta de despedida para a mulher (Maria Travia), a família, e amigos, entre eles, Tornatore.

"Ennio Morricone está morto. Anuncio a todos os amigos que sempre estiveram próximos de mim e também aos que estão um pouco distantes e os saúdo com muito carinho”, escreveu o maestro.

Sua morte vem repercutindo não apenas entre os nomes do cinema, como Antonio BanderasHans Zimmer, compositor também famoso por suas trilhas, como entre bandas como Duran Duran, New Order e Metallica.

Nota de Falecimento

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