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Festival do Clube 2018

Vertical first: o exercício de testar novas perspectivas

23.09.18

Toda vez que uma tecnologia ou formato surge, há quem escolha ser early adopter e quem demore algum tempo para entender a nova lógica e só então a incorpore.

Isso também aconteceu no caso dos formatos de vídeo verticais, que foram impulsionados pelo crescimento do Instagram Stories, lançado em agosto de 2016. Junte ao surgimento da ferramenta o ápice dos "influencers", a massificação da internet, o crescimento contínuo do acesso ao mobile e o resultado é um caldeirão de novidades nas narrativas, com novos protagonistas e modo de fazer.

O painel "Instagram Creators: A construção de novas narrativas no cenário mobile e vertical", no Festival do Clube deste ano, abordou o tema com Daniel Bottas (creative strategist do Facebook), Speto (artista plástico, ilustrador e grafiteiro), Camila Cornelsen (fotógrafa, DJ, GIF maker e vocalista da banda Copacabana Club) e Marcel Izidoro (diretor, roteirista e produtor).

"O exercício de pensar no vertical acontece todo dia. Quando comecei a filmar muito com celular, virei ‘a doida dos apps’. Acho que hoje é possível fazer muitas coisas com o aparelho. No Stories, me interessa ver coisas visualmente mais legais e o mais bacana é que cada um tem seu jeito de contar histórias. Tenho explorado muita coisa no meu perfil pessoal”, avalia Camila.

Pouco fã do formato vertical em princípio, Marcel Izidoro se rendeu. “Gosto de respeitar o meio e a lógica de consumo. Então, eu fui convertido ao formato vertical porque é assim que as pessoas veem. Ninguém vai virar o celular para ver o meu filme, é uma ilusão. Sou eu quem tem que fazê-lo engatar. Estou produzindo uma ação com 77 filmetes de 15 segundos cada, é uma novidade também para mim”, afirma.

Novidades também mexem com as emoções de Speto. “Eu sigo sem pensar muito no desafio, mas penso em curtir o entusiasmo. Penso pouco na técnica porque se for diferente você corta a criatividade. Eu acredito que quando surge algo novo, é o momento de reciclar o que estou fazendo e testar. Então, qualquer mídia ou situação que se apresente é uma vantagem”, explicou.

A lógica colaborativa também pautou a palestra em um apelo do moderador Daniel Bottas dirigido à plateia. “O creative shop do Facebook trabalha colaborativamente com as agências, com clientes, produtores e artistas. Com pessoas comuns. É essa mistura que faz o nosso trabalho ficar mais inovador e colaborativo e um dos segredos do Instagram. Exercitem isso no seu dia a dia”, sugeriu.

Raissa Coppola

Festival do Clube 2018

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