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Festival do Clube 2016

Design + ecologia para resolver um problema de negócio e um problema do mundo

11.09.16

Na 46ª edição do Fórum Econômico Mundial de Davos, realizada em janeiro deste ano, foi apresentada uma pesquisa que apontava que 8 milhões de toneladas de plástico são despejadas por ano nos oceanos. Por conta disso, 1,5 milhão de animais morre por ingerir esses detritos. Cientistas calculam que, até 2050, haverá mais lixo nos mares do que peixes. Com esses dados, o jornalista Rosenildo Ferreira, sócio-diretor e publisher do site 1Papo Reto, projeto colaborativo de discussão sobre sustentabilidade, e colunista da revista IstoÉ Dinheiro, iniciou o bate-papo no painel “A política das embalagens sustentáveis e inteligentes”. Para conversar sobre o tema, reuniram-se Margot Takeda, sócia-fundadora e diretora de criação da A10 Ideias que Transformam; Cláudio Bastos, engenheiro e presidente da CBPak - “Já Fui Mandioca”; Gabriela Yamaguchi, gerente de comunicação do Instituto Akatu; e Melissa Barbosa, pesquisadora de tecnologias sustentáveis da Natura.

“Isso dá uma noção da importância das embalagens plásticas na sustentabilidade e em nossas vidas. Existe uma responsabilidade muito grande com relação a isso. Ela é sistêmica: ela vem do fabricante do plástico, das empresas que compram esse plástico para transformá-lo em embalagens e da própria população, que consome as embalagens e as descarta”, ponderou Ferreira. Como bom exemplo foi citada a Natura, que desde os anos 70 trabalha com refil para seus produtos e foi uma das pioneiras em utilizar plástico verde em seus produtos.

Trabalhamos com um software que calcula o impacto ambiental dos produtos que lançamos. Essa metodologia nos ajuda bastante na tomada de decisão", afirmou Melissa, explicando que, às vezes, no mundo corporativo, acredita-se que a empresa está seguindo um caminho correto e não é bem assim. Ela lembrou de um lançamento no qual a Natura estava trabalhando em 2007. Apesar das embalagens serem feitas com PET reciclado, a companhia descobriu que a tinta do silk das embalagens comprometia a cadeia de reciclagem. Ou seja, o material criava uma série de dificuldades para os recicladores. “Dessas informações nasceu um outro projeto, em que avaliamos de perto as cooperativas de reciclagem. Foi feito para conseguirmos melhorar nossas embalagens”, contou a pesquisadora.

Para a designer Margot Takeda, cada vez mais as empresas estão focando no que é bom para o planeta em termos de embalagens. “Hoje, com a economia circular, o design não pode mais estar focado apenas no que é bonito ou feio. É preciso estar atento às soluções encontradas porque elas devem servir para contribuir para resolver um problema de negócio e um problema de mundo”, acredita a diretora de criação da A10.

Um exemplo disso é a tecnologia desenvolvida por Claudio Bastos na CBPak. Há 14 anos, ele trabalha produzindo embalagens feitas de fécula de mandioca. Esses produtos foram pensados para substituir as embalagens de isopor e de papel. Além disso, Bastos criou um sistema real de economia circular: ele não vende e sim aluga seus produtos. Assim, quando as pessoas devolvem os copos e pratos, ele fica responsável pela compostagem e destinação do material. “Nós estamos na época do valor e não do preço porque temos a responsabilidade do custo ambiental. Temos de ser responsáveis pela destinação final do produto. Por isso que eu não vendo e sim alugo meus produtos. É loucura, mas é a forma de mudar o modelo de negócios”, salientou.

Para a gerente de comunicação do Instituto Akatu, Gabriela Yamaguchi, existe uma urgência de mudança de comportamento de todos nós, pensando em quais produtos se quer comprar, consumir, que embalagens vamos comprar e como vamos descartá-las. De acordo com uma pequisa recente feita pelo Instituto, 68% das pessoas ouviram falar da palavra sustentabilidade, mas menos de 7% da população brasileira sabe realmente o que esse termo significa. “A construção dessa conscientização precisa ter um impulso dado pelas ferramentas de comunicação. Só com a ajuda do mercado publicitário conseguiremos fazer com que as pessoas entendam do que estamos falando aqui”, reforçou.

Valerya Borges

Confira a programação completa do Festival, aqui.

Serviço:

Festival do Clube de Criação 2016

Quando: Setembro, 10, 11 e 12 - 2016
Local: Cinemateca Brasileira - São Paulo – Brasil
Largo Senador Raul Cardoso, 207, Vila Clementino

Hosted by: Clube de Criação
www.clubedecriacao.com.br
55 11 3030-9322

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#FestivaldoClube2016

 

Festival do Clube 2016

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