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Brandcast 2020

YouTube Brasil: + influência, novos Originals e líder global de lives

06.11.20

O YouTube Brasil apresentou nesta quinta-feira, 05, a sexta edição do Brandcast, evento para agências e marcas que faz um balanço do que aconteceu na plataforma e apresenta novidades para o próximo ano. Devido à pandemia, ele foi virtual. Outra novidade foi a parceria com o Porta dos Fundos, responsável pela produção do roteiro e do conteúdo do evento (leia mais aqui).

Os dados apresentados revelam o impacto da pandemia sobre o consumo de conteúdo na plataforma. Um dos pontos que mais chama atenção é que, com mais tempo dentro de casa, as pessoas ampliaram o uso da televisão para acessar o YouTube. O tempo de exibição em telas de TV cresceu 120% em relação a 2019. A empresa promete investir nessa tendência. Hoje, mais de 40 milhões de brasileiros já assistem a conteúdos disponíveis na plataforma pela televisão.

Encomendada pelo Google, a pesquisa Why Video, feita pela Talkshoppe, em agosto, com 2.052 entrevistados, indica que 105 milhões de brasileiros acessam o YouTube mensalmente. Com a quarentena, 91% afirmam ter aumentado seu tempo navegando na plataforma e 54% dos entrevistados declararam que vão usá-la ainda mais.

O entretenimento é importante, como demonstra a febre de lives deste ano, mas a busca por informações e aprendizados também. “Nunca as pessoas usaram tanto o YouTube como referência”, afirmou Fabio Coelho, presidente do Google Brasil.

Um dos resultados do maior consumo do conteúdo na plataforma é o crescimento do número de canais com mais de um milhão de inscritos no Brasil.  Eles já são mais de 1.800, barreira ultrapassada em agosto. E, na esteira disso, uma nova geração de criadores está surgindo, aponta a empresa.

Influência

A pesquisa fez também um mergulho sobre o poder de influência da plataforma na hora da decisão de compra. Entre os usuários, 87% já fizeram uma aquisição depois de assistir a um vídeo no YouTube e 62% disseram que a publicidade fez com que se tornassem mais propensos a considerar uma marca ou produto anunciado.

Influência é a capacidade de produzir reação. É o resultado esperado de toda e qualquer publicidade”, disse Alessandra Gambuzzi, diretora de projetos de conteúdo do Google. A capacidade de influenciar está associada à produção de conteúdo de qualidade. Como afirmou Alessandra, um único conteúdo influencia diferentes estágios da jornada de compra.

Plataforma com 15 anos de existência e com mais de dois bilhões de usuários no mundo, o YouTube exerce influência sobre as mais variadas áreas, como as configurações sociais. A rede de vídeos do Google é cada vez mais uma ferramenta para bandeiras como diversidade e justiça racial. Elas ganham mais potência na voz dos criadores. Isso é comprovado com mais um resultado da pesquisa: 4 em cada 10 consumidores acreditam que o YouTube é uma plataforma para lutar contra o preconceito.

Neste ano, por causa da covid-19, não houve a Parada do Orgulho LGBTQ de São Paulo em junho. Mas o YouTube apoiou a realização de uma versão virtual do evento (mais detalhes aqui). A parada virtual contou com a participação de diversos youtubers famosos. Neste mês, o YouTube irá organizar também uma live do YouTube Black, no dia 20, data da Consciência Negra. O patrocínio do evento é do Bradesco, que também esteve junto da Parada Virtual do Orgulho LGBTQIA+. "Vamos ampliar as vozes da comunidade negra", disse Coelho, que comentou que o YouTube global tem um investimento de US$ 100 milhões para esse fim - parte desse aporte virá para o Brasil.

Marcas

Com as lojas fechadas, muitas empresas recorreram ao YouTube para ajuste de estratégias de marketing e dar mais foco ao digital, que ganhou 7,3 milhões de novos e-shoppers. O relatório Webshoppers, da Ebit|Nielsen, de agosto, revelou que 44% dos usuários da plataforma procuraram ou pesquisaram marcas e produtos pela primeira vez no YouTube durante a pandemia e pretendem manter esse comportamento no futuro. Já 36% afirmaram usar o site para conferir reviews e demonstrações de produtos durante a quarentena.

Um exemplo de marca que soube explorar essa característica foi o projeto “Eu Experimento pra Você”, da C&A. O YouTube se transformou em um provador virtual com a ajuda das youtubers Niina Secrets, Joyce Kitamura, Camilla de Lucas, Bruna Gomes e Maíra Medeiros. Elas experimentaram roupas da marca para mostrar às consumidoras os detalhes de cada peça.

Com isso, o projeto, feito com o time do YouTube, ofereceu uma solução digital para a experiência de compra de forma inovadora, divertida e com resultados expressivos. Os vídeos das influenciadoras renderam mais de 465 mil visualizações e mais de 3 mil comentários, sendo 99% deles positivos.

Outro exemplo vem do Carrefour, em projeto desenvolvido pela Publicis. A varejista levou suas ofertas para o YouTube. Desse modo, a empresa eliminou custo de produção com a folheteria, conseguiu mais de três milhões de visitas a lojas com a ação e obteve um aumento de 56% nas vendas dos produtos anunciados.

Lives

A plataforma foi altamente demandada durante a pandemia em certos campos. Na área do entretenimento, com teatros, cinemas, museus e casas de shows fechados, o YouTube se tornou um grande palco virtual. Dos usuários, 78% afirmaram buscar entretenimento ao assistir um vídeo, que se tornou o centro do maior fenômeno cultural da quarentena: as lives de música. Artistas de todos os gêneros realizaram transmissões ao vivo, e quase metade dos usuários do YouTube recorreu à plataforma como substituto de um evento ao vivo.

A esse respeito, o head global de música do YouTube, Lyor Cohen, declarou que o Brasil foi líder mundial das lives. Segundo ele, o país foi responsável por 7 das 10 maiores apresentações ao vivo da plataforma. O topo do pódio da audiência coube à cantora Marília Mendonça. Em 8 de abril, ela conseguiu atingir o pico de 3,3 milhões de visualizações simultâneas em uma live em seu canal. Esse público seria capaz de lotar 41 Maracanãs ou 159 shows no Madison Square Garden.

Sandra Jimenez, diretora de parcerias de música para América Latina, contou que as lives musicais movimentaram a empresa de forma muito intensa durante os primeiros dois meses da pandemia. “No final de março, houve um boom. Nosso envolvimento mais direto com os projetos foi para passar orientações para o mercado”.

O YouTube organizou uma série de treinamentos. Chegaram a ser treinadas 2 mil pessoas, com eventos promovidos semanalmente. Essas orientações ajudaram diversas produtoras que estavam habituadas a fazer DVDs. “Elas tiveram de se voltar para a transmissão ao vivo. Nós passamos conhecimentos e dicas”, lembrou Sandra.

Depois dos primeiros dois meses de quarentena, o volume das lives se diluiu e o próprio mercado já estava mais habilitado a promover suas apresentações ao vivo. “As lives levaram muitos assinantes para os canais dos artistas”, observou Sandra. Ela acredita que para o próximo ano esse formato ainda vai se manter, mas com ajustes. A retomada de shows é importante para que o artista interaja mais com seu público. Porém a manutenção da live garantiria o acesso dessas apresentações para pessoas que não tenham a oportunidade de ver o ídolo de perto.

Originals

No Brandcast 2020, o YouTube anunciou quatro novos conteúdos originais de criadores brasileiros no próximo ano. Uma das novidades é a segunda temporada de “Whindersson Nunes - Próxima Parada, um dos projetos apresentados no lançamento do YouTube Originals no Brasil, em 2019 (reveja aqui).

No ano passado estavam previstos seis projetos com conteúdo original. Quatro foram lançados. Além do programa de Whindersson, estrearam na plataforma “Mulheres que Mudam o Mundo”, com Nath Arcuri (canal MePoupe), “Vai Pra Cima, Fred”, do canal Desimpedidos e “Chutando o Balde”, do canal Manual do Mundo. O reality do Porta dos Fundos teve de ser adiado para 2021 devido à pandemia.

Precisamos adiar gravações e outros Originals. Tivemos preocupações com as produções”, contou Manu Vilela, diretora de parcerias e líder de top criadores na América Latina. Whindersson já está fazendo viagens para a próxima temporada de seu show, seguindo os cuidados previstos pelas autoridades sanitárias. A segunda fase de “Próxima Parada” deve ser lançada no 2º trimestre.

Apesar das complicações vividas pelo audiovisual nos meses de quarentena severa, as negociações para o Google fechar novos projetos não foram afetadas. Na parte relacionada à música, várias propostas tiveram de ser reavaliadas.

Agora, o novo cronograma prevê a estreia do reality do Porta, o “Futuro Ex-Porta”, para o 4º trimestre do próximo ano. Ele escolherá um novo talento para ingressar no time da produtora. As gravações vão acontecer em março de 2021.

Os outros dois YouTube Originals do ano que vem são a terceira temporada de “Galinha Pintadinha Mini, previsto para estrear no 3º trimestre, e “The Beat Diaspora”, uma produção do canal Kondzilla, que deve ser lançada no 4º trimestre. Trata-se de uma série documental que destaca os gêneros musicais do Hemisfério Sul por meio da conexão e influência da Afrobeat, sendo narrado e apresentado por algumas das pessoas mais influentes em cada um desses gêneros.

O lançamento será no canal KondZilla, o maior canal de música da América Latina. Com produção executiva de Konrad Dantas, Coy Freitas (curador musical e produtor cultural) e Your Mama (produtora premiada), a série reúne vozes que inspiraram esse movimento musical, mergulhando profundamente em seus bairros de origem e suas dinâmicas econômicas, sociais e culturais.

O Brandcast teve apresentação de Noemia Oliveira e Rafael Portugal, com participações de outros integrantes do Porta. Estiveram presentes também personalidades que se tornaram famosas na plataforma como Atila Iamarino, Felipe Neto, Linn da Quebrada, Fred do Desimpedidos e Alok. No encerramento, houve show de Pabllo Vittar.

Brandcast 2020

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