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O Espaço é Seu

FIAP. Foi do carajo. (Álvaro Rodrigues)

24.05.16

Quatro dias de muita charla entre os jurados, algumas centenas de peças avaliadas e, no final do dia, confraternização regada a doses de mezcal com sangrita. Buena onda. Assim foi a 47ª edição do FIAP, que este ano aconteceu na cidade do México.

Apesar de um número menor de inscrições do que o ano passado (cerca de 20%), a qualidade dos trabalhos, na sua maioria, não decepcionou. Talvez pela proximidade com outro festival, o de Cannes, vimos alguns trabalhos novos, e não apenas a confirmação de mais prêmios para peças com uma boa carreira em outros lugares. Argentina e Espanha foram os países com mais inscrições no meu júri. O Brasil infelizmente participou com cerca de 10 peças, muito pouco para a qualidade do nosso trabalho. A mesma crise econômica que nos obriga a ser mais criativos com menos verba, parece começar a se refletir nas inscrições em festivais.

O sistema de julgamento era digital e fechado para eleger o shortlist. E aberto para discussão do que realmente era shortlist e, depois, dos metais. Os ganhadores do Sol de Ouro entraram na disputa pelo Grand Sol de Iberoamerica. Sistema de voto parecido com outros festivais internacionais. O critério alto para o voto também foi parecido entre os hermanos. Bom para o FIAP. Ótimo para os ganhadores.

O desdobramento do julgamento foi interessante: os jurados de todas as categorias tinham que indicar as peças para competir no Big Bang. Qual foi o melhor conceito de todos? Qual peça é a mais original? A mais inovadora? A mais audaz? A que melhor usou a cultura local? As peças finalistas eram avaliadas pelos presidentes dos júris.

A última etapa de trabalho foi a escolha dos grandes prêmios: a La Copa, o melhor do melhor de cada segmento. Um novo grupo de jurados dava notas de sete a 10 de forma aberta, em um auditório com delegados, estudantes e jornalistas presentes, acompanhando ao vivo a nossa discussão pelo melhor. Essa exposição do voto foi uma boa maneira de apresentar os bastidores de um julgamento e o porquê da escolha de uma determinada peça.

A Alma DDB foi eleita a agência do ano do FIAP. Pela 1ª vez, uma agência hispânica sediada nos Estados Unidos leva o grande prêmio. Merecido.

Dentre os trabalhos mais premiados desta edição, que disputaram a La Copa, destaco: “Bang”, Clorox / “Corrida”, Tobacco Free Florida / “Bolígrafo”, Ministério da Educação / “Jefe”, Procter / “38 anos depois”, Triple-S / “Câncer sem censura”, Gollo / “Animal Copyrights”, WWF e Latin Stocks / Hunt or Be Hunted, Jagermeister.

Parabéns às agências e criativos brasileiros ganhadores. Obrigado mais uma vez pelo convite, FIAP. Ojala se repita.

Álvaro Rodrigues, vp de criação da Africa e presidente do júri de Filme e Rádio do FIAP

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