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O espaço é seu

Quanto vale uma ideia para um novo app? Menos do que você imagina (Alessandro Guidini)

12.02.15

O americano Thomas Edison, inventor do fonógrafo, teria dito uma vez a máxima: “O talento é 1% inspiração e 99% transpiração”. É mais ou menos o que ocorre hoje no mundo dos apps. Você teve uma grande ideia para um novo aplicativo, mas está com medo de apresentar aos investidores e alguém roubar a sua ideia? Saiba que ela vale menos de 5% do seu projeto. O que vale é a forma com que você pretende conduzi-la e executá-la.

Com o crescimento do mercado tech e dos softwares desenvolvidos para smartphones, o caminho a ser percorrido entre a sua ideia inicial e os venture capitalists ficou mais longo do que há alguns anos. Se você acredita mesmo na sua ideia, é preciso juntar os parceiros à sua volta (sócios criativos, programadores, diretores de arte) e botar a mão na massa.

Hoje, a maior parte dos investidores só investe em projetos que já estão em andamento, tocados por sócios que acreditam e já fizeram algum investimento inicial no negócio. Além de mostrar que acredita na ideia, você precisa demonstrar que já está investindo as três coisas – dinheiro, tempo e trabalho – no novo projeto. É essa trinca que dá aos futuros investidores a noção do tamanho do seu comprometimento. Seguindo uma lógica do mercado, ou melhor, do interesse do seu público-alvo – aquele que realmente decide o sucesso ou o fracasso de um projeto –, nem sempre o primeiro app de um determinado nicho será aquele mais bem-sucedido. Pense nos apps de corrida de táxi, alguns dos mais usados hoje em dia. Easy Taxi e 99Taxi dominam a preferência dos paulistanos. Mas um app novo, com proposta nova, pode mexer nas regras deste segmento: o americano Uber pode ser um bom exemplo.

O sucesso do seu app poderá ser medido não apenas pelo número de usuários, e menos ainda pela capacidade de gerar lucro (boa parte dos projetos de apps ainda não dá dinheiro), mas principalmente pelo potencial real de promover mudanças de hábitos e de consumo. Um app “acontece” de verdade quando muda o comportamento dos seus usuários.

Eu e meu sócio Marcos Botelho desenvolvemos e lançamos recentemente o Bicos Online, um app android, ios e web para quem busca serviços para sua casa. Reúne pedreiros, marceneiros, encanadores, domésticas, acompanhantes de idosos e outros profissionais. A busca pode ser feita por rating (os mais bem avaliados) ou por proximidade, entre outros filtros. A boa notícia é que a importância dos apps em nossa vida tende a crescer em ritmo exponencial. As estatísticas apontam que, em 2017, 100% da população adulta global terá acesso à web através de um smartphone. Em junho de 2014, apenas quatro anos depois de ser lançado, o Uber foi avaliado em nada menos que US$ 41 bilhões. E o Facebook, “inventado” bem depois do pioneiro Orkut, é hoje a maior rede social do mundo.

No mundo dos apps, a ideia pode ser boa. Mas batalhar pela ideia é bem mais importante.

Por Alessandro Guidini, CEO da Urban Summer

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