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Make-a-thon

Diário de bordo – Dia 2

30.04.15

O segundo dia de imersão no universo “maker” proposto pelo curso Make-a-thon teve mais mão na massa. Começamos com um papo sobre programação com o Drausio Tronolone, creative tecnologist da JWT, especialista em por projetos de pé. Ele nos mostrou princípios básicos de programação usando um serviço aberto criado pelo MIT para ensinar o assunto a crianças, o Scratch. Não demorou muito para montar um jogo usando a ferramenta, cuja simplicidade infantil ajuda a desmistificar o assunto para nós – adultos, mas crianças neste assunto.

O Drausio resumiu de forma muito bacana o universo da programação. Segundo ele, é regido por quatro princípios básicos: o “se”, que estabelece a possibilidade da criação de “variáveis” (o segundo princípio); “objetos”, ou blocos de comandos que facilitam a criação de sistemas mais complexos; e, por fim, “loops”, ou a repetição desses comandos/ações, que permitem o funcionamento de um sistema. Obviamente que tudo isso foi dito pelo Drausio com muito mais classe e clareza do que este parágrafo-resumo. Mas ainda estou engatinhando no assunto.

Em seguida, tivemos a chance de bater um papo via Skype com PJ Pereira, sócio da Pereira&O’Dell, para que ele nos contasse como “fez”, ou botou de pé, seu filhote não-publicitário – a trilogia “Deuses de dois mundos”, cujo terceiro livro está prestes a ser lançado. Foi muito legal saber como o PJ demorou para conseguir terminar o projeto, ao longo de quinze anos, e ver que até ele sofreu (ao menos no início) para encontrar uma editora disposta a publicar a história. Mais difícil mesmo, no entanto, foi ter disciplina para equilibrar a vida de dono de agência à de escritor. Depois de muito pesquisar e ouvir outros escritores, PJ criou seu próprio método: definiu toda a estrutura do livro, dividiu em capítulos, pôs os principais acontecimentos de cada capítulo no papel, em bullet points. Ao acordar, lia os tais pontos que deveriam constar no capítulo, tomava banho pensando naquilo; dirigia para o trabalho amadurecendo as ideias e só após o dia todo, no silêncio da noite, sentava-se para escrever. As ideias que haviam resistido em sua memória, segundo ele, eram as merecedoras de ir para o papel. Foi muito bacana ouvir o relato e, ainda, ouvi-lo falar de como, até publicar os livros e vê-los agradar leitores, sentia que o projeto era um fracasso. Falhar, como pudemos concluir, é parte importante do processo de aprendizagem para atingir o sucesso. Mais fácil de escrever sobre isso do que experimentar as falhas, imagino.

Por fim, Mauro Cavalletti nos contou um pouco sobre prototipagem simples e como isso ajuda a por ideias de pé. Logo depois de mostrar alguns projetos seus, tivemos 30 minutos para montar um protótipo simples com uma série de materiais fornecidos por eles (em quantidade propositalmente limitada). A ideia era ver se o que havíamos criado a partir do briefing do dia anterior poderia ser melhorado e se sustentava. Meu grupo – formado por três profissionais de criação, eu e uma profissional de produção – fez uma versão simplificada do “COPARTY”, nome que demos ao “copo que te diz como fazer drinques”. Abaixo, vocês conferem nosso primeiro protótipo.

Depois de montar o COPARTY, tivemos 2 minutos para apresentá-lo e ouvimos feedbacks dos nossos mentores – Cavalletti, André Piva, Pedro Gravena e, no dia anterior, Drausio. Eles deram dicas importantes e, agora, devemos incrementar nossa engenhoca. O Gravena, uma espécie de professor Pardal, tem dado ótimos toques sobre como viabilizar nossas ideias e testá-las na prática.

Ao final da noite, ainda fizemos uns pôsteres em serigrafia. Afinal, com ou sem grandes engenhocas eletrotécnicas, a ideia aqui é por a mão na massa.

Leia texto anterior sobre esta experiência, aqui.

Eduardo Duarte Zanelato está escrevendo este relato a convite dos organizadores do curso Make-a-thon, que acontece na Casa Galpão, na Vila Mariana, São Paulo

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