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Google: 20 anos de buscas

Pesquisa por voz representa até 10% das consultas no Brasil

25.04.18

Os primeiros links azuis do sistema de search do Google surgiram em 1998. O que nasceu como uma sofisticação das ferramentas online de pesquisa, hoje atinge um novo status de serviço. O Google afirma que não basta oferecer busca. É preciso trazer respostas relacionadas à consulta de forma mais completa e adequada ao mobile e proporcionar uma experiência capaz de antecipar ações do usuário. Tudo isso num momento em que cresce o interesse por programas de assistência por voz.

Numa avaliação da história das buscas, Fabio Coelho, presidente do Google Brasil, resumiu um pouco de como a evolução do serviço tem impactado no cotidiano das pessoas. Além de ter se tornado, com o tempo, uma fonte de insights, o search do Google evoluiu para incorporar captura de intenções. Outro ponto importante é que, a partir das perguntas feitas pelos usuários, a empresa compreende o Zeitgeist do mundo. As buscas aceleram ainda a transformação das companhias para um cenário de data-driven marketing, no qual as informações bem organizadas apontam caminhos e soluções mais eficazes para as marcas oferecerem produtos, serviços e benefícios para os consumidores.

Atualmente, o sistema se aprimora para a era da assistência virtual, em que as perguntas têm sido feitas por voz. Essa procura tem aumentado consideravelmente, diz o Google, que não revela números – o único dado relativo ao Google Assistente no Brasil é que o português do país é um dos idiomas mais usados globalmente.

E, claro, a inteligência artificial é a condutora mais poderosa das transformações da tecnologia de busca, que responde por quase 90% das receitas do Google. O uso de machine learning, conta Bruno Pôssas, engenheiro-chefe de buscas, possibilitou ganhos expressivos para o sistema. O aprimoramento do reconhecimento por voz permitiu uma redução de cerca de 50% na taxa de erro em menos de um ano. Hoje, a busca por voz representa de 5% a 10% do conjunto de todas as consultas no Brasil.

Poucas tecnologias têm mudado tanto quanto a busca nos últimos dez anos. Ela tem mudado de forma espetacular”, afirma Berthier Ribeiro-Neto, diretor de engenharia do Google para a América Latina. Parte desse mérito vem exatamente do trabalho feito pelo time que comanda em Belo Horizonte, onde funciona o Centro de Engenharia do Google para a região latina. Duas novidades vindas de lá entram em operação agora no Brasil e em outros países ou passam a ficar disponíveis em maio – nos EUA, as funcionalidades foram lançadas em dezembro.

Uma delas é o que se chama de jornada em tópicos relacionados. O formato reúne informações sobre um determinado tópico e sugere assuntos que podem levar o usuário a explorar ainda mais o tema.  Assim, se alguém buscar informações sobre Neymar esobre Messi, o sistema apresenta também imagens de outros jogadores estelares. Esse recurso já está disponível.

Outra funcionalidade "entrará no ar" em maio: snippets (fragmentos de informação) em destaque. Eles são respostas resumidas geradas por algoritmos para perguntas feitas no Google a partir da análise de todos os documentos na web. Foram adicionadas imagens contextualizadas e “pesquisas relacionadas” nos snippets. Isso permite aprender mais sobre um tópico ou descobrir novas informações de interesse.

Nem todas as novidades do sistema ficam claras para o usuário. E o Google está estudando de que modo poderiam notificar as pessoas a respeito dessas funcionalidades. Por exemplo, de que forma utilizar mais os serviços de voz, que permitem gerar lembretes. “Não queremos bombardear o usuário. Mas sentimos que 2018 será um ano de soluções de melhor qualidade”, diz Berthier.

A tônica dos aprimoramentos é auxiliar o usuário nos próximos passos de sua jornada. “Mostrar busca não é suficiente. Existe um conjunto de funcionalidades que ajuda o usuário a encontrar mais experiências”, comenta Bruno. Isso quer dizer que o trabalho dos engenheiros dedicados ao search não se limita a melhorar as respostas das pesquisas. É também enriquecer informações e mostrar conteúdos que podem interessar às pessoas.

Um caso que explica esse ponto é o uso do “painel de conhecimento”, um formato que reúne informações com imagens, dedicado ao tema saúde . Quando alguém faz a busca de uma doença, por exemplo, ele recebe um quadro ilustrativo com itens como sintomas. O Washington Post relatou em fevereiro passado a história de uma mãe que pesquisou leucemia mielóide aguda por ter lido a respeito da morte de uma adolescente por esse problema. Ao clicar no “painel de conhecimento” que surgiu a respeito da enfermidade, viu os sinais e percebeu que sua filha tinha essas características. A garota foi diagnosticada com a doença em fase bastante inicial (leia a reportagem original aqui).

No Brasil, a equipe de engenheiros montou um painel para a febre da zika. E uma parceria foi feita com o Hospital Albert Einstein que fornece informações de saúde para esses painéis.

 

Lena Castellón

Google: 20 anos de buscas

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