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Acquaria

Conheça detalhes sobre os efeitos que alicerçam esta baita produção...

08.12.03

Acquaria, dirigido por Flavia Moraes, é, muito provavelmente, o filme brasileiro com maior número de efeitos especiais - não à-toa foi co-produzido pela Casablanca (finish house).
Cerca de 80% das cenas do filme têm alguma intervenção digital.
O longa soma 30 sequências em 3D e 89 em composição.
Foi rodado em duas câmeras Panavision e deglutiu 427 latas de negativo (para formato Super 35-Scope).
Com estréia em circuito nacional marcada para o próximo dia 12/12, o longa conta a história de um planeta onde a água acabou e as pessoas (entre elas os irmãos Sandy e Junior) sobrevivem como podem.
Para criar o clima árido-futurista, da-lhe trucagem digital. "Em muitas cenas, os efeitos nem são percebidos, o que comprova sua excelência", conta Luiz Adriano, supervisor de 3D da Casablanca.
O longa foi rodado em apenas oito semanas. "Foi em tempo recorde. Nos Estados Unidos, um filme desse porte, com tamanha complexidade, demoraria pelo menos dois anos para ser finalizado, aposta Reinaldo Bibinho Carvalho, supervisor de efeitos.
Cinco profissionais focaram-se em 3D e dez em composição. "Em um filme americano, efeitos especiais como os que desenvolvemos seriam realizados por pelo menos 50 profissionais", eles voltam a comparar.
Como a dupla de protagonistas não pôde viajar ao deserto do Atacama, no Chile, criou-se, em estúdio, uma tenda de 2 mil m², que acumulava mais de mil m³ de uma mistura preparada com três tipos de areia, reproduzindo o solo do deserto.
"Qualquer pessoa que assistir ao filme vai achar que a dupla esteve no deserto, comenta Diego Morone, supervisor de composição.
Para tornar compatíveis as cenas captadas no cenário chileno com as colhidas em estúdio, a equipe utilizou as mesmas lentes, configurações de câmeras, distância, luz e horários das filmagens.
Foi utilizado o negativo Kodak 5218, 500 ASA, grão 200.
Como há várias sequências recortadas sobre um fundo azul, a equipe passou boa parte do filme para negativo. Dessa forma, qualquer detalhe ou falha pôde ser checado com mais segurança na tela de cinema.
"Recebemos um briefing da diretora, mas em cima do que nos foi passado tivemos total liberdade para criar", conta Adriano, que junto com sua equipe, inspirou-se nos quadrinhos do cartunista iugoslavo Enki Bilau.
Para a composição de um lagarto de duas cabeças, por exemplo, vários protótipos foram criados. A equipe assistiu a diversos vídeos, com imagens de lagartos, para chegar aos movimentos e texturas perfeitos.
Um dos maiores desafios encontrados foi reproduzir um falcão verdadeiro em 3D.
Para tanto, um treinador de aves esteve à disposição da Casablanca. Dessa forma, mínimos detalhes, como penugem, cores, contornos do bico e dos olhos, puderam parecer os mais reais possíveis.
"O público poderá não perceber muitos dos pequenos detalhes com os quais tivemos o máximo de cuidado. Mas profissionais de efeitos especiais, inclusive de outros países, reconhecerão o nível técnico do filme", finaliza Bibinho.
Veja nota relacionada, abaixo.

Acquaria

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