arrow_backVoltar

Festival do Clube 2018

Será que ser 'beta' é tão bom assim?

22.09.18

Mais do que curiosos ou os famosos “early adopters”, que buscam conhecer e inserir na sua vida o quanto antes tudo que é novidade – sejam produtos, serviços ou tecnologias –, há um grupo derivado desse pensamento que é ávido por usar tudo isso pelo simples fato de estar na vanguarda, sem propósito e objetivo definido. É ter o brinquedo antes de todo mundo. Não para brincar ou para mostrar aos outros como funciona, mas para se sentir marcado na história como pioneiro, à frente do tempo, "diferentão". Se tem gente assim na sociedade em geral, imagina na publicidade!

Em uma das palestras do Festival do Clube de Criação 2018, o discurso tinha como meta tentar frear um pouco esse pensamento vazio, dando foco à força real da criatividade e no que deveria ser sempre o objetivo final: resolver um problema. O responsável pelo desafio foi Vinícius Malinoski, head of creative do Zoo – núcleo do Google que ajuda marcas e agências a entenderem e utilizarem da melhor forma possível as plataformas e tecnologias da empresa.

Com o tema “O que vocês têm de beta aí? Traduzindo tecnologia para a criação publicitária”, a apresentação bate principalmente nessa pergunta, de quem procura novidades tecnológicas de forma fria, sem necessariamente ter ideias ou questões para resolver por meio delas. “Essa pergunta não faz nenhum sentido. O que aprendemos no Google é que a tecnologia funciona como recurso, como meio para solucionar problemas, e não como ponto de partida. O que funciona é ir da ideia para a tecnologia ideal, e não o inverso: começar pelo foco nas pessoas, não em uma tecnologia qualquer. Parece óbvio, mas na prática ainda vemos muito da outra forma”, destacou Malinoski.

O criativo indicou exemplos de gigantes da nova economia: empresas com produtos e serviços extremamente baseados e dependentes de tecnologia, mas que as usam como meio de levar soluções a necessidades humanas. Entre elas estão o Airbnb, que viu a busca das pessoas por mais simplicidade e opções para se hospedar – especialmente de uma forma mais conectada com o cotidiano dos destinos; Uber, na questão de mobilidade e transporte; e Netflix e Spotify, oferecendo entretenimento e conteúdo de formas mais úteis, simples e fáceis para quem quer consumi-los. “Se na hora de escrever uma ideia você tiver que começar pela tecnologia, você não tem uma ideia: você tem um formato”, alertou.

Dentro do próprio Zoo, o Google desenvolveu um framework criativo que ajuda a garantir se cada projeto é realmente inovador e válido conforme a proposta da empresa: o HIT. “É um anagrama que serve como guia de checagem. Primeiro, o ‘H’ para questionarmos: é o fator Humano o centro? Ele resolve um problema humano? Depois o 'I' da ideia, do quanto essa ideia funcionaria. E por último o 'T', da tecnologia ideal para que isso seja colocado em prática e funcione de verdade”, explicou.

Outros dois pontos fundamentais que o head do Zoo diz ter aprendido no Google, depois de anos atuando em agências, é a importância da prototipagem e de não se prender 100% ao que os clientes pedem, mas olhar de forma mais ampla ao problema e a possíveis formas de resolvê-lo. “É muito mais fácil convencer alguém ao mostrar a solução funcionando, tendo um exemplo prático, do que só um conceito abstrato. A prototipagem deve ser mindset, não só um skill”, enfatizou. “O criativo muitas vezes fala e ouve que é preciso pensar fora da caixa. Mas às vezes o briefing em si é a caixa. Sair da lógica da indústria para entrar na lógica das pessoas é muito efetivo”, complementou.

Ainda inspirado no tema central da palestra, para aqueles que insistem nas supernovidades beta para serem pioneiros e inovadores, Malinoski alertou: “Ir atrás do Beta, além de tudo, muitas vezes é o pior caminho. A tecnologia certa para a maioria dos projetos quase nunca é a que acabou de ser lançada. Para ser efetiva, ela tem de estar mais desenvolvida e melhor aplicada no ecossistema”, exemplificou, puxando a sardinha para o conceito "Googlístico": “Não queira algo beta, queira um hit”.

Karan Novas

SERVIÇO

Festival do Clube de Criação

Quando: Setembro, 22, 23 e 24 - 2018 - sábado, domingo e segunda-feira

Local: Cinemateca Brasileira - São Paulo – Brasil

Largo Senador Raul Cardoso, 207, Vila Clementino

Hosted by: Clube de Criação

www.clubedecriacao.com.br

www.festivaldoclubedecriacao.com.br

55 11 3030-9322

https://twitter.com/CCSPoficial

https://www.facebook.com/clube.clubedecriacao

Transporte oficial: Cabify

Temos serviço de Shuttle para quem quiser estacionar no Hotel Pullman Ibirapuera
Horário: das 08h30 às 22h30
Trajeto: Pullman / Cinemateca / Pullman
Tarifa especial para o Festival: R$ 35 o período

Festival do Clube 2018

/