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Cannes Lions 2017

Diversidade alonga júris, mas promove mais justiça

22.06.17

A organização do Festival de Cannes promoveu esforços nos últimos anos para que os júris tenham maior diversidade. O objetivo é que os resultados expressem múltiplas visões e pensamentos, algo chave para um evento internacional. Em 2017, 43% dos jurados do Festival de Cannes são mulheres, segundo informa a organização.

Em anos anteriores, os organizadores investiram em trazer representantes de países que não eram habitués. Muitas nações têm conquistado seus primeiros Leões, Ouros ou Grand Prix (neste ano, por exemplo, a Tailândia faturou seu primeiro GP). Ao menos um jurado brasileiro confidenciou que profissionais de países anglo-saxões se uniram para impôr sua visão sobre as demais pessoas em um júri. No entanto, parece que houve avanços em Cannes neste ano.

A diversidade tem afetado drasticamente os processos dos júris. Acaba sendo mais demorado, sem dúvida, mas conseguimos resultados mais interessantes. Juntos, fazemos melhor", afirma Colleen DeCourcy, diretora global de criação da Wieden+Kennedy - que presidiu o júri de Cyber Lions. "Antes, vínhamos para Cannes com uma perspectiva de mundo baseado em nossos trabalhos de publicidade. E com uma maioria de homens. Quando você atinge um mix de etnicidades, gênero, e até de ambições pela categoria – há pessoas de digital e tradicional – fica muito mais interessante", analisa.

"Diversidade é fantástico. Precisamos de personalidades, as marcas precisam de personalidades. Temos de estar abertos a isso" , concorda a sueca Sandra Planeta, fundadora e CEO da Planeta Design, presidente do júri de Design Lions. "Em nosso júri, estivemos muito unidos. Havia muitos backgrounds profissionais e países diferentes representados, e sempre com muito respeito entre as partes. É como deveria ser sempre para que, finalmente, não haja mais esse tipo de questionamento sobre diversidade", completa.

Em um júri com diversidade, explica Sandra Planeta, o fator inspiração se eleva.  "Você escuta, cresce como pessoa, muda cabeças, ou mudam a sua. O debate se torna muito mais interessante", avalia. Mais que interessante para os participantes, o debate se torna mais justo. "Há  tantas intersecções de pontos com esses júris mais diversificados que, finalmente, parecemos estar representando o mundo para o qual estamos falando”, finaliza Colleen De Courcy.

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Felipe Turlão

Cannes Lions 2017

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