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Festival do Clube de Criação 2021

Globo: + criatividade ao 'jogar junto' com as marcas

15.10.21

Uma trinca de peso do Grupo Globo, com expertises distintas mas diretamente complementares, levou para o palco do Festival do Clube de Criação 2021 um tema que deu foco a duas palavras que, por mais gastas que estejam pela sua utilização muitas vezes superficial, realmente ilustram o que o brasileiro faz – e precisa fazer cada vez mais – muito bem: cocriação e colaboração.

No painel “Como é ser criativo para o povo mais criativo do mundo” estiveram Amora Mautner, diretora artística; Astrid Fontenelle, jornalista e apresentadora; e Eduardo Becker, diretor de produtos publicitários em canais da Globo.

Ele abriu o debate lembrando que “criatividade é o combustível da nossa atuação e relação com o mercado publicitário. E acompanhar essa evolução é o desafio nosso de cada dia”. Becker acrescentou que o brasileiro é conhecido pela sua criatividade e diversidade, “características que nos inspiram”. Porém, fez questão de ressaltar algo fundamental para qualquer player da indústria publicitária: “Não adianta sermos criativos se não conseguirmos fechar negócio no fim do dia”.

Astrid reforçou que algo primordial para ser e se manter criativo é o poder de observação, além da provocação natural do brasileiro, que não só é referência no assunto, como também apaixonado por criatividade. “A gente vive de inspiração, e isso dá muito trabalho. Temos uma antena parabólica virada para todos os lados, captando tudo. O brasileiro é criativo porque a gente é um país de dimensões enormes e vivemos sendo provocados pelas próprias pessoas. A gente tem de se antecipar ao que o público deseja”, comentou.

Com o olhar de quem materializa as histórias a serem contadas, Amora Mautner lembrou que para chamar atenção, ao mesmo tempo, de milhões de pessoas, com interesses e bagagens tão diversas, é fundamental trazer algo único, aplicando seu olhar diferenciado sobre o cotidiano e, assim, gerando curiosidade e identificação de forma plural. “A mistura de culturas e de códigos do Brasil é gigantesca. E nossa meta é nos comunicarmos com o máximo dessas bolhas culturais. Só tem um jeito para isso: ser único. O artista tem um olhar único sobre algo, e essa unicidade é o que faz o público se conectar com a gente”, analisou.

O poder de jogar junto

Cada vez mais, a Globo tem se aberto para formatos que unem, de forma inteligente e orgânica, dramaturgia, conteúdo editorial e mensagens de marcas. No início do mês, a empresa lançou seu "principal projeto do ano", que mostrou, por meio de uma campanha, que seu ecossistema é capaz de reverberar não apenas seus conteúdos, mas o de quem está com a Globo, em todo e qualquer lugar, numa alusão a suas diferentes frentes, da TV aberta ao celular, algo representado pelo mote "Do plim ao play". (leia mais aqui).

E se a última barreira vinha exatamente de artistas e jornalistas, foi visível que o poder de viabilizar projetos poderosos trazido pelos anunciantes, além da flexibilização das entregas – antes limitadas aos estritamente comerciais 30 segundos –, já cativa todos os envolvidos no processo.

Meu processo criativo vem de uma subjetividade enorme, de uma abstração total, até que tudo fica muito claro e se concretiza. Minha ideia é, cada vez mais, sentar com criativos para entender quais produtos eles querem lançar e, a partir daí, já pensar nesse enredo desde o início com o subsídio dramático na novela, por exemplo”, disse Amora.

Becker mencionou um dos primeiros projetos de sucesso que uniu a dramaturgia da novela na Globo com o break comercial de forma explícita: o case de Fiat em “A Dona do Pedaço”, quando Vivi Guedes, a personagem influencer vivida por Paolla Oliveira, começou um merchan como parte do enredo e literalmente invadiu o break complementando a entrega – e que teve a própria Amora Mautner como diretora.

Além de contar boas histórias, a gente quer fazer parte dessa conexão das marcas com os consumidores. O case da Fiat foi um grande aprendizado”, contou. Ele fez referência também a entregas recentes, quando a grade foi tomada por reprises e uma das saídas foi levar os personagens para o primeiro intervalo das tramas, continuando a conversa e ativando marcas com alguma pertinência dentro da história.

Astrid reforçou o coro da cocriação, abrindo as portas para projetos em parceria com marcas e agências. “Temos espaço para sermos mais usados. O ‘Saia Justa’, por exemplo, é uma marca com muitos anos e com muita credibilidade. Dá para criarmos muita coisa juntos. Podem marcar uma reunião comigo. Porque muitas vezes, quando tudo já vem pronto, muitas vezes não vem redondo como poderia ser”, convocou.

Fechando a conversa, Becker pediu dicas de como ser criativo para as participantes da conversa. Em conjunto, Astrid e Mautner reforçaram mais uma vez o convite para que criativos das mais diversas áreas sentem-se à mesa – virtual ou não – com elas para chegar a projetos mais robustos, interessantes e efetivos.

Não tenham vergonha. Interajam com a gente e com esse universo que está a nosso favor. Vamos jogar juntos”, enfatizou Astrid. “Isso vai trazer novos formatos, vai fazer todo mundo mais feliz ao juntar arte e produtos”, complementou Amora. “Todos nós somos criativos. O que te faz mais criativo que o outro é como você se relaciona com o mundo. E é a mesma coisa com as marcas. Cocriar está meio batido, mas é sobre isso: impactar e divertir as pessoas”, pontuou Becker.

Karan Novas, em colaboração para o Clube de Criação

Todos os painéis do Festival do Clube 2021, realizado entre os dias 22 e 23 de setembro, foram transmitidos pelo Globoplay. O evento deste ano foi gratuito.

O conteúdo do Festival já está disponível na plataforma de streaming. Até o dia 27 de outubro - acesse a partir daqui.

Reveja a programação completa aqui.

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