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Notícia Boa

Museu da Língua Portuguesa reabre em junho

17.12.19

Destruído em incêndio ocorrido há quase quatro anos, em 21 de dezembro de 2015, o Museu da Língua Portuguesa (MLP) teve suas obras de restauração concluídas nesta segunda-feira (16). O investimento foi de R$ 81 milhões, o que inclui a reorganização do acervo. A projeção é que o espaço tenha suas portas abertas para o público em junho de 2020.

A reconstrução do Museu da Língua Portuguesa, que deveria ter sido concluída no segundo semestre deste ano, conforme previsto em 2018, foi feita pelo governo estadual em parceria com a Fundação Roberto Marinho. O patrocinador máster é a EDP, holding de origem portuguesa que atua no setor elétrico. São patrocinadores ainda Grupo Globo, Grupo Itaú e Sabesp. A Fundação Calouste Gulbenkian, instituição portuguesa ligada às artes, à cultura, à educação e à ciência, é apoiadora. A restauração foi viabilizada também por meio da lei federal de incentivo à cultura.

O ID Brasil é hoje a organização social (OS) responsável pela gestão do museu. Mas foi lançado na própria segunda-feira edital de licitação para a contratação da OS que fará a gestão da nova fase do espaço. A data final para recebimento de propostas é 29 de janeiro. Assim que for definida, a OS realizará testes de funcionamento e treinamento de pessoal.

Uma nova exposição, que oferecerá experiências mais globais, já está sendo organizada para que seja instalada ainda no início de 2020. No primeiro semestre, antes da inauguração para o público, serão realizadas atividades culturais como o Programa Educativo Escola, Museu e Território. Elas envolverão escolas e instituições da região.

Grande parte do acervo foi renovado. Uma das conclusões é que o museu poderia se conectar mais com os países que falam português, ampliando as experiências, antes mais concentradas no Brasil. Também entram no foco outros idiomas.

Uma das novidades será o espaço “Línguas do Mundo”, que destaca 20 das mais de sete mil línguas faladas no mundo. Em “Falares” serão mostrados diferentes sotaques e expressões do idioma no Brasil. Em “Nós da Língua Portuguesa” os visitantes poderão conhecer a língua portuguesa no mundo, com os laços, embaraços e diversidade cultural da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Serão mantidas as principais experiências como “Palavras Cruzadas”, que mostra as línguas que influenciaram o português no Brasil; e a “Praça da Língua”, espécie de “planetário do idioma”, que homenageia a língua portuguesa escrita, falada e cantada, em um espetáculo imersivo de som e luz.

Parceiros

O museu divulgou as impressões dos parceiros do projeto de recuperação da instituição que, de 2006 a 2015, recebeu aproximadamente quatro milhões de visitantes. “O Museu da Língua Portuguesa, agora reconstruído, retoma sua vocação de espaço de educação por excelência, em que patrimônio histórico, experiências museológicas e ações educativas se complementam e se comunicam para celebrar nosso maior patrimônio imaterial, o nosso idioma”, declarou Lucia Basto, gerente geral de Patrimônio e Cultura da Fundação Roberto Marinho.

Miguel Setas, presidente da EDP no Brasil, destacou o comprometimento da companhia em viabilizar o retorno do espaço cultural para a cidade. “Quando for reaberto, (o museu) trará experiências inéditas, sem perder de vista a interatividade que o transformou em sucesso de público”.

De acordo com Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural, iniciativas assim aproximam as pessoas do idioma e da literatura. “Algo fundamental para superar a distância entre o sujeito e a leitura. Afinal, como dizia Antônio Candido, a garantia aos direitos humanos está no acesso à arte e cultura e tem sua essência na leitura, para o sujeito ter a capacidade de criar suas referências”.

Museu sustentável

Diretrizes de sustentabilidade pautaram a obra, com foco na obtenção do selo LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), um dos mais importantes na área de construções sustentáveis. Entre as medidas estão a adoção de técnicas para economia de energia na operação do museu; a gestão de resíduos durante as obras; e a utilização de madeira que atende às exigências de sustentabilidade (certificada e de demolição).

O museu informa que cerca de 85% da madeira necessária para a recuperação das esquadrias veio de material já existente no edifício, com a reutilização de madeira da construção original, de 1946. Na construção da nova cobertura, foram empregadas 89 toneladas de madeira certificada proveniente da Amazônia.

Novas receitas

Entre as propostas para o MLP está a instalação de dois cafés e de uma loja/livraria no espaço. Os cafés são os do Saguão e o do Terraço. Segundo o edital, essas novas áreas deverão permanecer abertas ao público inclusive em horários em que o museu estiver fechado, desde que a Estação da Luz esteja funcionando. “Este é um desejo dos órgãos de preservação do patrimônio, de que o prédio esteja integrado ao entorno e à gare”.

O edital diz ainda que os serviços “funcionarão como geradores de receitas e como lugares de fruição, divulgação da instituição e espaço de lazer para o público”. Os cafés e a loja poderão ser repassados a terceiros. Outro ponto importante do documento informa que o Conselho de Administração da OS que responderá pela gestão terá de se encarregar da aprovação dos projetos, o que inclui naming rights e assinatura de marca.

O espaço do terraço não tinha sido utilizado ainda. E essa oportunidade é destacada no edital. “Entendemos que o acesso facilitado ao terraço será uma grande novidade do Museu da Língua Portuguesa, tanto para uso dos visitantes do museu, quanto para geração de receitas, a partir de locação do espaço, que pode também ser integrado com a área interna da ‘Dispersão’”.

Confira a coluna Notícia Boa anterior aqui.

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