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Demon Slayer

O novo recordista de bilheteria no Japão

28.12.20

Depois de quase 20 anos, o cinema japonês tem um novo recordista de bilheteria. Considerando que estava com baixos níveis de infecção de covid-19, o país permitiu que parte de suas salas pudessem funcionar. E, mesmo com a capacidade reduzida, surgiu um novo campeão, superando “A Viagem de Chihiro”, do Studio Ghibli, de 2001. O primeiro posto cabe agora a outro anime, “Demon Slayer The Movie: Mugen Train”, do estúdio Ufotable.

Lançada em 16 de outubro, a animação amealhou US$ 313,9 milhões no domingo 27, de acordo com o distribuidor Aniplex (que irá emplacar o filme nos EUA e no Canadá em 2021). “Demon Slayer”, ambientado no Japão da era Taisho (1912-1926), já dava sinais de que se tornaria um fenômeno de popularidade. Bateu o recorde de maior faturamento bruto em um único dia (US$ 11,3 milhões) e de arrecadação em Imax (US$ 21 milhões). Também se tornou o longa a mais rapidamente ultrapassar os 10 bilhões de ienes e os US$ 100 milhões, feito registrado em dez dias.

Em novembro já havia batido a bilheteria do segundo colocado nos cinemas do Japão: “Titanic”. O anime tinha feito, em um mês e meio, o montante de US$ 264 milhões. Em 1997, o blockbuster de James Cameron tinha faturado US$ 251 milhões.

Do que se trata “Demon Slayer”? Baseado em um mangá de 2016 (Kimetsu no Yaiba), de Koyoharu Gotoge, a história de um jovem do campo que teve sua família destruída por demônios transformou-se em um fenômeno pop ao ser adaptada como anime para a TV. O estúdio Ufotable produziu 26 episódios. A série fez sucesso e isso repercutiu no mangá. Em dezembro foram vendidas quase 120 milhões de cópias dos quadrinhos originais (no Brasil, a história é publicada pela Panini).

O filme não está descolado da série. No longa, o jovem Tanjiro Kamado inicia uma jornada para vender carvão em outra cidade. Ele deixa na casa sua família. Quando regressa, só há uma sobrevivente, uma de suas irmãs, Nezuko. O problema é que ela vira um dos demônios, que são criaturas que só atacam à noite, matando humanos. Nezuko, porém, demonstra que é diferente de seus captores. Tanjiro se une a um grupo de caçadores de demônios na luta contra as criaturas que destruíram sua família e na tentativa de salvar sua irmã.

A popularidade do anime também pode ser explicada pelos efeitos da pandemia na indústria cinematográfica. Muitos filmes de Hollywood foram adiados. Quando o Japão decidiu reabrir suas salas, a competição com títulos estrangeiros praticamente não havia. Além disso, a indústria local deu impulso a produções japonesas. O Hollywood Reporter reproduziu a informação do jornal The Japan Times de que “Demon Slayer” teria sido exibido mais de 40 vezes por dia em um multiplex no bairro de Roppongi, em Tóquio.

De todo modo, em qualquer lista dos melhores animes do ano no Japão a produção está nos primeiros lugares. Não se limita, portanto, a mero desejo de elevar a indústria cinematográfica japonesa. Além disso, já existem de relógios a roupas, de café a brinquedos com os personagens da obra. Ou seja, também no licenciamento o título vai muito bem.

Demon Slayer

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