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O espaço é seu

O assunto ainda está bem fresco. Já o produto...

27.03.17

Que papelão!

O assunto ainda está bem fresco. Já o produto ...

Sexta-feira. 17 de março.

Dizem que notícia ruim chega rápido. E quanto tem rede social no meio a coisa fica ainda pior.

Uma enxurrada de memes, trocadilhos e piadinhas de todas as categorias inundam Facebook, Twitter e Instagram. A TV, como sempre, come bola e se atrasa ao dar a notícia. Mas chega junto também: a carne é fraca, diziam as manchetes. E vencida, adulterada (até estragada) e tem propina no meio. Que tempero, hein?

Os maiores players do setor alimentício do país (e do mundo) envolvidos em um escândalo que, rapidamente, ganharia proporções tsunamescas. De repente, o brasileiro se deu conta de que estava comendo gato por lebre. Ou, papelão por filé. Mas será? Bom, é o que todo mundo estava dizendo.

Aquele que, até pouco tempo atrás, atestava que CARNE CONFIÁVEL TEM NOME logo viraria motivo de chacota e zombaria. Meteram até os pelos do sujeito no fuzuê. Afinal, como alguém com uma credibilidade ilibada poderia chancelar uma marca que está metida em algo tão vergonhoso assim? Alguém que, por décadas, entra em nossas salas nos horários da seis, da sete e das oito ( hoje já um pouco mais tarde ) trazendo emoção, humor, alegria e confiança, agora se vê metido numa baixaria dessa.

É, meu amigo. Pra construir demora. Mas pra derrubar é rapidão, diria o pedreiro.

Outra figura bem conhecida nossa também entra na dança. Não com tanta evidência como o citado acima, mas entra. Essa por a long time, junto com seu marido, abasteceu o brasileiro de informação, todos os dias. Trazia as boas novas (muitas vezes não tão boas assim) sobre política, economia, esportes e por aí vai. Se ela e o seu conjugue falassem, estava falado. Aí ela saiu dessa cena e foi apresentar um programa matinal. E vender salsicha e mortadela também. Dizem que lavou a égua.

Mas vamos deixar os garotos reclame de lado - afinal eles são apenas “embaixadores da marca” - para falar das marcas em si.

Essas sim nos devem explicação. E não venham com editorial e textão bonito (com trilha sonora emocional de fundo e tudo mais), em horário nobre, não. Queremos explicações verdadeiras. Concretas. Factíveis. Reais. Queremos saber do lado B da coisa. Do making of. Da história da propina. Da cabeça de porco. Da putaria com partido político. Sejam autênticas. A verdade pode doer a princípio. Mas, com o passar do tempo, ela se transforma em identidade, que, em seguida, vira confiança. Sejam sinceras. Assumam que erraram. Afinal, quem não erra, não é?  Ou provem, de fato, que são inocentes. Muitas marcas já cometeram erros. Nike, Volkswagen, só para mencionar os casos mais famosos, erraram. E se retrataram. Além disso, buscaram corrigir suas falhas.

O consumidor não está nem ai para o que o ator ou a apresentadora disseram num filme de tv ou num anúncio de revista. Isso vai embora em um flight de mídia (período em que uma campanha publicitária está  no ar). Logo vem a próxima novela e o próximo programa e a borracha é passada.

O que ele quer, mesmo, é o respeito da marca que está na gôndola do supermercado e que, todo mês, toda semana, ele leva para o carrinho. Ele quer ser tratado com seriedade. Aprendam isso!

Então, façamos um trato: coloquem a cara pra bater, e, aí, quem sabe, a gente chama vocês prum churras. Combinado?

 

Arnaldo Albergaria - Redator freelancer

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