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#StopHateForProfit

Facebook perde + de US$ 7 bi com boicote de anunciantes

29.06.20

O Facebook vem enfrentando um boicote de anunciantes que pedem que a rede social seja menos complacente com mensagens de ódio. Entre as empresas que aderiram ao movimento Stop Hate For Profit estão Coca-Cola, Honda e Diageo. A Unilever se juntou ao grupo na sexta-feira 26, informando que não anunciará mais neste ano nas propriedades da companhia – e estendeu sua decisão ao Twitter. Na própria sexta, o Facebook sofreu forte desvalorização, perdendo US$ 7,2 bilhões de valor de mercado.

As ações da rede na Nasdaq sofreram queda de 8,3% na sexta-feira, o máximo em três meses. O valor de mercado do Facebook já caiu US$ 74,6 bilhões desde 22 de junho.

O movimento foi anunciado no dia 17 de junho por entidades de direitos civis, sendo encabeçado pela Anti-Defamation League (ADL), junto com a National Association for the Advancement of Colored People (NAACP), mais Sleeping Giants, Color Of Change, Free Press e Common Sense.

Rumo à Europa

No documento em que convoca os anunciantes a pausar investimentos no Facebook durante o mês de julho, o grupo afirma que a rede não fez esforços suficientes para conter a proliferação desse tipo de conteúdo em suas plataformas, preferindo o lucro em vez da segurança. O foco está nos EUA, mas já se busca a adesão de companhias na Europa.

O lançamento do movimento contou com anúncio de página inteira no jornal Los Angeles Times que perguntou o que o Facebook poderia fazer com a receita de US$ 70 bilhões que obtém anualmente com publicidade. O texto destaca que a empresa está amplificando as mensagens de supremacistas brancos, permitindo incitação à violência por não bloquear o uso da plataforma para causar mal.

A campanha pede aos grandes anunciantes que “enviem ao Facebook uma mensagem poderosa: seus lucros nunca valerão a pena para promover ódio, fanatismo, racismo, anti-semitismo e violência”.

Aderiram ao movimento cerca de 100 anunciantes, reporta a página do movimento. Entre eles estão, além dos já mencionados, Verizon, Hershey’s, The North Face, REI, Patagonia, Ben&Jerry's e Levi Strauss & Co. No final de semana mais duas companhias teriam decidido suspender publicidade nas redes sociais: Pepsi e Starbucks.

O Facebook reagiu na sexta-feira anunciando que irá colocar avisos em posts que violem suas regras. Com essa decisão, a rede poderá marcar mensagens de políticos como Donald Trump, que não tem sido poupado pelo Twitter ao colocar alertas sobre o conteúdo do presidente dos EUA (leia aqui).

A informação foi dada por Mark Zuckerberg, CEO da companhia, em um longo post publicado em seu perfil na rede. A mensagem abordou as revisões que estão sendo feitas referentes à eleição presidencial deste ano nos EUA. Mas incluiu a luta contra discursos de ódio. Segundo Zuckerberg, o Facebook está investindo muito em sistemas de IA e nas equipes de revisão humana de forma a identificar quase 90% do discurso de ódio na plataforma, removendo-o antes que alguém o denuncie.

Estou comprometido em garantir que o Facebook continue sendo um lugar onde as pessoas possam usar sua voz para discutir questões importantes, porque acredito que podemos progredir mais quando nos ouvimos. Mas também sou contra o ódio, ou qualquer coisa que incite a violência ou suprima a votação. Estamos comprometidos em removê-lo, não importa de onde venha”, escreveu. O Facebook está trabalhando com especialistas externos e organizações de direitos civis para ajustar a abordagem.

Leia notícias anteriores aqui e aqui.

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