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Cannes Lions 2017

O que pensam os jurados – Rafael Pitanguy (Y&R)

23.05.17

Em 2016, o Brasil foi o segundo país em número de Leões na disputa do Mobile Lions. O primeiro lugar coube aos Estados Unidos, que conquistou o Grand Prix com o case NYT VR, um projeto de realidade virtual feito para o jornal The New York Times em parceria com Google, GE e Mini (leia mais aqui). Apesar do belo desempenho brasileiro, é difícil estabelecer previsões para a categoria, diz Rafael Pitanguy, vice-presidente de criação da Y&R, que julgará a área lançada pelo Festival de Cannes em 2012. “Nossos resultados mudam muito de um ano para outro”, explica, fazendo referência ao GP da FCB Brasil em 2014 e a algumas temporadas de vacas magras.

No ano passado, o Brasil obteve oito Leões (metade de Prata, metade de Bronze), resultado que premiou quatro agências (FCB, JWT, DM9 e Africa – confira os cases aqui). Mas em 2015, o país saiu de mãos abanando do Mobile Lions. No ano anterior, quando a FCB conquistou o GP por “Protection Ad”, para Nivea, o Brasil ganhou 12 Leões no total (relembre aqui as campanhas vencedoras). Em 2013, foram seis. E em 2012, três.

Como os devices em que se baseiam, a categoria Mobile é uma premiação em atualização. Seus critérios estão fundamentados em princípios comuns às demais disputas do Cannes Lions. Ou seja, ideia, execução e impacto (resultados), porém conta ainda com relevância da plataforma – e não foram estabelecidos percentuais para cada conceito.  Para obter mais detalhes do Mobile Lions, acesse o link do Festival.

O presidente do júri é Andy Hood, head de tecnologias emergentes da AKQA de Londres. Em visita recente a São Paulo, Hood falou de algumas tecnologias que têm ocupado a mente de criativos e outros profissionais de comunicação. Entre elas, realidade aumentada, realidade virtual, inteligência artificial, uso inteligente de dados e geolocalização (leia mais na entrevista que o Clubeonline fez com ele). Como Rafael Pitanguy ressalta, Mobile é uma categoria em que “o critério das ideias evolui junto com as possibilidades da tecnologia”. Portanto, torna-se mais complexo tentar adivinhar que tendências ganharão destaque na premiação deste ano.

Em 2016, o GP envolveu a produção de conteúdo com realidade virtual pelo T Brand Studio, unidade de marketing e experiências do New York Times, e a distribuição para assinantes do Google Cardboard VR, numa demonstração do sucesso de um projeto colaborativo (veja o videocase mais abaixo). No Mobile Lions, o próprio Google já conquistou um GP, em 2015.

Festival Internacional de Criatividade acontece entre os dias 17 e 24 de junho. Confira a composição de todos os júris aqui.

Clubeonline irá publicar ao longo dos próximos dias entrevistas com os demais jurados do Brasil. Leia o que já saiu: Fernando Machado (Burger King/ Creative Effectiveness), Miriam Shirley (Publicis/ Media), Marcelo Pascoa (Coca-Cola/ Entertainment), Mario D’Andrea (Dentsu Brasil/ Radio), Celio Ashcar (Aktuellmix/ Promo & Activation) e Mario Narita (Narita Design/ Design).

Para acompanhar o noticiário completo sobre o Cannes Lions 2017, clique aqui.

 

 

1. Nome, cargo e há quanto tempo comparece ao Festival de Cannes.

Rafael Pitanguy, vice-presidente de criação da Y&R. Vou há dez anos consecutivos a Cannes. Meu primeiro ano foi como parte da delegação dos Young Creatives. Desde a primeira experiência por lá, percebi como o Festival nos atualiza e desafia. Então, sempre dei um jeito de voltar. Como jurado, é minha primeira vez.

2. Este ano, júris estão reduzidos, uma decisão para melhorar a qualidade dos debates (de acordo com a organização). Como avalia o papel do jurado? Que desafios ele enfrenta?

É claro que debates com menos participantes tendem a ser mais organizados. Mas, se os debates vão ser melhores quanto ao conteúdo, isso depende mais de quem está envolvido do que quantos estão envolvidos, claro. Do Brasil, tenho uma grande admiração pelos profissionais que estão nos representando. E me orgulho muito de poder fazer parte de um júri que, pela primeira vez, é composto por 43% de mulheres, reconhecendo que talento e profissionalismo independem de gênero. Falando especificamente sobre Mobile, é uma das categorias que mais vem se transformando, o que deixa o nosso trabalho por lá ainda mais desafiador. É um desses casos em que o critério das ideias evolui junto com as possibilidades da tecnologia.

3. O que já conseguiu acompanhar da sua categoria? Resultados em outros festivais? Tendências da área? Campanhas que têm se destacado no mercado, nas redes sociais e na mídia especializada?

Na verdade, já comecei a votar há umas duas semanas. O que dá pra destacar de cara é o tamanho dos projetos. Independentemente de serem bons ou ruins, é tudo muito grande. Como o maior crescimento do investimento publicitário global acontece no segmento mobile, fica evidente como a repercussão e o alcance das ideias também cresceram. Indo além da categoria, acho que as duas grandes ideias deste ano estão representadas em dois personagens: a menina de Wall Street e o monstro Graham. Tem um texto bem legal do Rizuto na Campaign falando sobre isso [Nota da Redação: o brasileiro Rafael Rizuto é diretor executivo de criação da 180 LA].

4. O que espera da participação do Brasil no Cannes Lions?

Acho difícil fazer grandes previsões sobre o desempenho do Brasil em Mobile, já que nossos resultados mudam muito de um ano para outro. Revezamos entre anos com GP e anos sem nenhum Leão. Temos projetos bons, competitivos, mas o nível global está bem alto.

5. Se tivesse o poder de mudar algo em Cannes, tanto na premiação quanto no conteúdo, o que seria?

O Festival está sempre se reinventando. Cannes de hoje em muito pouco se parece com o que estive pela primeira vez, há 10 anos. Logo, é difícil fazer qualquer crítica ou sugestão. Porque, ano que vem, talvez ele já esteja diferente.

Cannes Lions 2017

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