Mercado ansioso

Desde o início do ano, as ações da Tesla enfrentam uma queda na Nasdaq, a bolsa eletrônica dos EUA, com o valor caindo cerca de 43%. As vendas da empresa também estão em baixa. No primeiro trimestre, foram entregues 387 mil veículos no mundo, um número 8,5% inferior ao registrado no mesmo período no ano passado.

Na semana passada, mais uma notícia de abalar o mercado: a empresa deve demitir 10% dos funcionários. É o maior índice de sua história. E, em meio a isso, Elon Musk, o CEO da companhia, se aventura em discussões, brigas e picuinhas utilizando o X, o antigo Twitter, plataforma que comprou.

A última de Musk foi perguntar na rede quanto custaria a Rede Globo, em um post publicado no domingo 21 como resposta a uma provocação de um usuário brasileiro.

É nesse cenário que o mercado aguarda o balanço que a Tesla fará do primeiro trimestre, após o fechamento da bolsa, nesta terça-feira, 23.

As expectativas não são boas. O jornal Financial Times, por exemplo, acredita que será divulgado o pior relatório trimestral da montadora nos últimos sete anos. Nos bastidores, fala-se em um recuo no lucro operacional da ordem de 40%.

Na conferência sobre o balanço, Musk deverá falar de estratégias para a empresa, que vem sofrendo com a concorrência. Vale observar que o setor de carros elétricos está em expansão. A Ford obteve crescimento de 86% no primeiro trimestre. Mas a dor de cabeça da empresa tem sido a chinesa Byd.

Há outro ponto que causa ansiedade nos investidores: o que tem chamado a atenção do bilionário são os carros autônomos. Ele já disse que irá lançar um táxi autônomo da Tesla - ou robotáxi - no dia 08 de agosto. O mercado, porém, espera saber mais dos planos a respeito de uma versão mais barata de carro elétrico, o Model 2, que sairia por US$ 25 mil. Com Musk, porém, o melhor é esperar para saber o que, de fato, a Tesla estabelecerá como seus próximos passos.