arrow_backVoltar

Presente e futuro do iFood

Foodtech lança ação com Fábio Porchat e reforça foco em inovação

29.10.19

O iFood tem a ambição de revolucionar o universo da alimentação e se tornar a melhor empresa do mundo em seu segmento. A afirmação é de Fabricio Bloisi, CEO do grupo Movile, investidor do iFood. Em apresentação feita à imprensa nesta terça-feira, 29, ele destacou a “transformação o tempo inteiro” como uma das marcas da empresa. Cinco anos atrás, o iFood tinha uma média de 25 mil pedidos ao mês. Os dados mais recentes, de setembro, indicam que agora são 21,5 milhões de pedidos.

Se depender do potencial da campanha que a foodtech irá lançar nesta sexta-feira, 1º, o número será ultrapassado. Batizada de “Sextou”, a ação, desenvolvida pela Suno, volta a contar com Fábio Porchat como protagonista. Em 2015, o ator estrelou campanha criada pela NBS para mostrar como é fácil pedir comida pelo aplicativo.

Desta vez, Porchat retorna em uma espécie de game show diário em que contará com Gretchen como parceira de palco. A cantora rodará uma roleta para indicar a oferta do dia, mecânica que se repetirá ao longo de novembro. O primeiro filme da campanha será veiculado na TV aberta e na internet, a partir das 11h, com uma promoção que promete “parar a internet”, como acredita o iFood. A oferta do dia 1º não foi revelada.

A proposta é transformar todo dia de novembro em uma Black Friday. Ou seja, o mês terá “sextou” diários. Estão programadas ainda ativações nas ruas, com direito a uma roleta semelhante à da campanha. Foram produzidos 25 filmes para o que a empresa considera sua maior ação promocional.

O objetivo dessa estratégia é mostrar que todo dia pode ser dia de fazer pedidos pelo aplicativo. Com isso, procura-se tirar o caráter de “indulgência” da compra e mostrar as vantagens do serviço ofertado pelo iFood, que se posiciona como uma empresa de tecnologia aplicada à alimentação.

Se hoje o ato de pedir comida pelo celular é visto por alguns como indulgência, a companhia sustenta que a alimentação se transformará profundamente com o avanço das tecnologias como inteligência artificial e com o aprimoramento da logística e do serviço. “O crescimento que vem pela frente será maior do que o visto até agora”, confia Carlos Moyses, CEO do iFood.

Ele lembra que a companhia nasceu como plataforma online em 2011 - mas ela se originou de uma empresa chamada Disk Cook, que tinha uma revista distribuída em São Paulo e Rio de Janeiro com informações de restaurantes. Os leitores ligavam para uma central de atendimento, que encaminhava os pedidos para os estabelecimentos via fax.

De lá para cá, o iFood recebeu aportes, fez aquisições, ultrapassou fronteiras (em 2016, chegou a Argentina, Colômbia e México) e investiu em inovação, pilar em que mantém suas projeções de crescimento. Neste ano, a expansão foi intensa. Em janeiro, 58 mil restaurantes compunham a base. Em setembro, o número passou para 116 mil. São 882 cidades atendidas por uma frota de 83 mil entregadores. Os pedidos acumulados deste ano, de janeiro a setembro, somam 159,3 milhões. O ano de 2017 fechou com 53 milhões de compras feitas pelo aplicativo.

O que será do iFood?

Após passar dois meses em viagens para conhecer avanços dos mercados chinês e americano, Fabricio Bloisi afiança que as mudanças no negócio estão apenas começando. Hoje, a empresa trabalha com conceitos como iFood Box (em que as pessoas recebem seus pedidos em “caixas”, como as de correio, que são climatizadas para manter a temperatura do alimento. O entregador leva o prato até o box e parte, sem precisar esperar o cliente), iFood Hub (contêiner instalado em locais como shoppings, em que os restaurantes podem deixar o alimento pedido, que é retirado por um entregador sem que este precise ir até a praça de alimentação para buscar o prato) e iFood Mesa (em que se faz o pedido e o alimento é levado para a mesa do usuário).

Espera-se um grande salto nos negócios quando a inteligência artificial permitir aprimoramento em diversas áreas da companhia. O iFood trabalha com um time interno específico para essa tecnologia, o iFood Brain, que tem 110 profissionais voltados para dados. Além de estudar formas de tornar o serviço mais inteligente e de preparar a transformação do aplicativo para a era da assistência - com Alexa, Siri e Google Assistente -, a equipe está encarregada de ensinar para o restante da companhia o que a tecnologia pode fazer no dia a dia de cada departamento.

A inteligência artificial vai mudar a maneira como as empresas operam. Ela permitirá a redução de preços”, exemplifica Bloisi, referindo-se a um fator fundamental na decisão do brasileiro fazer compras. Sobretudo em tempos de crise.

Os assistentes representam uma importante aposta do iFood. Embora reconheça que ainda levará tempo para que a tecnologia seja prevalente nos lares brasileiros, a empresa defende que é preciso estar nas aplicações de voz desde já. No Alexa, o iFood é a única foodtech que permite que os usuários façam e acompanhem pedidos em todos os dispositivos equipados com o sistema da Amazon. Na Siri, é possível fazer pesquisas e encontrar restaurantes. E dentro de três semanas aproximadamente será possível fazer os pedidos por voz via Google Assistente - o que inclui o Google Home. O sistema entenderá o prato escolhido e identificará o restaurante. Com a consolidação dos assistentes, é inevitável pensar que o aplicativo também sofrerá uma profunda transformação.

Temos 25 projetos disruptivos no momento”, revela Bloisi. Ele afirma que o iFood é mais do que um aplicativo de delivery. Com os fortes investimentos feitos em inovação, o CEO do Grupo Movile planeja oferecer aos brasileiros - e a consumidores de outros países - formas de comer melhor, com custos mais baratos e com a entrega feita no menor tempo possível. Mas não é só isso que Bloisi tem em mente. Segundo ele, a companhia está repensando a operação visando reduzir desperdício, facilitar o pagamento, diminuir o impacto sobre o meio ambiente, atender a demanda crescente e até avançar sobre a biotecnologia, pela qual se estudam meios de fazer com que a alimentação permita reorganizar nossa estrutura genética, trazendo melhorias para o corpo.

Lena Castellón

Presente e futuro do iFood

/